The Family Problem

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O tempo passou terrívelmente rápido. Algumas flores irritantes e rosas começaram a aparecer nos jardins depois do longo inverno e o relacionamento de John e Sherlock não poderia decair mais.

Não que Sherlock fosse um péssimo namorado, ele levava sim o loiro para tomar café e ver filmes clichês. Mas isso era no fim de semana. Durante as aulas, ignorava John e saia abraçando o máximo de garotas possíveis. Depois de tantas discussões e promessas dizendo que ele iria mudar, Watson se cansou.

Pedira um tempo até sexta-feira e então iria até a casa dos Holmes conversar com o moreno sobre tudo isso.

Mas como era difícil para o loiro ficar distante! Sempre se recordava das vezes que ambos simplesmente ficavam tomando café naquele mesmo lugar de sempre, ouvindo as músicas de sempre, falando bobeiras como sempre. Se lembrava da vez que ambos conversaram sobre tipos diferentes de poeira e sobre como chegaram na conclusão que a cocaína é a melhor delas. Mas a lembrança de Sherlock beijando outras garotas no intervalo escolar, se escondendo do loiro entre os amigos e sendo o babaca que ele não é na vida real ainda machucava John. Ele não concordava com aquele estilo de vida e não queria que aquela atuação mal encarada continuasse.

Ele queria Sherlock para si. Totalmente para si.

-/-

A sexta-feira chegou, era seis horas da tarde e John Watson batia à porta da casa tão conhecida e aconchegante. Violet atendeu com o sorriso meigo de sempre.

- Olá, querido!

- Oi, Mrs. Holmes! Sherlock está? Preciso falar com ele. – Sorriu amigávelmente.

- Está lá no quarto, suba! É sobre ele sair do ballet? – A mulher perguntou enquanto John já se preparava para subir as escadas.

- Como? – Parou por instantes.

- Ele não te disse?

- Não. De qualquer forma, obrigado! – ele suspirou, subindo apressadamente.

Era incrível, pensou, por quanto tempo mais Sherlock mentiria sobre tudo? Quando chegou na ponta do quarto, ouviu um som baixo de violino. Bach. Não bateu na porta, apenas a abriu e sentou na cama. Sabia que o moreno tinha percebido a entrada.

- Veio falar sobre o Ballet ou sobre nós? – Perguntou, ainda com o violino nos ombros. – Se for sobre o Ballet, saiba que não ouvirei.

- Vim falar sobre os dois. – John levantou, se aproximando. – E eu juro, seu bosta, se você gosta dessa merda de violino você vai escutar isso, e bem escutado!

- Tudo bem. – Sherlock bufou e apontou a cama para John, indicando para que o mesmo sentasse. Depois, fechou a porta e sentou-se do lado do loiro. – Comece.

- Por que? – Perguntou, sinceramente.

- Por que Ballet não é minha verdadeira paixão. – Suspirou.

- Desde quando pensa assim?

- Desde que comecei a patinar contigo.

- Sherlock não é assim que a coisa funciona.

- Aé, então como ela funciona? – Holmes disse um pouco mais alto.

- Se acalma. Você sempre viveu pelo Ballet. Sempre amou dançar, isso não é segredo pra ninguém que conheça seu verdadeiro eu. Quem da escola descobriu?

- Mary. – Os olhos de Sherlock encheram de lágrimas. – A mesma que eu tenho beijado.

- Como ela descobriu? – Perguntou John, mantendo a calma.

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