26 - Nunca Passou De Ilusão

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E lá fiquei mais uma vez na sala, estendida, enquanto a Rosinha preparava a lasanha, cantando músicas alegres e completamente desconhecidas para mim, pois pareciam-me espanholas, se não me enganasse.

Estava em casa naquele momento, o que era estranho para mim, mas aquela senhora conseguia levar-me a lugares que nunca pensaria. Era algo muito bom de se ter. Uma pessoa daquelas na minha vida, apenas poderia agradecer por isso e tentar retribuir da melhor forma que pudesse.
- Então como te tens safado no trabalho? O Harry contou-me que te tem ajudado em relação à Fátima, aquela sem dúvida, sempre irá ser uma oportunista! - Apenas me ri, pois pelos vistos o Harry ainda só lhe tinha contado pequenas partes e eu não sabia se deveria contar o resto.
- Ele está a revelar-se uma pessoa diferente daquilo que eu imaginava, sinceramente não sei como ele me mudou a opinião tão depressa, mas têm-me admirado e surpreendido pela positiva. - era melhor não lhe contar o quão oportunista ela era, ou ainda poderia ter sarilhos com ele.
Podia ouvir os tachos e panelas a baterem em sinal de que ela ainda estava a arranjar o almoço, pois eu realmente estava cheia de fome e aquele cheirinho a comida estava a dar cabo de mim.
- Ele não é mau rapaz, apenas tem azar por ter o pai que tem e por ser famoso no seu meio. - eu podia entender aquilo que ela me dizia, pois era a verdade, mas o Harry também já tinha alcançado muito nos seus poucos anos de vida, o que o tornava num dos mais desejados e cobiçados homens solteiros no seu meio, chegando mesmo a aparecer em revistas, entrevistas e todo o tipo de coisas de famosos.
- É verdade, mas ele é diferente daquilo que o pintam, essa é que é a verdade e além disso, se continuar solteiro irá arranjar muitos problemas, eu própria já percebi isso. - A Fátima iria continuar a tentar picá-lo e a meter-se insinuadamente á sua frente na esperança dele ceder um dia, apenas esperava que ele fosse forte o suficiente.
- Sim, também é verdade, mas falaremos mais sobre isso ao almoço! - eu não queria falar mais sobre isso, ou sobre o Harry, pois eu era obrigada a viver com ele, mesmo que já pudesse retornar para casa dele, o que era estranho, mas bem, se ele se sentia bem ali no apartamento, quem seria eu para o retirar se era dele?
Como é que iria explicar aquela atração é aquela fixação que existia entre nós?
Era fácil, não o faria.
- Tudo bem. Como estão os teus netinhos? Nunca mais os vi! - naquele momento, mesmo não a estando a ver, eu sabia que ela estava a sorrir para mim, o que era o normal, quando se falava nos meninos dela, pois sem dúvida ela tinha muito orgulho neles!
- Eles estão óptimos, nunca vi crianças mais vivas na minha vida como aqueles dois, eles dão-me mesmo cabo da cabeça, mas amo-os do fundo do meu pequeno coração. - sabia bem o quanto ela os amava, eles eram todos uma grande e feliz família e isso, deixava-me realmente cómoda ao pé dela, pois não existia nada naquela mulher que fosse falso, era tudo muito preto no preto e branco no branco.
Estava um pouco vidrada na entrevista que estavam a passar na televisão sobre a nossa empresa, mas o rumo daquela coisa não me estava a cheirar nada, pois eram meros factos e mentiras, será que as pessoas realmente se acreditavam que as nossas empresas estavam a vender acções? Como era possível?
O que estes repórteres faziam para ganhar dinheiro! Tudo em troca da difamação dos outros!
- Como é que as pessoas se acreditam nisto? - era apenas um mero desabafo, mas a entrevista tinha demorado mais do que o previsto e a Rosinha já estava ao meu lado sentada no sofá.
Será possível que eu tinha demorado assim tanto tempo abstraída naquela porcaria?
- A empresa está a fazer uma forma de publicidade, ninguém sabe, apenas nós, os mais antigos, mas não passa tudo de um esquema. Daqui a uns dias, tudo se esquece e voltará tudo ao normal, prometo! - Como é que ela ainda se lembrava dessas coisas?
- Eu sei o que se passa lá dentro e podia jurar que a empresa está bem, apenas não consigo entender porque é que a empresa tem que fazer isto? Com o que é que eles podem possivelmente lucrar ou ganhar com isto? - a minha cara de frustração era visível, pois eu não sabia bem o que dizer. Eles só podiam estar a brincar comigo!
- Eu depois conto-te! Agora, vamos almoçar que temos muito para fazer até á chegada do Harry! Vamos colocar estas cortinas, aplicar tudo o que compraste, pois daqui a pouco chega a prima mais odiada dele e ela vai-me ajudar, enquanto tu ficas a ver o que estiver a acontecer aqui! - ela retirou um portátil da Apple e passou-mo para a mão, deixando-o em cima da mesa, vendo uma fita enorme em cima dele é um bilhete, endereçado a mim, o que me admirou, pois ele tinha-me retirado o computador dele e agora aparecia um novo com um laçinho?
- só pode estar a brincar comigo! - eu iria ter que ter uma conversa muito a sério com ele! Sem dúvida que teria!
- ele sabe perfeitamente que tens gasto imenso dinheiro nas remodelações, ele apenas te quer ajudar, não comprar. Acredita em mim porque eu já conheço este rapaz á imensos anos e nunca o vi a fazer algo assim por ninguém, nem mesmo pela irmã que ele adora! - O que é que ela queria que eu dissesse? Eu nunca lhe tinha feito nada para que ele ganhasse interesse em ser meu amigo, apenas o via como o filho mimado do patrão, ele era o único que estava a obrigar-me a mudar a minha perspectiva das coisas e a tornar-me numa pessoa melhor, tanto a mim, como a ele, o eu era algo estranho de se ver, mas bom de se sentir, apenas esperava que nós não nos destruíssemos, ou isso iria tornar a situação numa coisa muito desconfortável!
- não fiz nada! Prometo! - peguei num pouco de lasanha e levei á boca, comendo lentamente, apreciando o enorme silêncio que estava na sala, mas conseguia sentir a enorme curiosidade na sala, o que era um pouco desconfortável para mim, mas não iria dizer nada, pois não tinha nada a explicar, ou tinha?
A Maia chegou logo após o almoço, pelo que elas colocaram as mãos á obra limpando e arrumando tudo o que eu tinha comprado enquanto o Harry dormia no dia anterior.
Eu estava a adorar a personalidade daquela rapariga que era apenas um pouco mais nova que eu e sabia bem o que queria da vida.
Eu realmente a admirada!
Elas cantarolavam e brincavam, ajudando-se entre si para colocar as cortinas, sabendo bem que se, eu e o Harry, tivéssemos um pouco mais de foco e menos brincadeira, tínhamos conseguido fazer o trabalho igualmente maravilhoso e gratificante.
Eu estava tão divertida que adormeci com o cansaço ainda da noite anterior, sentindo-me uma criança, mas sabendo perfeitamente que necessitava daquele descanso para mim própria, ou o tornozelo nunca melhoraria e eu estaria tramada.
Não tive sonhos, eu sentia-me tão tranquila que dormi mesmo encolhida no sofá, sem qualquer tipo de pesadelos e eu sabia bem, que o feito dessa proeza, era do senhor Harry e da sua própria batalhação para não me deixar ficar sozinha enquanto dormia, ou fazia algo em que ele não confiasse!
Acordei umas horas depois, com a porta a abrir e aquele peru vinha a entrar pela porta com as chaves na mão, a rir-se que nem um menino, quando uma mulher mais velha aparece atras dele, mostrando-me que afinal, o Harry que eu tinha em tão boa consideração nunca tinha existido!

Bem minha gente já lá vão muitos meses, mas agora poderei escrever um pouco mais! Espero que gostem, falem para mim!
Beijinhos

Womanizer. HSOnde histórias criam vida. Descubra agora