Vinte e três

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×Samyra×

Um silêncio se instalou no ambiente e isso estava me deixando impaciente. Eu não queria falar mais nada. Apenas queria que ele me mordesse logo e me deixasse ir embora.

_Antes que eu te morda, você já tem sua resposta sobre a proposta que te fiz?_Ele se põe na minha frente de braços cruzados.

_Eu aceito. Estou precisando de dinheiro mesmo e isso vai ajudar._Digo por fim._Amanhã é o dia que estarei de folga. Como ficará o pagamento?

_Logo pela manhã passe no escritório do meu tio e ele te pagará._Ele me olhava intensamente e isso estava incomodando._Vai visitar seus pais?

_Sim._Falo com desdém._Agora por favor, trate de me morder logo, Senhor.

Ele chega perto de mim e levanta meu queixo para olhar em seus olhos. Senti o cheiro do seu perfume e fechei os olhos por breves segundos para inalá-lo melhor. Sua respiração está tão perto da minha boca que me desnorteia. Antes que ele encostasse na minha boca, afasto-me bruscamente.

_Estou aqui para te alimentar e não para servir de distração ou diversão para o Senhor._Encaro seu rosto com firmeza._Não faça mais isso. Por favor, não faça!

Ele se vira encarando o céu lá fora através da janela. Fito o chão perguntando a mim mesma onde criei forças pra desviar do seu beijo. Era fato, eu estou mesmo apaixonada por ele.

O que eu vou fazer agora?

Eu não posso ir contra tudo que venho apoiando até agora por causa de um sentimento. E pior, sentimento esse que é por um vampiro.
Levanto os olhos e me dou conta de que ele estava me observando. Corei ao vê-lo tão atento aos meus movimentos.

_Samyra, eu não estou fazendo de você a minha distração e nem minha diversão._Ele caminha em minha direção._Eu nunca senti esse desejo desenfreado de te beijar por ninguém. Só por você agora.

Minhas pernas tremem levemente e eu me forço a continuar de pé. Ele chamou meu nome e praticamente se declarou pra mim.
Volto a olhar para seu rosto e ele está me olhando com um brilho forte no olhar.

_O que você viu a pouco foi uma atitude inesperada de uma garota apaixonada por mim e que não é correspondida._Ele segura na minha cintura._A única coisa que eu quero agora é te beijar. Então por favor, não negue.

Ele olha pra minha boca por poucos segundos e encosta seus lábios nos meus. Uma das suas mãos que estava na minha cintura agora segura meu rosto. Ele coloca tanto desejo no beijo que acho que é capaz de sair faísca. Envolvo meus braços no seu pescoço e aprofundo o beijo.

Estou sendo fraca? Dane-se! Ele beija muito bem...

Ele me deita na cama e começa a distribuir beijos pela extensão do meu pescoço. Aquilo era fascinante e muito excitante. Sinto suas presas arranhando levemente e entendo que ele está avisando que vai morder. Logo sinto seus dentes cravando no meu pescoço. No começo a dor é intensa, mas logo vai dando lugar a uma sensação incrível de prazer. Ele volta a beijar a minha boca e sinto o gosto do meu sangue. No momento em que ele iria subir a minha saia, alguém bate na porta.
Levanto em um sobressalto e arrumo meu cabelo rapidamente. Ele sorri de lado me vendo agitada ao arrumar-me. Logo caminha até a porta abrindo-a.

_Desculpa se atrapalhei, mas vim trazer a Emi._Alícia entra com a garotinha nos braços adormecida.

Ela deita a menininha na cama e cobre-a com o lençol que provavelmente é do Albert.

_Bom, até amanhã. Boa noite.

Ela cumprimenta e vai embora. Olho pra garotinha que dorme tranquilamente e não evito sorrir. Ela tem os cabelos negros e enrolados combinando perfeitamente com seu rostinho arredondado e sua pele clarinha.

_Quando eu voltar da casa dos meus pais eu pego ela pra ficar comigo._Digo alisando os cabelos dela._Pode ser, Senhor?

_Pode. E pare de me chamar assim._Olho pra ele quando ouço isso._Me chame de você, de Albert ou de amor. Você que sabe.

Sorrio com a piada que ele fez. Mas espera aí...

Isso foi uma piada ?

_Bom, eu já vou indo._Levanto-me da cama._Até amanha, Albert.

Ele puxa meu queixo na intenção de me dar um selinho, mas eu desvio. Abro a porta e saio.

Que merda eu fazendo, meu Deus?

Ando pelos corredores pensando no quanto o coração é traiçoeiro. Estou apaixonada pelo meu inimigo e estou provocando o mesmo sentimento nele. Mas no meu caso o sentimento é real. Acabo dando de frente com Sabrinne.

_O Albert já se alimentou?_Ela pergunta me analisando.

_Sim, Senhora._Digo abaixando a cabeça._Agora eu estava me dirigindo para a minha ala.

_Hmm..._Ela se aproxima e toca meu braço._Espero que tenha uma boa noite.

Ela passa direto por mim e assim volto a seguir o meu caminho.
Eu tenho que ficar esperta com essa Sabrinne. Ela pode ser mais perigosa do que o Bryan.
Entro no quarto dos doadores e vou até o espelho olhar a mordida do meu pescoço.

E se Alícia não estivesse batido na porta? Será que...

_Samy?_A voz de Otávio me faz recobrar os sentidos.

_Ah, oi. Estava aí muito tempo?_Viro-me para olhá-lo.

_Não. O Inácio me liberou agora._Ele puxa minha mão e me abraça._Doeu muito essa mordida aí?

Estranhei o abraço, mas eu realmente estava precisando.

_Um pouco._Ele me solta do abraço._Mas vou ficar bem.

Conversamos por alguns minutos e logo o resto do pessoal volta do jantar. Hoje eu não estava com fome por isso que fui direto pro quarto. Tomei um banho e deitei-me. Acho que a Vera supôs que eu não estivesse muito bem pra conversas pois só sorriu pra mim antes de me deitar. Os dois beijos que o Albert me deu hoje não saíam da minha cabeça. Ficavam rondando como se quisessem me lembrar a cada segundo que eu estava fazendo tudo errado.
Me permiti deixar umas lágrimas descerem dos meus olhos pois eram tantas coisas pra pensar e seguir que estavam me deixando confusa.

Acho que vou enlouquecer...

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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora