22

1.1K 108 16
                                    


Naquela tarde fomos ao Shopping mais luxuoso de Paris, Bercy Village. Há quase um mês na cidade maravilhosa e eu ainda não tinha tido coragem de entrar em nenhum dos shoppings, e fazia bem. Só de olhar as vitrines já me sentia endividada, e nem gosto de fazer compras, pois minha maldita consciência fica me lembrando que eu não ganho tão bem assim para gastar com roupas de grife, ou até mesmo não poderia comprar um daqueles vestidos com o que ganhava. Mas sentia que naquele dia não conseguiria sair ilesa dali. Passo a diante vejo a Chanel, e imagino que Albert deve ter comprado a bolsa de Pati, e o meu vestido, deve ter sido nessa mesma loja. A vitrine se passa em dois cenários, praia e neve. Isso me enfeitiça. Ponho minha mão no bolso, enquanto Pati teima em querer apontar para as vitrines tão belas que puxam nossos olhos. Faço um esforço para não entrar nas lojas, mais logo me livra daquela tensão e me puxa junto com ela.

- Está vendo, os homens gostam disso. – ela diz com vaidade.

- O que está dizendo?

- Olhe lá para eles. Veja como eles nos observam felizes. - ela balança as pontas do dedinho alegremente para Albert.

- Sei...

_ Sério. Veja só como os homens adoram mulheres que gostam de fazer compras. – Pati fala tentando parecer meiga. – Aprenda comigo amiga. Não tem como dar errado!

Eu menosprezo esse lado fútil dela, no fundo sei o que estava querendo. Queria que Albert entre e pague a conta. Lembro bem como fazia com Samuel, seu ex-ex-namorado rico. Quer dizer muito rico. O carro que ela tem uma Mercedes conversívelera presente dele! Depois que ela deu um pé na bunda. Ele tentou agradá-la com esse mimo. Ela até voltou para ele, mas não durou uma semana estavam separados outra vez, e ela linda e loira de carro novo, desfilando pela cidade. Pati não consegue guarda dinheiro, gasta tudo em roupa, vivi com seu limite estourado. Imagina que já se viu tão apurada, aponto de pedir dinheiro emprestado pra mim.

- Não acho isso não. Cada um pensa de um jeito Pati. – franzo a testa; - Se Albert é assim, acredito que os dois sejam bem diferentes. – retruco.

- Ah, vem. - ela me puxa em direção ao provador ignorando minhas palavras. Está com um biquíni preto nas mãos. Quando percebo já estamos dentro do provador. Ela vai jogando a saia no chão tiraa camisa de botão azul e fica nua. Ajudo-a aamarrar o biquíni atrás.

- E ai,ficou bem? – pergunta ela se exibindo como de costume;

- Sim. – repondo sem dar muita credibilidade.

Pati fica toda animada, achou o biquíni perfeito. Quer dizer tudo fica perfeito em seu corpo. Eu não sei se estou disposta a colocar um biquíni e desfilar minha brancura. Ela não tem esse problema. A praga tem a pele morena. Falando assim parece que não gosto dela; Não é isso. É que ela é tão bonita, que sua beleza chega a me ofuscar. Talvez eu tenha que deixar de ser invejosa, é ruim sentir inveja da própria amiga. É uma inveja branca, se é que exista inveja boa.

- E você. Não vai provar?

- Hã... Acho que não.

- Ai claro que vai, anda vai lá, pega um biquíni. – usa um tom autoritário. - Vamos aproveitar o fim de semana. Do jeito que as coisas andam, não sei quando teremos chance de vir às compras juntas. Nem se até quando estarei aqui. – ela me abraça com ternura e vejo que a velha Pati está de volta. Ela tem estado tão metida nesses últimos dias com Albert, achei que não a veria mais desse jeitinho dela. Toda metida, mais sendo minha amiga. Ela me olha impaciente, enquanto passo os dedos por toda arara e nada me agrada. Bufa e vem até mim, só de biquíni. Quando olho para trás, Jhon abaixa a cabeça, disfarçando. Albert está de pé com cara de bobo só olhando ela desfilar seu corpo pelo corredor da loja. Vai de um lado pro outro e vem com uns quantos biquínis não mão.

Como não te AmarWhere stories live. Discover now