You're a terrible friend!

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Quando a aula acabou, o sol londrino estava à pino, crianças e jovens iam direto para suas casas para almoçar e alguns iam se drogar. Sherlock, por outro lado, fora se reconciliar com Jim.

Do lado de fora do prédio gigante, ambos se olhavam com cara amarrada e Moriarty imaginava pelo menos vinte e cinco maneiras de matar o desgraçado na sua frente. Já Sherlock imaginava vinte e cinco mil desculpas para o amigo.

Holmes sabia que não tinha volta. Fora um completo babaca/idiota/imbecil/cuzão; e nada que falasse poderia redimir isso.

- Seu cabelo é adorável. - Disse, apontando para as pequenas mechas retas do cabelo negro de Jim.

- Desculpe, como?

- Você não vai me perdoar. Queria dizer a última coisa para você. - disse assim que ascendeu um cigarro.

- Sherlock, não olhe pra mim nem no ballet. Eu vou sair da porra do papel principal por você. Por que não quero ver a merda da sua cara!

- Pode deixar que eu saio. Não faço questão do lago dos cisnes. - Cuspiu a bituca de cigarro e foi caminhando para casa.

- VOCÊ É UM AMIGO TERRÍVEL E EU TE ODEIO! - Gritou o moreno, para que o arrogante a sua frente ouvisse.

Ouviu. Ouviu, e aquilo mexeu com Sherlock. Era! Realmente era o pior amigo do mundo e não podia botar a culpa em mais ninguém a não ser a si mesmo. Era um completo babaca e não poderia fazer nada para mudar. Em segundos, entrou em pânico. Repetia para si as palavras don't panic - do seu livro favorito - como se fosse a única coisa para se segurar em meio terremoto de sentimentos. Não funcionou.

Seu sistema entrou em pane e tudo que ouviu fora um forte e agudo pi e tudo escureceu.

-/-

Londres possui alguns jardins exóticos e maravilhosos de se visitar durante uma tarde fofa de primavera. Infelizmente, para Sherlock, aquela era a porra de uma tarde de inverno e ele não sabia como havia parado naquele parque, naquela hora, naquela posição e com aquele cigarro. Ele apenas despertou. Graças à uma força superior, ele sabia que parque era e quão distante estava de seu lar.

Levantou-se e foi caminhando rapidamente para casa, enquanto digitava um pedido de desculpas para sua orientadora de Ballet por não ir na aula hoje. Quando chegou, Mycroft estranhou a entrada do irmão em pleno dia útil.

- Está bem, Sherly? - Disse, incomodado.

- Não. - Sussurrou.

- Urgh! Fumou dez maços hoje? - Mycroft tampou o nariz. O cheiro de nicotina de seu irmão estava maior que o normal e o mais novo checou os bolsos.

- Talvez.

Subiu para seu quarto e decidiu ficar lá até o dia seguinte.

Seu irmão tentou falar com ele durante algum tempo, mas não era como se o compreendesse. Mycroft era realmente amoroso e sempre tentava cuidar muito bem do irmão, mas ele não era um amigo.

E por falar nessa palavra, Sherlock escreveu-a em sua listinha de palavras mais odiadas. Agora ele compreendia tudo. Era um péssimo amigo. Não defendeu Moriarty na frente de uns Panacas por pura luxúria.

Mas, o mesmo também não se auto-defendeu! Chorou feito moça e ficou revoltadinha!, pensou Sherlock, tentando amenizar sua culpa.

A luz do quarto ficava azul se vista por baixo do Edredom e o cheiro de nicotina estava realmente muito forte. Não era como se o moreno se importasse, mas decidiu tomar um banho.

Quando saiu da maravilhosa ducha, um pouco mais contente, verificou o celular. John havia mandado mensagem.

"Eu vi tudo."

Dizia a primeira. Sherlock já começava a digitar sua resposta rude quando outra chegou.

"Não te dou razão, mas ao mesmo tempo penso que aquele tal de Jim fora meio frouxo, não é? Será que ele não compreende seus muros, Sherlock? Se for isso, não o culpe. algumas pessoas que não conseguem esconder seus sentimentos e muito menos defendê-los.
Você não é um amigo terrível e não deveria ficar tão mal. Vai ficar tudo bem, honey!"

-J.W.

"Qual a porra do voodoo que você usa para ver tudo em todo lugar? Haushaishaus

Aliás, obrigado. Como foi seu dia?"

-S.H.

Who I Am Not.Where stories live. Discover now