Capítulo 08 | Golpe de Mestre

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Minha percepção inicial foi me calar diante dele, tentando processar o que ele havia acabado de dizer, afinal eu mesma era incapaz de entender o que passava na cabeça de Eric, se bem que eu desconfiava que nem mesmo ele sabia

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Minha percepção inicial foi me calar diante dele, tentando processar o que ele havia acabado de dizer, afinal eu mesma era incapaz de entender o que passava na cabeça de Eric, se bem que eu desconfiava que nem mesmo ele sabia. Respirei para tentar acalmar meus pensamentos e não me deixar ser tomada pela ira e acabar esquecendo do momento incrível que tive com John. Mas até mesmo algo que tinha sido memorável, a simples presença do Bitencourt conseguia acalmar.

Mais preocupada em me conter para acabar não batendo nele por parecer me perseguir, acabei nem pensando como ele estava sendo estúpido em me seguir e que isso poderia ser mais sério do que eu pensava. Para ser sincera, não acredito que aquilo era interesse real dele, mas somente um capricho para satisfazer suas necessidades de garoto mimado que sempre teve tudo que desejou e, agora, também queria algo comigo.

Mas apesar dos meus esforços para tentar ser uma pessoa melhor e servir de exemplo para ele – o real propósito que meu pai tinha insistido para ir àquela casa – acabei cedendo ao que eu me arrependi depois: ser estúpida e ríspida com ele. Infelizmente, isso era parte muito impregnada da minha natureza, era muito fácil para mim me irar e querer apenas tacar fogo em tudo.

— Isso é da sua conta? Pelo que eu sei, a minha vida só diz respeito a mim e à minha família, no máximo aos meus amigos, e você não se encaixa em nada disso, portanto, me deixa em paz — respondi tentando sair mas ele me impediu e olhou para mim, me dizendo ainda.

— Nós temos uma reputação e não deve ser machada por qualquer uma que se acha muita coisa.

— Como se você ligasse para isso, não é mesmo? Se tem alguém que mancha a reputação da sua família, esse alguém é você.

Eu saí depressa, confesso que comemorando vitória pelo meu argumento imbatível. Ele nem ao menos tentou, só saiu de casa enquanto eu entrava. Dentro de mim eu regozijava por minhas intermináveis respostas, que quase sempre eram muito boas. Era um pouco triste eu me alegrar pela minha rispidez, mas isso fazia parte de meu caráter não transformado. Minha atenção ficou na cozinha por quase uma hora para arrumar a bagunça do almoço e aquela que sempre é feita, mas tão logo fui para minha outra meta: quarto do Eric. Decidi começar pelo que eu achava mais difícil e eu acreditava que o quarto dele deveria superar qualquer outro lugar da casa, o que incluía a cozinha. Quando fui ao quarto dele, estava pior do que quando sua mão me apresentara.

A cama estava desarrumada, com roupas sobre ela, dispersas no chão e sobre a mesa do computador, além de restos de comida nos criado mudos, algo também na mesa de computador e o banheiro de seu quarto exalava um odor terrível para todo quarto, como se tivesse um corpo se decompondo lá dentro. Eu tinha certeza que ele havia feito de propósito, pois não estava tão impenetrável quanto no dia que o vi pela primeira vez. Foi bastante desafiador e conforme eu limpava, parecia estar cada vez pior e mais desarrumado e eu tinha a sensação de que não terminaria nunca. Mas depois de quase duas horas, limpando tudo que eu consegui, o que incluía o guarda roupa, tive a sensação de dever cumprido.

Aprendendo a Crer (Revisão)Where stories live. Discover now