The Library and the Fell

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Camila Pov

Corrido!
Meu dia estava exatamente assim. Os últimos dias, na verdade , estavam se resumido à idas e vindas da biblioteca. Eu estava no meu último período de Artes na New York Studio School (NYSS) , mas estava sem qualquer inspiração para o trabalho final. Precisava ser algo diferente.

Impactante.

Eu buscava naqueles livros algum tipo de sinal, milagre, qualquer coisa que me despertasse daquele silêncio que havia em minha mente.

Nesse dia, especificamente, eu estava tão atrasada, corri para pegar um Cappuccino - com chocolate - na Starbucks e logo estava à caminho da biblioteca. Gosto de estar lá.

Observar as pessoas , concentradas em deixar seus problemas para fora daquele lugar também é inspirador. Era uma quarta-feira especialmente quente, tomei todo o liquido quente em meu copo e entrei. Já sabia o andar e as prateleiras dos livros que precisava de cor, então, subi sem pressa pelas escadas, absorvendo um pouco do "zum zum zum" baixo lá dentro.

Cheguei ao "meu andar" e vi que uma garota estava de olho nos livros que eu queria, então, apressei o passo.

Foi quando...tive essa...sensação.

Sabe quando sente um arrepio , e , junto com ele uma sensação de " já estive aqui, eu já passei por isso"?

Não tinha como ser um Déjà vu, eu SEMPRE estava ali. Mas...umas imagens se passaram em minha mente, e eu juro: Havia alguém à quem eu amava muito nessas imagens.

Bom, eu chamo de imagens... foram mais como pequenos flashes. Me deixaram tonta, mas me senti, estranhamente, amparada.

Segui até a prateleira, peguei os livros que precisava e olhei em volta - uma forte sensação de estar sendo observada estava me alarmando - e então, peguei meu celular que acabara de vibrar no meu bolso.

" Mama" aparecia no visor, e o SMS era bem direto:

" Venha para casa, seu primo foi levado ao hospital. Precisamos estar lá, hija"

Suspirei, pensando em meu pequeno primo e todo o sofrimento dele. Balancei a cabeça para espantar esse pensamento.

"Minha tia vai precisar de muita força se algo der errado"

Uma súbita saudade de minha avó apertou meu coração. Já estava cansada mentalmente antes mesmo de sair da biblioteca.

Passei no balcão, apresentando minha carteirinha e os livros que iria levar. A Senhora Grace sorriu pra mim, pegou os livros e me lançou um olhar curioso.

- Ainda buscando inspiração, minha jovem?

Sorri para ela, tristonha

-  Na verdade, sim. Mas agora preciso de forças. A senhora tem algum livro que me ajude com isso?

Indaguei, olhando em volta. A doce senhora apenas assentiu, sorrindo, e respondeu

- O melhor livro para isso é o da Vida, minha jovem, e esse , você o carrega aqui - aponta para o lado esquerdo do meu peito - Mande um abraço apertado à sua tia Clara.

Grace parecia sentir tudo à sua volta, nunca precisávamos falar com ela. Ela parecia adivinhar as coisas.

- Obrigada Grace .

Agradeci, suspirando, girei em meus calcanhares e saí dali, rumo ao hospital .

Infinity times Infinity  ∞ Where stories live. Discover now