Anna foi ver como Dennis estava em seu quarto e quando ela entrou, notou que o lugar estava escuro. As cortinas estavam fechadas e as luzes apagadas. Anna também percebeu que Dennis estava na cama, mas não estava descansando, estava sentado numa posição rígida com as costas escoradas na cabeceira da cama e com as mãos tampando os ouvidos, parecia assustado.
— Dennis — ela perguntou com delicadeza —, tá tudo bem com você?
— Shhhhh! — Sussurrou Dennis, nervoso — Fala mais baixo, fala baixo!
— Mas eu estou... — Anna falou mais baixo — mas eu estou falando baixo! O que você tem?
— Toda vez que eu olho para a luz do sol, meus olhos ardem e eu... consigo ouvir tudo.
— Como assim, o que você consegue ouvir?
— Apenas, escuto. Alice, Pedrinho e Carolina conversando no corredor, a sua mãe lá em baixo, crianças brincando na rua, os carros... tudo! Até os seus batimentos cardíacos.
— Consegue ouvir os meus pensamentos, também? — Anna tentou fazer Dennis sorrir, mas não deu certo — Desculpe... ahm, Dennis?
— Oquê?
— O que houve com você hoje de manhã?
— Anna, eu não me lembro de nada sobre hoje mais cedo, nem mesmo como eu acordei ou o que eu comi no café da manhã, é tudo muito confuso. Só me lembro de você com uma lanterna na minha cara e os outros, me encarando assustados.
— Tá, mas por acaso você lembra se fez alguma coisa, ontem de madrugada? Quando entrou no meu quarto?
— Não... eu entrei?
— Deixa pra lá. Eu volto logo.
Anna estava sentindo um pouco de medo de seu primo, mais preocupada do que amedrontada, era como se sentia. Ele se retirou do quarto e fechou a porta com muito cuidado para não fazer barulho.
— Como é que ele tá? — Carolina perguntou, preocupada.
— Está piorando. — Anna sussurrou.
— O que ele tem? — Sussurrou Alice.
— Ele não pode ver a luz do sol.
Pedrinho Cochichou:
— Por que estamos sussurrando?
— A audição dele está muito sensível — Anna respondeu —, qualquer som incomoda os ouvidos dele. Acho que se até uma formiga der um grito, ele consegue ouvir.
— Anna, você viu a cor dos olhos dele? — Perguntou Carolina.
— Sim, estavam vermelhos e a pele dele tá mais branca do que o normal. Será que isso é anemia?
— Acho isso pouco provável, Anna, você não acha que o seu primo pode está se tornando um... — Alice a interrompeu gritando:
— UM VAMPIRO!
E todos fizeram: "Shhhhhh!"
— Alice, fala baixo! — Ordenou Anna.
— Foi mal, amiga, mas por toda a minha vida, eu sempre sonhei em conhecer um vampiro de verdade e viver um romance!... só que sem eu acabar morta ou grávida no final da história, né?
— Não existem vampiros no Brasil, sua boba! — Pedrinho murmurou — O que existe aqui mesmo, é lobisomem.
Carolina resmungou:
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Feras Noturnas e a Chuva Mutante (Livro Um)
Science FictionDennis, Anna, Alice, Pedrinho e Carolina acordam em um laboratório no subterrâneo da casa do misterioso Janderson. Sem memória alguma de como foram parar lá e o que lhes aconteceu, os cinco fogem do laboratório e na manhã seguinte, cada um deles des...