A história está sendo respostada (Um a dois capítulos por semana)
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Ela não era muito incomum. Muito pelo contrário, era muito fácil encontrar pessoas que passassem pelos mes...
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Enquanto eu olhava em seus olhos, eu não sabia o que dizer. Torcia para que ninguém aparecesse e acabasse tendo pensamentos errados acerca de nós dois.
— O que você quer? — perguntei puxando o braço.
O Bittencourt forçou um sorriso, como se fosse uma pergunta retórica. Fiz uma expressão zangada e ele apenas sussurrou "vingança", suponho que não queria que ninguém mais ouvisse aquilo. Eu também não, por isso eu devia tomar providências para resolver isso de uma vez ou adia-la, para que pudéssemos discutir esse assunto em outro lugar.
— Podemos discutir isso em outro lugar, por favor? — questionei, mantendo o tom e sussurro dele, mas eu percebi que ele já não ligava mais para discrição, muito pelo contrário, ele queria me expor.
— Você não pensou em outro lugar quando a Alyson estava lá em casa.
Engoli seco outra vez, eu não tinha palavras para rebater e ele não fez questão de ser discreto. Disse em tom de voz normal, talvez um pouco mais alta.
— Por favor, Eric!
Eu implorava, mas ele parecia se diverti com aquilo – já era de se esperar, mas eu fui inocente dessa vez, mesmo conhecendo o jeito dele.
— Por culpa sua ela não quer mais saber mais de mim.
Infelizmente não consegui me segurar depois dessa. Eu havia ouvido muito no decorrer do dia sobre o caráter de Deus e minha posição em relação a isso, eu sabia que Eric também estava no meio dessa mudança. Mas a Callie humana não resistiu e acabou descendo ao mesmo nível que ele. Eu sabia que estava errada enquanto falava, mas fingi não ligar.
— O problema é completamente e unicamente seu. Até parece que sou eu que faz coleção de garotas para expor numa vitrine. Se alguém tem culpa nisso, esse alguém é você por ser um babaca.
—Você não sabe com quem está mexendo.
— Ah me poupe. Para de bancar o metidinho que se esconde atrás de um nome, de um título.
Não esperei ouvir resposta, fui direto para o banheiro pois sabia que ali ele não entraria. Tinha um banco perto das pias e sentei lá, deixando algumas lágrimas caírem. Não era tristeza que eu sentia, era raiva e isso precisava sair de mim nem que fosse em forma de lágrimas. Esfreguei o rosto para tentar disfarçar que eu havia passado por tensão e lavei o rosto. Enquanto me encarava no espelho, só conseguia me lembrar de John que teria reprovado minhas atitudes sem nem sombra de dúvida. Eu estava inquieta e me condenava por não ter conseguido colocar um ensinamento em prática, nem mesmo um, que era arrumar a bagunça, no caso. O Smith estava tatuado em minha mente e conseguia ouvi-lo dizer, com todas as letras, que havia desistido de mim, porque eu era difícil demais e incapaz de fazer mudanças efetivas. Me enchi de vergonha e pesar, não fazia sentido eu continuar sendo que eu ia cair mais uma vez. Eu me enchia de dor e medo, vergonha e tantas coisas mais. Quanto mais eu tentava pensar, mais eu sentia a condenação. Eu estava ouvindo a voz errada naquele momento.