VIII

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Sarah:

Num minuto estou tocando o sangue em seu peito ( novamente ele chegou em casa manchado de sangue ) e no outro estou sendo puxada de encontro a sua boca. 

Calor circula em minhas veias junto com uma necessidade que não consigo explicar.

Seus lábios sobre os meus são gelados, mas incrivelmente doces.  

Proibidos.

Fecho os olhos instantaneamente.
Seus braços fecham-se em minha cintura me apertando sobre a parede. Ele tem cheiro de sangue e morte. Uma mistura perigosa.

Sinto-me sendo levantada e rodeio minhas pernas em sua cintura. Ele continua a me beijar sem piedade. Seus lábios não deixam o meu e sinto uma dor  quando ele me morde a ponto de tirar sangue.

Não me importo nem um pouco.

Abro os olhos levemente e minhas mãos vão de encontro a seu rosto para onde está aquela máscara idiota. Não me importo com sua aparência.  Eu só quero ve-lo.

---- Tire isso - sussurro entre beijos
Ele continua a me beijar sem dar ouvidos.

---- Jeff... por favor tira - protesto enquanto tento puxar aquilo de seu rosto.

---- Não!  - ele rosna e bate em minha mão. ---- A mascara fica - ele responde

---- Eu não me importo com o que tem por baixo... Eu só quero ver você.

---- Você não faz ideia do que está dizendo - ele responde rispido  e tenta me beijar novamente.

O paro.

---- Eu juro Jeff. Por favor... Eu quero ver o rosto de quem estou beijando.

Ele me solta abruptamente. Olho pra ele assustada por sua reação. Eu ainda sinto receios em irrita-lo mesmo ele nunca ter sido violento comigo intencionalmente.

Meus lábios ainda estão inchados de seus beijos a alguns momentos atrás.
  Ele se vira pra mim e anda por um momento como se estivesse pensando em algo muito importante.

---- Jef... -
---- Cala boca! apenas cala a maldita boca...

Me encolho. Fico parada em silêncio como uma estátua esperando... o que quer que seja que ele irá fazer.

Finalmente, o que pareceu horas, mas foram apenas alguns minutos, ele vira-se pra mim. Seus olhos  frios me olhando diretamente.

Sem dizer uma palavra, ele remove a máscara pela primeira vez em quase um mês que estou aqui.

Minha primeira reação é descrença. Por um momento penso que ele estava com outra máscara por baixo!  Mas os traços parecem reais demais para isso ser apenas uma máscara macabra... Suas omoplatas  são fundas e muito escuras e em contraste com seu rosto fantasmagórico são uma coisa e tanto de se ver.
Mas sua boca... estava mutilada. Sinto vontade de chorar ao pensar na dor que ele deve ter sentido.

Pela sua expressão, ele entendeu errado minha reação.

---- Sabia que você não aguentaria lidar com isso - ele diz com uma voz sinistra

---- O que? Jeff...

---- Como todos os outros,  você tem medo de mim. Você me acha uma aberração -

---- Nao!  não é verdade...!

---- Não minta! Não quero sua maldita pena!  As pessoas não entendem que isso é quem eu sou, essa é minha verdadeira essência! Mas é melhor assim, assim você saberá com quem está lidando...-  Ele sorri amargamente e seu rosto se transforma numa criatura macabra que daria pesadelos a qualquer pessoa comum.

Meu coração parece que vai sair pelo meu peito e ainda sinto tremores em minhas pernas, mas mesmo assim tento me aproximar dele devagar.

---- Não... fique longe.  - ele avisa - Vá para seu quarto  -

----Não posso deixar isso assim!  se você apenas me escutar...

---- Eu disse vá!  - ele grita.

Magoada e sabendo que se eu falar mais só irei piorar as coisas, eu vou.

Um pouco depois mergulho em um sono conturbado e minha mente é preenchida com tormentos de pesadelos pavorosos.

A Prisioneira de Jeff The Killer Onde as histórias ganham vida. Descobre agora