Capítulo 11 | No mais profundo

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— Então

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— Então... o que vamos fazer? — perguntei, tentando me preparar psicologicamente para tomar atitudes, esfregando as mãos, erguendo os olhos e arrancando um sorrio dele.

— Callie, vamos fazer o seguinte. Vamos recomeçar. Veremos... Seus sentimentos em relação aos outros, okay? — John disse.

Eu acenei positivamente com a cabeça, apesar de saber que aquele era meu ponto fraco e que aquilo seria muito constrangedor e eu tinha quase certeza que ele ia desistir de mim naquele momento. Mas eu precisava ser sincera, ou ao menos tentar, pois no início de tudo eu tinha falado que queria, então não ia voltar atrás – senão o que ele pensaria de mim?

— Tá, vai em frente — fingi estar corajosa, mas sabendo que no fundo meu coração batia mais descompassado que o normal e, até mesmo, que quando eu fazia as aulas de ginástica.

— Pensa na pessoa que você menos tem afinidade na terra.

Imediatamente minha mente relacionou Bittencourt, o que era óbvio para qualquer um que me conhecesse o mínimo, até mesmo ele já deveria ter notado que minha antipatia por Eric era maior que o Everest. Era impossível não perceber que quando eu e ele estávamos no mesmo ambiente faltava pouco para eu pular em seu pescoço e... é melhor eu parar por aqui.

— Pensei. — falei, quase instantaneamente.

— Tão rápido. Está precisando rever seus conceitos, hein!?

— Tá, tá... O que mais é para eu fazer?

— Se você tivesse com uma jarra de água e ele estivesse começando a pegar fogo, o que você fazia?

Foi então que me lembrei do banho com bexigas d'água no meio da rua, dos diversos assédios quando estive trabalhando na casa dele, do constrangimento que me fez passar quando entrou com a moça no quarto e, ainda, da minha suspeita de ter sido ele quem falou para o John onde conseguiria meu número – inclusive eu deveria perguntá-lo a respeito para sanar minhas dúvidas e talvez eximi-lo da culpa, ou melhor, dessa culpa. Mas me ative a responder as perguntas inicialmente.

— Eu bebia.

Obviamente, depois de pensar em tudo que o Bittencourt já tinha me feito passar, não era muito difícil imaginar que eu queria que ele se destruísse. Minha humanidade ou compaixão não bateram na porta para inocentá-lo. Muito pelo contrário, minha raiva e ressentimento estavam mais fortes que qualquer outra emoção que eu pudesse sentir.

— Resposta errada! — disse apertando meu nariz. — Como serva de Cristo, paciente e que ama os outros como a si mesma, você deveria ter respondido: "Eu apagaria o fogo, mesmo que minha vontade fosse vê-lo queimar"

— Acho que ainda não estou nesse nível. — falei e ele riu. — Eu com certeza me aproveitaria do fato de ele estar sendo queimado para eu...

— Callie! — me repreendeu, com a voz brava.

Aprendendo a Crer (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora