We are not so diferent, uh?

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Como se fosse uma manhã de verão, John Watson saiu para caminhar em plena madrugada. Era perigoso? Claro. Londres era segura, mas não uma redoma de vidro à prova de balas. Mesmo com todo esse perigo, ele preferia estar nas ruas do que em casa.

Nas noites que sua mãe não voltava do trabalho ele sempre saía, pois sabia que quando ela chegasse bêbada em plena noite, tudo seria um inferno. Seria pior estar lá, em seu lar, do que na sarjeta que ele se encontrava sentado.

Por conhecidência, havia outro alguém lá.

Estava encolhido, seus cachos estavam totalmente bagunçados e era possível se ouvir um murmúrio penoso de seus lábios levemente rosados. John sabia exatamente quem era aquele ser em posição tão dramática.

- Sherlock, você está bem? - Sussurrou.

Não. Ele não estava bem e não estaria bem nunca. Não enquanto se enganasse da forma como fazia.

- Você é o que? Está sempre me encontrando nos momentos menos aceitáveis. - Suspirou enquanto tentava acabar com o choro.

- Você mora por ai?

Sherlock apenas apontou para a casa atrás deles com uma mão. John fez o mesmo, mas para a casa na frente, onde se via o portão dos fundos.

- Dia difícil, não é? - Suspirou o loiro.

- Vida difícil. - Limpou os olhos. - Olha, desculpe mas isso não é da sua conta.

- Tudo bem. Eu não conto isso também. - Sorriu de leve.

- Por que é tão legal comigo?

- Por que todos nós criamos muros, Sherlock. Eu respeito o que o seu esconde. - Disse, sorrindo.

Quando John ouviu a porta de sua casa abrir e uma mulher gritar, encolheu-se. Podia-se ouvir pratos quebrando, uma garota chorando e a mulher dizendo aos berros: "Hamish! A culpa é sua!"

John já não segurou mais as lágrimas e desabou na frente de Holmes. O moreno fora o primeiro a ver John dessa maneira, tão frágil. Se aproximou e tentou aconchegar o menor em seus braços.

Passaram a noite assim. Nenhum mais fraco que o outro. Apenas abraçados na sarjeta, botando mais tijolos em seus muros e partilhando da dor interna de cada um.

.../...

Ao chegar na escola, John se deparou com um Sherlock totalmente diferente. O moreno estava mais ocupado em enfiar a lingua na boca de Molly Hopper do que qualquer outra coisa.

Watson aguardou um pouco e quando Holmes decidiu parar ele se aproximou e tocou em seus ombros ossudos. Ao se virar para ver quem era, Sherlock  ruborizou.

- Ahn, é o baixinho, não é? - Disse enquanto ascendia um cigarro.

- Quero falar com você em particular. - Disse John, em uma postura forte.

- Olha só, arrumou um namorado? - Anderson tirou sarro. O garoto apenas andava com Sherlock para arrumar garotas, quer dizer, pelo menos uma garota. Molly. A mesma que Sherlock quase comeu agora a pouco.

- Cale a boca, Anderson. - Disse Sherlock, visivelmente irritado. - Vamos logo.

O moreno começou a andar em certa direção enquanto John ia atrás. Depois que ambos já estavam meio distantes dos outros alunos, Sherlock soltou os ombros e largou o cigarro no chão, pisando em cima logo depois.

-Ainda bem que pude sair de lá, odeio fumar. - Disse mostrando a língua para fora. - Mas me diga, John, está tudo bem?

- Ahn... Sim... - Disse Watson, meio vermelho. - Eu só queria te convidar para patinar hoje.

- Como é?

- Ahn... É que eu to sem nenhum amigo... E você me ajudou muito ontem e eu queria lhe agradecer... Não sei fazer um bolo, mas sei que patinar me alivia. Pensei que você gostaria de ir comigo hoje.

- Eu ia sair com a Molly hoje, John. - Respondeu Sherlock, sério.

- Ah. Tudo bem, fica pra outr-

- Agora preciso de uma desculpa para poder ir pra lá! O que acha de eu dizer que minha mãe adoeceu? - Riu o moreno. - Que horas te encontro?

- Ahn... HM... Às dez da noite, em frente da sua casa. Ai vamos a pé, OK? - Sorriu o loiro.

- Tudo bem. Se eu cair no gelo eu te Bato. - Disse Sherlock, enquanto voltava para seus "amigos".

- Muito obrigado. - Sussurrou.

-Eu que agradeço. - Sussurrou de volta.

-Notas turutu-

Seguinte... Eu to tentando fazer um teenlock diferenciado, mas ao mesmo tempo cheio de clichês. As minhas outras fics vão entrar em hiato, por que essa aqui ta se tornando minha favoritinha, desculpem.

Assim que eu terminar essa, eu decido o que fazer da vida e o que continuar ou não.

E, sobre o tamanho dos episódios, decidi que vou escrevendo e que quando eu decidir que terei que fazer o corte entre os capítulos, eu farei. Nada garantido de ter apenas os capítulos grandes e nada garantido de ter apenas os pequenos. Eu vou escrevendo e vendo no que sai.

Espero que gostem.

Who I Am Not.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora