This Is Who I Am!

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Se por um lado Sherlock Holmes estava drogado, jogado e sem esperanças; por outro John Watson não estava muito melhor. Ambos eram como um quadro europeu sendo feito pelo mais renomado artista do momento. Algum dia valeria muito dinheiro e estaria na maior exposição do mundo, mas se as cores não funcionassem entre si, se a ideia não batesse com a emoção, não haveria obra de arte. Não haveria libra que pagasse o sofrimento do artista por ter fracassado em algo que durou a vida inteira.

John sabia que deveria ter tido calma. Pensava sozinho às seis da manhã de sábado - o qual ele não dormiu - e tentava resolver pelo menos uma dúvida das tantas que havia formulado pela noite. Sherlock sofreu algo na infância? Ele tem tanto medo de sair por ai afirmando quem realmente é... Quem havia transformado-o nesse diamante bruto e medroso?

O alarme despertou, informado que Watson deveria estar na maldita feira da primavera, na qual todos deveriam estar. Todos significa Sherlock. John se perguntava se o moreno iria apresentar algo, enquanto enrolava levantar. É óbvio que não., pensou, Apenas os com notas ruins apresentam.

O alarme despertou pela segunda vez, indicando que se John não levantasse naquele momento, ele iria estar encrencado segunda-feira. Finalmente loiro decidiu levantar e dar um jeito em seu rosto.

-/-

Oito horas da manhã, o palco do colégio estava com a plateia lotada. Todos os alunos, menos os que iriam apresentar, estavam ali.

O diretor achou uma ideia fantástica por os repetentes para dançarem, cantarem, declamarem e pintarem em plena primavera. Achou que seria mais fantástico ainda por essa droga num domingo de manhã, sendo que segunda era obrigatório ir na escola. A maioria ia e dormia na cadeira, enquanto tudo rolava. Pode parecer exagero, mas ele sabe exatamente quem vai ou não, e só era permitido não ir com uma desculpa antecipada.

John estava na segunda fileira, no centro. Ao seu lado estava Mary Morstan, a loira que arruinou seu namoro. Ao lado dela, Molly Hopper. Ambas fofocavam e davam risada até as apresentações começarem.

Quando começou, fora a mesma bobeira de sempre. Os mais estúpidos iam declamar poemas mal feitos e mal ensaiados. Alguns, mais habilidosos, dançavam e cantavam.

Era oito e quarenta quando tudo escureceu.

Uma música dos Beatles tocou alto no fundo e uma luz iluminou apenas o centro do palco. Lá havia um dançarino mascarado. As duas únicas pessoas ali que sabiam quem era tal pessoa se assustaram e logo prestaram atenção em cada movimento leve.

"I'm a loser. I'm a loser." ( Sou um perdedor. Sou um perdedor.)

O dançarino começou devagar, se levando pelo ritmo tranquilo do começo.

" And I'm not what I appear to be" ( E eu não sou o que pareço ser)

Ele parecia querer começar alguma dança, mas quando a música realmente começou ele simplesmente parou no meio e pediu um microfone. Um aluno o trouxe, então ele testou com a mão e começou:

- Bom... Eu... Eu não preciso necessariamente estar aqui. Mas eu... Eu estou por que eu sou um perdedor. Eu perdi alguém importante para mim, e como desculpas eu iria dançar essa música que diz exatamente isso...

Who I Am Not.Where stories live. Discover now