The hospital and talk about jumping

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Lauren's pov

Duas semanas haviam se passado desde a criação do Céu de Seth por Camila. Ela não só foi aprovadíssima no curso, como participou de uma exposição importante com sua obra. Ela estava mais radiante que nunca.

Ela havia me visto um dia desses tomando um banho de chuva na rua. Apenas me jogou um beijo da janela de seu quarto, eu fingi que o peguei e coloquei-o no peito.

Joguei outro e saí andando. Não queria ser vista, mas estava vulnerável e nesse momento de limpeza eu definitivamente estava pensando em Camila, como em todos os outros momentos.

Matt vinha me ver, e conversávamos bastante durante o tempo em LA. Também mantenho contato com Ben.

Ele me contou, feliz, que Jully e Bella estão enfrentando tudo com muita força e ele se orgulha. Eu também me orgulho muito.

Ela merece ser feliz. Eu só não estava mais sendo um anjo útil para ela.
Voltando à Camila: Ela agora estava dedicando um tempo para ficar com crianças , pacientes da ala de queimados.

Aquelas crianças que ninguém realmente quer ver, porque estão machucadas demais, deformadas demais, e não é bonito de se ver, mas ainda são crianças, precisam de atenção e amor, além dos cuidados médicos. 

Ela poderia ser mais incrível?

Muitas pessoas se voluntariam para ficar na oncologia. São crianças doentes e frágeis também. Mas
"visualmente" mais fáceis de lidar. Camila não precisou de tempo para pensar quando viu as vagas para voluntários. Ela simplesmente optou pela ala de queimados.

Quero dizer... quanta sensibilidade um ser humano precisa ter para entender os riscos e a carência dessas crianças, que muitas vezes nem os próprios pais conseguem lidar?

Claro que eu à acompanhava ao hospital, e hoje não seria diferente. Algumas crianças mais sensíveis conseguiam me enxergar. Mas elas não falavam nada, apenas sorriam.
Eu me sentava em seus leitos, aplicava passes e sussurrava palavras de conforto, assim como também ajudava Camila , aplicando-lhe passes e dando inúmeros abraços reconfortantes.

Claro, os abraços não eram uma necessidade,  não para ela, eu podia acalma-la de longe, mas eram uma necessidade para mim, por mais que eu não à sentisse de fato.

Camila saiu para tomar um lanche , tiveram uma baixa nos pacientes e ela estava sentida. Certifiquei-me que Adam estava bem em seu Céu, e permaneci na ala , com os pequenos, que longe de Camila se atreviam à falar comigo.

Essa garotinha, Chloe, havia sofrido um acidente de carro. Seus pais, infelizmente, haviam desencarnado, e seu irmão mais novo estava na UTI. Ela agora estava sob os cuidados dos tios, irmã e cunhado de sua mãe, que não tinham filhos, mas não vinham muito à essa ala , ela ainda passaria por várias cirurgias para deixá-la com o menor número de marcas daquele acidente possível. Eles ficaram presos nas ferragens quando um ônibus os atingiu.

O carro pegou fogo, mas seus pais desencarnaram na batida. Ela e Teddy desmaiaram por conta da fumaça e foram queimados até que os bombeiros abrissem o carro e os tirassem de lá.
Teddy estava machucado, mas menos que Chloe. Ele havia inalado mais fumaça, por isso ainda estava entubado. Ela me observava, quieta, e eu me sentei em seu leito, ao seu lado.
Ela suspirou e disse :

- Você estava lá?

Franzi o cenho.  

- Lá onde, pequena?

- Haviam pessoas com casacos iguais aos seu quando nosso papai e mamãe dormiram. Eles nos disseram que iam levá-los porque eles já eram muito bons para esse mundo, é verdade?

Infinity times Infinity  ∞ Where stories live. Discover now