O que devo fazer...?

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Nota da autora: Eu diria para não prestar a atenção na letra, ok? Só sinta a atmosfera, todo o sentimento que ela transborda. 

Tudo está saindo como o planejado.

Pelo menos é que parece, a casa continua igual, Laura me parece calma, diria que só um pouco tensa, mas quem não estaria? Eu não espero menos do que tiros, mesas voando e uma apagão total, só assim para invadir essa fortaleza.

No fundo eu sinto pena da mãe do Luke, eu não a vi em todo este curto tempo que estive aqui, não me foi permitido adentrar em seu quarto por ser uma criada nova, de acordo a "gentil" governanta, eu sou muito destrambelhada, não que ela esteja errada.

-Você está pálida, minha filha. Entrou nessa cozinha e está parada em frente a mesa, está tudo bem? - A Sra. Beatriz pergunta-me. Fora das vistas da megera, ela é muito agradável com os funcionários.

-Oh! Me desculpe, eu estou nervosa com este jantar, eu conheço o Sr. Luke, ele me dá calafrios.

-Aquele moleque? Ele é um lunático, muitas meninas que chegam aqui me contam algumas histórias. - Por um pequeno momento ela faz uma pausa e se aproxima de mim. - Sinto muito por você ter caído nas mãos dele, você me parece tão doce, querida, mas vejo muitas marcas em você. -Seus olhos ficam muito tristes por um instante e sua mão esquerda paira em meu peito, em cima do meu coração. - Eu vejo em sua alma.

Confesso que me sinto exposta, um pouco desconcertada, como se as minhas feridas que foram acumuladas em tão pouco tempo estivessem a mostra, e por isso "concerto" minha garganta, fazendo um barulho como que quisesse indicar um "vamos mudar de assunto, eu te suplico.". -- Eu tenho que voltar para a sala com as sobremesas, a novata já foi, logo, logo a megera, digo, a governanta vem puxar-me pelos cabelos até a sala. -- Tendo brincar para aliviar o ambiente, dando um sorriso curto.

Pego a bandeja com muito cuidado, já que sou desastrada, e ando com cautela em direção a sala de jantar, ela está um pouco cheia, eu diria, já que essa casa não é nem um pouco movimentada. -- A direita do "chefe" está sua mãe, um pouco debilitada em uma cadeira de rodas, e junto a ela se encontra uma criança, uma linda menininha de vestido vinho, sapatinhos pretos como os de uma boneca e um grande laço em seus cabelos pretos ondulados que caem ao redor do seu rosto moreno, uma boneca. Provavelmente ela é a filha do casal que encontra-se a esquerda, são altos e negros, a mulher está em um vestido também vinho, suas jóias são impressionantes. -- Entrego-lhes a sobremesa e me posiciono ao lado de Laura, ela encosta sua mão na minha.

Você está nervosa? -- Sussurro.

-Um pouco, não sei, acho que eles estão demorando, sinto que vou vomitar de tanto nervoso, eu instalei um dispositivo nos geradores, mas parece que os minutos para ele ser acionado não passam. -- Ela sussurra de volta e as luzes do salão se apagam, bem na hora, somente os dois castiçais posicionados em cima da mesa iluminam a sala. -- Corre. -- Sua mão agarra a minha e do bolso do avental ela tira um pequeno aparelho que lhe guia.

--Para onde estamos indo? 

--Para os fundos da casa.

Um estrondo ecoa pelo salão, algo tão alto, que me fez recobrar os sentidos e entender que Harry está aqui, ele veio me salvar... -- Eu não posso correr, eu não posso fugir, Laura, ele está aqui, como aquele homem, ele veio me salvar.

-Eu sei que ele veio, eu disse que ele vinha nem faz 5 minutos, mas o plano não é você ir para linha de fogo, você compreende isso? Você tem que vir comigo! -Os tiros começam a ficar mais próximos, mais perigoso, então aceito que ela continue me arrastando pelo menos até a cozinha.

Vivi tanto tempo no purgatório que escutar tiros parecem uma saída para o céu. 

-JENNY! JENNY! EU ESTOU AQUI!- Escuto a voz familiar ao longe, longe e ao mesmo tempo perto, perto como os tiros.

Seria ele me chamando?

Seria?


Killer ColdOnde as histórias ganham vida. Descobre agora