15. Obtendo Algumas Respostas

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  Dennis acordou sentindo tontura. Sua cabeça pesava e seu corpo movia-se com dificuldade. Sentiu que seu peito e seu queixo estavam úmidos, logo depois, percebeu que estava babando. Dennis tentou se limpar, mas descobriu que estava acorrentado à uma cadeira de escritório, sua prima e seus amigos, também estavam do mesmo jeito. Ele observou o ambiente à sua volta em pânico e sentiu uma incômoda sensação de déjà vu ao perceber que estava novamente no laboratório subterrâneo. Dennis ouvia um som de bip, mas não era de seus batimentos cardíacos, o som vinha de uma caixa que parecia ser uma bateria de carro, era cercada por fios encaracolados e possuía um visor digital que mostrava uma contagem regressiva.

 Aquele laboratório já não tinha uma aparência aconchegante, agora, ele estava muito pior. O lugar estava coberto de poeira, havia escombros e pedaços de reboco espalhados por toda parte e na parede ao lado, havia um buraco, por onde um ônibus passaria facilmente. Através daquele buraco na parede, Dennis podia ver a calda de uma aeronave — Foi o plano improvisado de Pedrinho que havia causado aquilo, disso, Dennis se lembrava.

 Assim como da última vez em que estiveram naquele lugar, Dennis percebeu que não estavam sozinhos. Além de Janderson e seus amigos, haviam dois homens armados com fuzis, guardando o elevador e logo notou a presença de outros, trabalhando no hangar ao lado, por perto da aeronave.

 Vendo que Dennis e os outros estavam acordando, com um falso entusiasmo, Janderson disse:

 — Ah que bom que acordaram!

 A voz dele fez a cabeça dos quatro acorrentados latejarem. Os sedativos ainda estavam fazendo efeito.

 — É mais legal matar pessoas acordadas do que desmaiadas. — Julie brincou.

 — Vocês são muito audaciosos, não é mesmo? — Janderson Murmurou — Não basta terem atrasado os meus planos, vocês também arruinaram as chances de uma futura parceria, minha?!

 — O que... — dizia Dennis com sonolência — o que você fez com a gente, dessa vez?

 Janderson retrucou:

  — E o que foi que eu fiz com vocês, antes?

  — Da última vez que acordamos aqui... — disse Carolina, falando com esforço — descobrimos no dia seguinte que o nosso DNA havia sido alterado. Então...

 Janderson deu uma risada de deboche.

 — Vocês invadiram a minha casa, bisbilhotaram o meu computador, usaram a minha máquina transmutadora e detonaram o meu laboratório, até assustaram a minha mãe! — Janderson gritou. — Mutação genética foi pouco comparado ao que eu gostaria de fazer com vocês. Eu avisei que se quiserem continuarem a ter a saúde perfeita ou pelo menos, mais alguns anos de vida, deveriam ficarem longe do meu apartamento.

 Pedrinho falou:

  — Achamos que você estava nos ameaçando infectar a gente com dengue, se soubéssemos que iriamos virar mutantes não teríamos vindo pra cá!

 Janderson inclinou a cabeça confuso.

 Anna murmurou:

 —  A sua ameaça foi para a Alice, nós não somos a Alice, nós é que decidimos vir, nada disso foi ideia dela.

 — Mas talvez tenha sido sua, não é Janderson? — Carolina lhe lançou um sorriso seco — Talvez você queria que a gente viesse pra cá.

 Já estando recuperado, Dennis falou:

 — Nós invadimos a sua casa por que vocês acabaram com o nosso trabalho na lanchonete. Sim, nós destruímos o seu laboratório porque foi a única forma da gente sair daqui. Sendo que só viemos parar nesse lugar, por que vocês nos doparam. Não invadimos laboratório algum, não usamos máquina nenhuma. Acordamos nesse lugar em macas, drogados e ainda queriam apagar as nossas memórias. Se alguém aqui tem audácia, esse alguém é você!

Feras Noturnas e a Chuva Mutante (Livro Um)Where stories live. Discover now