14. Detonando a Festa

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 Pelas ruas da Barra do Ceará, quatro ciclistas pedalavam pelos becos e vielas, descendo e subindo ladeiras em alta-velocidade. Anna, Pedrinho e Carolina seguiam Dennis que pedalava em direção à voz de Janderson, como um cão farejador, seguindo o cheiro de sua caça.

  Os três o seguiram, até que Dennis parou do outro lado da rua, em frente à uma casa grande. Pertencia à uma das famílias ricas do bairro, presumiram. Ela era cercada por um muro alto e um portão de alumínio era guardado por um homem forte de uniforme preto, segurando uma prancheta. Com certeza, era ali que estava tendo uma festa. Música alta vinha de dentro da casa e de atrás do segurança e por cima do muro, podiam ver luzes coloridas e piscantes.

  — Essa deve ser a festa do Janderson. — Disse Anna.

  — Sim — Dennis confirmou —, a voz de quem eu ouvi conversar com o Janderson, era daquele porteiro.

 Carolina tirou sua mochila das costas e pôs sobre o guidão da bicicleta e dela, pegou uma peruca loira.

  — Agora, só precisamos mandar o nosso peão... quer dizer, peoa.

 Carolina jogou a peruca para Anna.

  — O quê? — Anna gritou — Nem pensar! Vocês querem que eu entre naquela casa, usando essa peruca, como se eu fosse a Hannah Montana?

 Anna jogou a peruca de volta, mas Dennis a agarrou no ar.

  — Ninguém vai te reconhecer! — Dennis devolveu a peruca para Anna — O que você tem que fazer é só fingir que é uma acompanhante do Janderson, encontrar ele e depois, nós iremos abordá-lo.

 — Isso não fazia parte do plano. — Anna murmurou.

 — Mas é claro que faz.

 — A Carolina não pode ir?

 Quando Carolina ia responder, Dennis a interrompeu dizendo:

  — Não. Ela vai ficar aqui fora, fazendo contato conosco.

  — Ahm, oquê? — Carolina perguntou — Achei que iriamos todos juntos...

  — Isso pode ser perigoso.

  — Mas...

  — Você não precisa correr esse risco. — Dennis explicou — Já basta eu, a Anna e o Pedrinho, nessa missão, com sorte, vamos terminar logo isso. Mas eu quero você segura.

  — Ele tem razão, Care — Anna pôs a mão no ombro de Carolina — e você também é muito nova.

 Carolina queria discutir, argumentar sobre o seu valor nessa missão e que Pedrinho era tão novo quanto ela, mas olhando para os olhos cor âmbar de Dennis que lhe encarava com preocupação, se preocupando com sua segurança, lhe deixou satisfeita.

  — Então, tá. — Disse ela.

 Anna começou a arrumar a peruca.

  — Certo, então eu entro lá na festa e obrigo o Janderson a falar comigo. Mas quem garante que os capangas dele não vão me reconhecer e me impedir? Vão estragar tudo.

 Pedrinho respondeu:

 — Relaxa, gata. Depois que você entrar é a minha vez, entro lá e meto a porrada em todo mundo!

 — Não! — Disse Dennis — Nada disso.

 — Não é esse o plano?— Perguntou Pedrinho.

 — Não! Será que alguém aqui prestou atenção no meu plano?

 Anna, Carolina e Pedrinho, fizeram cara de paisagem e ao mesmo tempo, disseram:

Feras Noturnas e a Chuva Mutante (Livro Um)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora