Mesmo sabendo que...?

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-Ei menina nova, aqui estão as suas roupas- Uma mulher de meia idade aponta um pequeno sofá que fica de frente para a cama, encostado na parede onde a porta se encontra. -- Olho para as roupas sem dizer uma palavra, meu corpo dói pela brutalidade que fui violada e ao ver aquelas peças pequenas meu coração aperta e eu só penso em um nome, o nome do Harry. Como eu queria que ele invadisse isso agora e me salvasse, não me importaria com mais nada, nem com a minha faculdade.

-Vamos menina, se apronte, você dormiu tempo demais, o prostíbulo será aberto em uma hora e você está aí, imunda! O chefe mandou você tomar este remédio. -Ela me os entrega e sai do quarto, ouço o barulho do trinco. Estou presa neste quarto sem janelas.

Tomo o remédio e me levanto com dificuldade, pegando as roupas de couro preto e levando-as até o banheiro todo revestido de mármore preto.

Me olho no espelho e me sinto imunda, como se está mulher não fosse eu, me sinto desumana também, tudo tão fora do contexto.

Tento desligar o meu eu, desligar os sentimentos, já que vou ficar aqui por um tempo. -- Tomo um banho rápido e visto o sutiã e a calcinha que me parecem serem feitas de um material que imita o couro, visto meias furadinhas que vão até a metade das minhas coxas, coloco as botas de salto alto de cano médio e por fim as luvas que parecem com as que os motoqueiros costumam usar. Faço um coque com o meu cabelo e não passo nada no meu rosto.

-EI GAROTA! ESTÁ NA HORA!! - Ouço uma voz masculina gritar no quarto e saiu imediatamente do banheiro. - Me siga.

Olho para  chão e começo  a segui-lo. Não faço questão em observar as pessoas ao meu redor, é tudo tão fora do comum para mim... 

-Hoje, somente hoje você ajudará no bar, o chefe resolveu ser bonzinho com a iniciante. EI Clarke, mostre como funciona- Ele diz para uma moça de cabelos longos aloirados, seus olhos são verdes e ela traja as mesmas roupas que eu, como se esses trapos fosse chamados de uniformes.

- Ei garota nova! Vem pra esse lado do balcão pra começar. - A olho ser ver uma entrada e fico confusa. - Ou você passa por baixo, ou pula, decida-se. 

Passo por baixo e continuo sem dizer um A, só observo o que ela fala, o que devo fazer e principalmente o que não devo. 

-Por fim, garota nova, nunca, repito NUNCA negue nada a um cliente, o chefe fica muito irritado quando reclamam do atendimento.

-Como você consegue ser tão natural?

-O que posso dizer, cinco anos no inferno, você acaba se acostumando com o demônio. Você também vai se acostumar, novata, todas se acostumam...

-Eu conheço alguém que vai me tirar daqui, mais cedo ou mais tarde eu saiu daqui, juro que denuncio isso tudo e tirarei vocês desse inferno.

-Seu nome artístico será Angel.

-Oi?

-Nas nuvens e ingenua como um anjo... Você ainda tem muito o que aprender pequeno anjo.

Ignoro o que ela fala quando vejo a porta da boate ser aberta e vários homens adentrando. Um rosto me é tão familiar... Matthew? Sim, é ele... Mas o que ele está fazendo aqui? Será que era isso que o Harry tinha falado para eu tomar cuidado? Ele é aliado do Luke? Ele está andando em minha direção! Meu Deus, ele me reconheceu.

-Uma Absinto, fada verde para ser mais especifico. A garrafa - Ele diz ao olhar pra mim. Olho para Clarke sem saber o que fazer, pois nem sei que bebida se trata.

-Desculpe cara, ela é nova aqui, então não sabe do que você está falando. Eu te atendo hoje.

-Eu não quero você, eu quero que ela faça. Você pode até ajudar, mas ela, ela que tem que levar a bebida até a toca número 7. Estarei esperando. -Ele diz me fuzilando e depois se retira.

-Um  cara nunca fez tanta questão por uma atendente, nossa. O que você tem querida? Que mel é esse?

-Qual é a bebida que ele pediu Clarck? 

-Já está arrogante assim? Está aqui. -Ela pega a garrafa com um liquido verde coloca na bandeja juntamente com um copo e me entrega. -Aqui, vá! Pegue o elevador e vá até o 1° andar.

Sigo a instruções. Pego o elevador de vidro e vou até o 1° andar. Ouço gemidos vindos de todos os quartos, meu estomago embrulha. 7 "toca", último quarto, bato na porta, ele abre e me da passagem.

 Coloco a bandeja na mesa ao lado da porta. -Quer que eu te sirva? 

-Não seja boba Jen, você sabe que estou aqui por você, não sabe? Você sabe que eu sinto...

-Não diga mais nada. -Pronuncio essas poucas palavras com o choro preso na garganta e vou abraça-lo. Ele acaricia meus cabelos e minhas lagrimas molham a sua camisa preta.

-Ei, não chore, eu vou te salvar, eu juro que vou, nem que eu precise pedir ajuda ao Harry.

-Harry? Como você sabe do Harry? - Passa a mão direita nos olhos e olho para cima ao indagar.

-Eu sei de muita coisa Jenny Gray, mas não se preocupe, eu sou do lado dos mocinhos, não dos vilões. Repudio a minha irmã por ter te entregado a esse cara dessa forma.

-Você, você é da família Black? 

-Não escolhemos onde nascemos, só nascemos, Jen.

-Oh, sim, entendo. Você sabe da minha mãe? Ele, ele disse que iria mata-la.

Ele segura minhas mão e me leva até a cama para sentarmos. Já prevejo o pior e começo a chorar ainda mais, sem parar, soluçando. -Ela foi encontrada na casa de vocês com um tiro na cabeça, encontramos o  celular a poucos centímetros do corpo, ela iria mandar uma mensagem para você, ela estava preocupada, ela te amava tanto Jen.

-Por que? Por que? Ela não merecia morrer, ninguém ao meu redor merece sofrer junto a mim. -Digo ao soluçar e apertar sua blusa enquanto o abraço forte e ele alisa as minhas costas balbuciando um "xiuuu".

-Eu prometo que vou proteger os que sobraram, Jen. Mas quando você sair daqui vai ter que fazer uma escolha.

-Qual? 

-Se casar comigo, ou viver no perigo eternamente.

-Faço de tudo para vingar a morte da minha mão e proteger os que sobraram.

-Mesmo sabendo que o Harry te ama?





SEM CORREÇÃO! CONHEÇAM O NOSSO Mr. Black! Ai, amo...


Killer ColdNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ