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Por duas vezes abri minha bolsa para olhar meu celular, depois o deixei no silencioso. Eu ouvia as palavras dele e pensava nele vinte quatro horas do meu dia, agora havia mais uma razão para me perguntar se algum dia ainda eu tinha amado alguém de verdade.

Desvencilhe-me de James naquela tarde e fui mais cedo para o hotel. Eu não queria saber de nada daquilo. Só queria dormir, dormi e colocar meu pensamento em ordem. Precisava muito de uma cama quentinha, tirar os sapatos esses sapatos malditos que esmagam os meus dedinhos, esticar minhas pernas e tomar meu chá de maça.

Mais tarde entro no hotel de cabeça baixa, tremo por dentro, rezando para que não encontre com Jhon. Não queria que ele me visse daquele jeito. E por outro lado eu sabia que se ele aparecesse, eu não saberia dizer não, pelo terceiro dia eu iria direto para o seu quarto, depois de horas fazendo amor, quem sabe eu voltaria para o meu quarto e finalmente dormiria. Era o que eu devia fazer. Só dormir. Também tinha a parte que eu podia me machucar mais uma vez. Afinal estávamos indo rápido demais. Só que aquilo estava me fazendo tão bem que eu não queria ter que para pensar, e no mais... eu queria mesmo era aproveitar cada segundo com ele. E o melhor de tudo é que com ele eu não tinha que ser ninguém, apenas eu.

- Ou... Samantha. - ouço alguém gritar por meu nome. Aquela voz não era estranha.

Não! Aquilo não era verdade. Limpo os olhos. Era Pati? Não pode ser! Devo estar tendo uma alucinação. Só pode. Ela não faria isso. Não!

-Não vai me dar um abraço?

- Pati... É mesmo você?

- Mas é claro que sou eu.

Corro pelo corredor do hotel em câmera lenta, me jogo em seus braços.

- O que faz aqui? – perguntei saindo do abraço.

- Ué. Vim para tomar conta você! - diz ela em um tom autoritário.

Dou de ombros.

- Quando acho que você é louca, supera minhas expectativas.

- Não posso deixá-la sozinha numa cidade cheia de homens bonitos. Eu não me perdoaria. – diz ela com certo charme.

- Apesar de eu achar loucura. Eu fico muito feliz em vê-la aqui. –abraço-a com ternura. - Mas como me achou aqui?

- Ah isso foi moleza. Convenci sua mãe a me dar o endereço.

Não era de se estranhar, pois Pati sempre conseguia o que queria.

- Mas e a passagem? Onde arrumou grana? - Sabia que era muita grana para Pati desembolsar.

- Ah, essa parte foi a mais fácil. Pedi um adiantamento no meu trabalho e quinze dias de férias. E se quer saber, nem sei se pretendo voltar.

Fico pasma com o que ouço. Afinal, ela está neste emprego há anos e é dele que sobrevive.

Ela franze a testa.

- Será que pode me ajudar com a mala? Estou cansada da viagem e faminta.

Olho para ela começando a me dar conta de que realmente é ela quem está aqui.

- É claro, ajudo.

Levanto o cabo da mala e carrego em direção ao elevador.

Rezo para não encontrar nem Jhon e nem James.

Assim que entramos no quarto ela corre para o chuveiro. Vai jogando as roupas que tira no chão. Até começo a me sentir em casa.

Sentei-me no vaso na frente do espelho, assim podíamos conversar.

Como não te AmarWhere stories live. Discover now