⚜ SACRIFICE ⚜ [PT/BR]

⚜ Capítulo 3 ⚜

Puta merda...

— Me solta. — peço rapidamente. Por que estou nervosa? Eu não deveria estar. Talvez seja a vergonha que eu tive que passar pedindo para ser beijada por ele como se fosse uma vadia desesperada de tão bêbada.

— Pelo visto, já voltou ao normal. — murmurou, ainda segurando meu braço. — É essa sua recepção à mim depois de te levar pra casa em segurança ontem?

— Só me larga. — eu insisto, ainda evitando olhar em seus olhos, isso me enfraqueceria e eu não tenho dúvidas disso. — Me deixa ir embora, por favor.

Meu coração está acelerado e eu estou começando a suar frio. Mas o maldito me pôs contra uma das paredes daquele corredor, me deixando sem saída. Seus olhos me deixam tão fraca, eu só me sinto envergonhada por ser tão patética ao ponto de aceitar a carona de alguém que já me prejudicou.

— Sentiu minha falta? — sua pergunta saiu em forma de sussurros, depois de segundos de pura tensão.

— Não, nem um pouco. — minha voz saiu firme, mas não tanto quanto eu gostaria.

— Tem certeza? — ele perguntou, sussurrando, mas desta vez, próximo ao meu ouvido, o que me deu um arrepio intenso e o idiota percebeu.

— O que deu em você? Bebeu?! — perguntei em alto tom, o empurrando até que ele ficasse em uma distância ''segura'' de mim. — Você continua o mesmo panaca de sempre pra mim. Nada mudou, Samon! Eu não vou esquecer tudo o que me fez só porque foi um bom menino, muito gentil que me deu uma carona singela até minha casa.

— Tem razão. — concordou ele, e eu já estava me preparando para o que ouviria depois. — Você continua sendo a mesma estúpida de sempre, Jessica. — aproximava-se de mim, mais uma vez. — Tem um belo par de olhos mas não enxerga além do que eles te permitem ver. Porque você é cega, Colder. Cega por Brian. Pensa que ele gosta de você, quando na verdade, é totalmente o contrário. São apenas mais um casal sem graça.

Eu não me contive e estalei minha mão no rosto dele. Fazendo com que o próprio virasse-o. Enxuguei as lágrimas que desceram rapidamente. Chorando? Sim, mas de raiva! A raiva que eu sinto me transforma e enche meus olhos de uma forma que eu não consigo explicar. Depois de todos esses anos, eu finalmente tive coragem para descontar tudo o que eu guardei dentro de mim. Bons segundos se passaram e então seus olhos castanhos voltaram a me encarar. A expressão em seu rosto me revela que por essa ele não esperava.

— Antes de se meter na minha vida, cuide da sua. — as palavras saíram friamente. — Ninguém pediu seus palpites em minha vida e a última coisa que eu preciso, é da tua opinião de merda.

Arrisco dizer que ele está irritado comigo. Quer saber? Foda-se! Ele pediu! Ele mereceu! Eu não sei de onde eu tirei a força, já que a minha mão é delicada demais, mas meus dedos marcaram a lateral do rosto do homem.

— Você tem muita sorte de ser mulher.

— Bate! — desafio. — Desconta, Luke! Depois de tantos insultos e provocações que já me fez durante todo aquele tempo, é só isso o que falta mesmo!

Vi ele chegar mais perto do que deveria. A distância entre nós dois agora é mínima demais.

— É isso o que me irrita. — murmura. — Não consigo bater no rosto que aparece em meus pensamentos todos os dias. Não seria capaz de te agredir, tanto não seria, que já te impedi de passar por isso muitas vezes. — leva uma de suas mãos até minha bochecha e sinto seu dedão acariciar aquela parte. — Eu agi como um idiota, mas fiz isso para espantar o que eu estava sentindo e te afastar de mim o máximo que eu puder. Você não vê... Meu objetivo era ter o teu ódio porque não queria te prejudicar e pelo visto, eu consegui.