POLARIS IS WHERE YOU'LL FIND ME

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ENCONTRE-ME NA ESTRELA DO NORTE
Versão original por Jenny Han
+4.000 palavras

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Duendes. Duendes em movimento são coisa de outro mundo. Altos, magros e adoráveis. Quando dançam, são turbilhões que brilham e cintilam como o sol refletindo na neve. Eu deveria saber. Venho os observando a vida inteira.

A equipe de decoração deu tudo de si no Baile da Neve este ano. Acho que sempre fazem isso, mas desta vez parece especialmente caprichada. Luzes pisca-pisca cobrem cada centímetro do Grande Salão, tantas que nem é necessário acender as luzes do teto. No centro, há um pinheiro enorme, que vai até o teto, e em seus galhos estão pendurados enfeites de madeira no formato de todos os duendes que já viveram no Polo Norte. Mas só dos duendes.

Em volta do Grande Salão, há várias árvores de Natal menores, com quase dois metros e meio de altura, todas temáticas. Há uma árvore de origami do Japão, uma árvore holandesa com vários tamancos de madeiras pendurados, cada uma de uma cor diferente, e uma árvore em homenagem ao Dia dos Mortos do México, coberta de minúsculas caveiras de açúcar. Tem também uma árvore dos anos 1950, que deve ser a minha favorita, com uma saia rodada roxa e rosa na base.

Todos os duendes adolescentes formaram pares para o Baile da Neve. É a noite mais romântica dessa época do ano. O último agito antes de as festas de Natal engrenarem. É como um baile de formatura para duendes. Não que eu já tenha ido a um baile de formatura, mas imagino como deve ser.

Meninos e meninas todos arrumados, dançando.

Esta noite, Eleanor está usando um vestido branco com lantejoulas prateadas. Sob as luzes, seu cabelo também parece branco. Assim como o de Louis.

Meu casaco é feito do mesmo tecido vermelho-groselha do terno do Papai. Estamos combinando. Um presente pré-Natal. Em meu primeiro ano no Polo Norte, lembro-me de um casaco exatamente como esse, mas com mangas bufantes.

Ah, o Papai. Será que ele não vê que estou crescendo?

Todos no Polo Norte conhecem a história de como Noel me encontrou. Ou, melhor dizendo, como eu o encontrei. Há quinze natais, ele estava distribuindo presentes em um condomínio em Holmes Chapel. Ele adora os prédios grandes, porque pode deslizar de um andar para o outro e terminar tudo em um instante. Quando voltou para o trenó, lá estava eu, em uma cesta, com uma nota que dizia: Por favor, tome conta do meu filho. Noel não soube o que fazer. Sempre que me colocava no chão, eu chorava, e ele ainda tinha que percorrer toda a Inglaterra. Então, é por isso que moro aqui, no Polo Norte, um lugar onde nenhum garoto humano jamais morou.

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Estou de pé com as costas apoiadas na parede, o casaco me pinica e eu gostaria que alguém, qualquer um, me tirasse para dançar. Mesmo que fosse por pena. Seria ótimo.

Cruzo meu olhar com o de Louis enquanto ele gira Eleanor. Ela fica linda nos braços dele. Parece combinar.

Fico perto das mesas de comidas e bebidas. Elas são minha zona de segurança. Durante os doze primeiros dias de dezembro, a sobremesa é temática. É uma tradição; uma de muitas. No primeiro dia de Natal, uma perdiz em uma pereira. Este ano, fizeram perdizes de chocolate recheadas com creme de castanha e regadas com uma calda azeda de pera.

As perdizes de chocolate me lembram do pássaro de madeira no bolso do meu casaco.

Quando eu tinha oito anos, um pintarroxo ficou preso no Grande Salão. Ele entrou pela janela aberta e não conseguiu mais sair. Ficava voando para o teto. Tentei conduzir o pássaro porta afora com uma vassoura de quadribol - o presente mais pedido entre crianças de seis a oito anos naquele Natal, embora eu achasse que elas quisessem que a vassoura voasse de verdade. Nenhum de nós conseguiu ajudar o passarinho. Mas então Louis subiu no corrimão e o pintarroxo voou direto em sua direção. Ele o pegou e o levou para fora, aninhado entre as palmas das mãos, e então o pintarroxo voou. Durante dias, só se falou nisso.

MY TRUE LOVE GAVE TO ME | L.S.Where stories live. Discover now