Eliza- 10

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Se antes eu tinha pena da Alana, agora eu só tinha raiva. Como eu pude ser tão burra a ponto de acreditar na "suposta amizade" que ela tinha a me oferecer, e como se não bastasse, roubou o garoto por quem sempre fui apaixonada, o Micael.

O meu Mica, o garoto que sempre esteve comigo, que sempre me protegeu, e agora ele estava protegendo a Alana, ao invés de mim. Eu estava sentada como sempre, atrás da carteira do Micael, sempre sentamos perto um do outro, não tínhamos nos falado desde aquela confusão com ele e o Manuel. Rasguei uma folha de papel do meu caderno e escrevi, com a intenção de entregá-lo.

Se a Alana estava pensando que conseguiria ficar com ele assim tão fácil, ela estava muito enganada. Eu ficaria perto, e o provocaria, assim como ela mesma tinha me ensinado.

"Mica, eu sei que você deve estar muito chateado comigo, mas, por favor, não se esqueça de que somos amigos há tantos anos, não se afaste de mim, eu te amo muito, eu sei que aconteceram muitas coisas, muitas confusões envolvendo a nossa relação, mas se você não quer nada comigo, eu entendo, a única coisa que não quero é perder a sua amizade. Já entendi que você gosta da Alana e que eu, bom, você só me enxerga como uma amiga, mas não venha pedir para eu ser amiga daquela falsa, porque aí já é pedir muito! Te amo muito Mica, sério, você é o meu melhor amigo, não me deixe só, sinto sua falta." – Sua baixinha.

Dobrei o papel e joguei na mesa dele, vi quando ele pegou e abriu, meu coração estava acelerado, eu tinha medo da resposta que ele daria naquele bilhete. Algum tempo depois, ele virou a mão para trás e eu peguei o bilhete de sua mão. Abri, respirei fundo antes de ler.

"Eliza, não sabe o quanto fiquei feliz em ler seu bilhete, pensei que nossa amizade tinha se desfeito, eu também te amo muito e sinto sua falta, só estou surpreso pelo fato de você ter entendido que... que eu esteja com a Alana, tenho certeza que com o tempo, vocês duas vão voltar a ser o que eram antes de toda essa confusão. Não vou te forçar a nada, te amo de muitão, minha baixinha favorita! Acho que você já sabe disso não é? O que vai fazer hoje á tarde?"

Assim que terminei de ler, deixei escapar um sorriso, era bom saber que o Micael continuava gostando de mim, mesmo que esse "gostar", não seja o mesmo "gostar" que sentia por ele. Não importava, eu o conquistaria, ele olharia para mim de outra forma, ou então não me chamava Eliza Fontes Monteiro. Continuei a escrever.

"Nada, estou à toa essa tarde, por quê?"

Dobrei o papel novamente e joguei na mesa dele. Não demorou muito para ele me entregar o papel de volta.

"Posso ir à sua casa?"

Parei de responder por bilhete e cutuquei o ombro dele, o mesmo se virou sorrindo.

- Cansou dos bilhetes? – perguntou ele.

- É que me deu vontade de falar, a resposta é sim. Você pode ir à minha casa hoje – eu disse e ele ficou sorrindo, olhando atentamente para mim.

- O que foi? – perguntei.

- É que você está diferente, mais bonita, parece mais madura – ele disse sem jeito.

- Você acha mesmo? Acho que estou normal, só estou me maquiando e me arrumando mais – contei, tentando não demonstrar fraqueza por seu elogio. Mas por dentro, eu estava vibrando de felicidade.

- Acho sim, parabéns, mas isso está fazendo com que rapazes mal intencionados, tipo aquele Manuel, fiquem de olho em você.

- Nossa Micael, nada a ver, eu estou à mesma, só que mais arrumada, sempre tive esse rosto, esse corpo, está tudo igual, e o Manuel é um fofo, ele gosta de mim e...

Ligadas Para SempreWhere stories live. Discover now