Dear Friend

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Nota da Autora: Sim, sim e sim. Eu já tinha postado essa história antes, ,mas precisei apagar. Porém agora estou postando-a para ficar... Espero que gostem. Só informando: essa fanfic também é postada no AnimeSpirit.  

“Querida Jessy,

As coisas estão complicadas aqui em casa que a melhor parte do meu dia é aquela em que estou com meus amigos, na escola. Minha mãe diz que preciso entender e ser uma boa menina, que é só uma fase difícil, mas minha vontade é colocar os fones de ouvido e fingir que nada disso está realmente acontecendo. Tenho medo que descubram lá na escola. Não aviso das reuniões de professores há séculos. Imagina o que aconteceria se eles descobrissem que meus pais passam a noite inteira gritando e falando aquelas palavras horríveis? Dia desses eles quebraram um vaso de flores. Descobri quando machuquei o pé correndo descalça pela sala de estar. Era o vaso que minha avó deu para minha mãe como presente de casamento.

Não tenho muitas memórias de uma família feliz na verdade. Nos álbuns e nas fotografias espalhadas pela sala mostram sorrisos e lugares que eu não lembro de ter visto. Mesmo estando ali. Acho que naquela época as coisas eram mais fáceis. Pena que eu era uma criança idiota que só sabia chorar e fazer bagunça. Queria ter boas memorias daquele tempo.

Na real, não sei mais se quero que meu pai volte para casa todos os dias. Talvez, se ele demorar mais algumas semanas, minha mãe os esqueça de vez. Ou, talvez, se ficar um pouco mais, minha mãe finalmente perceba que ele não é mais o cara que ela conheceu muitos anos atrás.

Queria consegui conversar com minha mãe sobre isso. Mas acho que ela nunca vai me considerar uma amiga, sabe? Sou um peso. Um motivo para meu pai ficar por mais tempo. A melhor coisa que já aconteceu na vida deles, mas, ao mesmo tempo a única coisa que ainda faz essa mentirada toda “ter sentido”. Reconheço que minha mãe não é vítima nessa história. Ela tem seus defeitos e loucuras. Nós brigamos todos os dias, por diferentes motivos. Mas no fundo eu queria que ela percebesse o quão triste é quando o amor se transforma simplesmente em medo de se perder.

Não reconheço mais meu pai. Mas não o odeio por isso. Ele é meu pai, né? Admito que ele é o tipo de pessoa que não quero me tronar ou conhecer por ai. Principalmente amar. Gente egoísta não sabe amar de verdade. Dizer adeus não é o problema. O problema são os caras que dizem adeus mais continuam ali para sempre.

Fico pensando, será que a culpa disso tudo é minha? Se eu não existisse as coisas seriam diferentes? Acho que eu sobreviveria muito bem com pais separados. Fala sério, são duas casas diferentes, dois endereços diferentes, duas decorações diferentes e eles com tempo para fazer além de brigar. Sensacional! Ok, seria bizarro, minha mãe iria pirar, mas eu bem que iria gostar.

Está chovendo. Amo dias de chuva, e você Jessy, gosta? Vou me deitar, e é claro que minha mãe continua lá em baixo. Aposto que está olhando pela janela e vigiando ansiosamente a chegada do meu pai periodicamente desaparecido e atrasado. Será que eles acham que eu não percebo? Sei lá, vou continuar com o meu fone de ouvido e fingir mais uma vez que já dormi. Não quero mais atrapalhar aqueles dois.

Me escreva quando puder... Estou com saudades do seus conselhos, do seu ombro amigo quando eu precisava chorar... Como vai o trabalho da sua mãe? E a escola? Me conte tudo.

Beijos, Summer.”

“Querida Summer,

Acho que você já reparou que eu não sou a Jessy. Quero explicar-lhe que sua amiga deve ter mudado de casa e esquecido de lhe dar o endereço, pois agora quem mora na casa para onde você mandou a carta sou eu. Prazer, meu nome é Liam.

Sei que agora você deve estar pirando, afinal sua carta caiu em mãos erradas. Ou talvez queira me matar por não ter devolvido a carta. Juro que ia devolve-la, porém a minha curiosidade foi maior. Li a sua carta umas trinta vezes até que minha irmã disse que já que eu havia aberto deveria pelo menos dar-lhe uma resposta.

Summer, não acho que seus pais estejam brigando por sua causa. Segundo minha mãe, as vezes o casamento se desgasta, as pessoas acabam percebendo que um não era o que demostrava ser ou que não superaram as expectativas que tinham do outro, então elas começam a brigar ou fazer outras coisas idiotas. Isso é normal, acontece com todo casal, já aconteceu até com os meus pais e, acredite ou não, eles não se separam. De mais um tempo ao seus pai eles acabam se resolvendo (ou não, mas não desanime).

Sobre os dias de chuva... Eu prefiro o sol, mas aqui em Londres ele quase nunca aparece e chove o tempo quase todo, mas eu realmente amo essa cidade.

A sua carta foi enorme e na verdade eu não faço ideia de como responder à altura, queria ser melhor escritor (nota: treinarei bastante para isso). Já te disseram que você poderia escrever um livro? Sério, a sua linguística é muito boa e toda essa parnafenalha que o professor de redação fala. Bom, ... Acho que acabo a carta por aqui antes que isso fique mais estranho do que já está (se é que é possível). Se quiser me escrever, sei lá sobre o que saiba que adoraria ler. As pessoas não escrevem mais cartas a mão ultimamente.

Beijos,

Liam.”

Nota da Autora: Se gostaram deixem um comentário para fazer uma autora mais feliz. 

Dear FriendWhere stories live. Discover now