Eliza - 12

1.7K 145 43
                                    

Estava no carro do papai, sentada na parte de trás com Alana, e a mamãe na direção.

Não devia ter abraçado a Alana no meu quarto, e muito menos ter a consolado, mas, quando a vi, tão abalada, senti muita pena, acabei ficando triste com ela, e acabei fazendo o que meu coração havia mandado...

Por que eu não conseguia apenas odiá-la? Mas não, eu tinha que gostar de uma garota que era a minha rival! Isso é o fim.

É simplesmente patético. Amigas e rivais? Sério, eu não acreditava que dava para ser amiga e rival de uma pessoa ao mesmo tempo, nunca uma novela que assisti há tanto tempo, fez tanto sentido assim para mim.

É... mas, estou mais para quem? Olívia? Nicole? Helena? Laura? Sério, que complicação!

Estávamos quietas, até a Alana quebrar o gelo. — E onde está seu marido? Eu nunca o vi — perguntou ela, a minha mãe.

Mamãe a olhou pelo espelho, e sorriu de lado. — Ele está trabalhando em outra cidade, mas vai voltar para cá, em pouco tempo, estará de novo conosco.

— Como ele se chama?

— André — respondi no lugar da minha mãe.

— É um lindo nome — disse ela.

— Sim, é realmente lindo — concordei e mamãe sorriu ao nos olhar pelo espelho. Quando chegamos, saímos do carro, Alana agradeceu, e sua mãe Cassie, apareceu na porta, pareceu surpresa ao nos ver junto a sua filha.

— Alana! Por onde andou? Eliza? — exclamou assustada.

— Oi, Cassie — cumprimentei com um sorriso.

— Saí mãe, mas não se preocupe, já estou aqui, a mãe da Eliza me trouxe.

— Voltaram a ser amigas? — perguntou Cassie.

Nós duas ficamos em silêncio, a mãe dela não insistiu, apesar de não ter entendido bem o motivo pelo qual estávamos ali juntas. Cassie chamou minha mãe e eu para entrarmos, e nos sentamos todos na sala da Alana, sobre o enorme sofá.

Mamãe e ela conversaram muito, pareciam amigas de infância, que voltaram a se encontrar após décadas, foi estranho ver a minha mãe conversando tão íntima, da mãe da Alana.

O papo das duas estava rendendo há horas, e, conversaram sobre várias coisas, era impressionante, não só eu, mas percebi que a Alana também estava cansada de ficar ali, olhando as duas conversarem feito malucas.

Ela me olhou, e então sorriu para mim, não entendi o que ela estava querendo com aquilo, fiquei olhando para ela sem entender, a mesma se levantou e puxou minha mão, me levando para o quarto dela.

— O que quer agora, Alana?

— Deixa de ser chata Eliza! Nossas mães estão conversando há tanto tempo, qualquer coisa é melhor que ficar lá, escutando aquilo tudo, não acha?

— É... até que você tem um pouco de razão. Mas o que quer comigo? Tinha que ter me puxado até aqui, é? — reclamei, ela revirou os olhos, e sem mais e nem menos, pegou o pente e uns elásticos pequenos.

— O que vai fazer com isso? — perguntei.

— Pentear o seu cabelo! Posso?

— Claro que não!

— Sinto muito, vou pentear mesmo assim — disse ela, rindo.

Começou a passar o pente no meu lindo cabelo loiro, permiti, já que eu não tinha outra escolha, até tinha, mas... qualquer coisa é melhor que ficar escutando conversa de adultos! Sei que não é muito comum duas rivais se tratarem como amigas, mas o que eu podia fazer? Foi ideia da Alana! Não minha.

Ligadas Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora