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 Na manhã seguinte, depois de ter passado horas na cama com ele, perdida nos braços do homem que agora tinha todo o meu corpo e pensamento sob controle. Naquela manhã o que eu mais queria era ficar de preguiça, mas tinha que me vestir e encarar o frio que fazia lá fora. Em Paris é assim, de um dia para o outro o clima parece sofrer uma mudança brusca. Levantei e tomei aquele banho quente, o banheiro fica enfumaçado, brinco de escrever no vidro do Box nossos nomes dentro de um coração, coisas de jovem quando está apaixonada.

Não enrolo muito para me vestir, coloco o vestido de Pati de manga longa, peguei sem pedir, mas sei que ela não se importará. Agora suas coisas estavam em meu quarto, tinha dado um jeito de trazê-la para o quarto sem que percebessem, assim ela encerrou a conta do quarto que estava. Calço minha bota de onça que é meio cafona. Antes de sair, deixo escrito com batom vermelho no espelho. - "Amei nossa noite. Beijos" - beijo o espelho deixando a marca dos meus lábios. Então pego minha bolsa, meu casaco e encaro a rua.

Hoje o dia será um tanto chato. Está terminando as amostras dos croquis que venceram os concursos anteriores. Logo após todas nós inscritas saberemos o que os júris esperam ver nas próximas duas semanas. Tenho descoberto muita coisa que em quatro anos de faculdade não tive conhecimento, e até vem sendo bem produtivo. Mas, também desgastantes com James zunindo em nossos ouvidos. Nem eu sabia que conhecia tanto de moda. Teremos essas duas próximas semanas para criar, montar, escolher os tecidos, e por fim, o último e tão esperado dia.A grande final. No fundo eu ainda não fazia ideia do que criar, mas tinha certeza que a inspiração apareceria. E ai penso que só ela poderia usar minha criação, e foi ai que me veio em mente Pati. Todas as candidatas terão que ter uma modelo para apresentá-las. Meus nervos dão pulos ao lembrar que na plateia estarão artistas famosos, assim diz James. Fiz uma rápida analise das candidatas. Todas são mulheres. James é perspicaz. Gosta de trabalhar com as mulheres, diz que nelas encontra mais delicadeza. Sempre deixou isso bem claro em suas matérias para a revista Moda.

Já é meio-dia quando saio para almoçar.

- Que bom que acabou, achei que não nunca sairia daí. – me assusto ao dar de cara com Pati na saída do auditório.

- Ai, que susto.

Ela me esperava do lado de fora com uma linda bolsa pendurada. Deve ter comprado. - penso. - Uma "Chanel"? Meus olhos arregalaram-se.

- Hei é Chanel? – digo apontando para bolsa.

- Gostou? – diz ela se exibindo.

- Chiquérrima.

- Também achei. Ganhei... Ganhei de Albert. – acrescenta ela, abrindo um sorrisinho.

Fiquei babando pela bolsa e pelo que acabará de falar. Eles voltaram na noite passada, ela chegou toda pomposa, como se já fosse esposa dele.

- Ganhou? – franzo a testa. - Que presentão.

- Digamos que eu mereça. - toda se gabando.

- Ele foi bem generoso com você.

Ela joga a bolsa por cima do ombro, saímos caminhando de braços grudados, andando meio torta, com um salto agulha que parece ter mais de 12 cm, vem se apoiando em mim. Assim era bem fácil andar de salto Penso em qual momento ela tira o salto, será que até na hora do "s..." afasto meus pensamentos insanos. Nunca pensei que eu pudesse querer ter um pouco do seu estilo, e de uns tempos para cá estive querendo ser um pouco como ela.

- Que tal irmos num restaurante que tem aqui perto, La Parmenn, serve comidinhas caseiras, foi papai que me indicou. Disse ser o melhor que visitou quando esteve em Paris.

Como não te AmarWhere stories live. Discover now