Vinte e sete

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×Albert×

Sentei-me no sofá para esperar Alícia voltar. Fiquei observando Emilly brincar com uma boneca estranha que Alícia tinha comprado pra ela.

_Você quer brincar com a sorvetinho?_Ela estende a boneca em minha direção.

_O nome dela é sorvetinho?_Pergunto fazendo careta.

_Isso, sorvetinho!_Ela sorri e abraça a boneca._Linda, não é?

_Ô..._Falo irônico._Maravilhosa!

A risada do tio Inácio me fez lembrar que ele observava essa conversa. Olhei sem graça para ele.

_Você daria um bom pai, Albert._Ele diz ainda sorrindo._Você já está na idade de pensar em matrimônio com alguma vampira. Conheço várias famílias que querem se aliar com a nossa.

Casar?

_Ainda não penso em casamento._Engulo seco._Acho que combater a Resistência me trará mais alegrias do que casar.

Ele riu ainda mais e Alícia entra na sala. Ela tinha no rosto um enorme sorriso e isso já me deixou mais aliviado.

_O que o nosso pai queria?_Levanto-me rapidamente.

_Boas notícias!_Ela quase grita._Jump foi totalmente tomada. Nenhum resistente está mais nas ruas para incitar o povo a se rebelar.

_Isso significa que..._Incito ela a continuar.

_Em breve nosso pai mandará algumas pessoas que o ajudaram a acabar com a Resistência lá._Ela senta-se do lado de Emilly._Acho que ele vai mandar a Bruna pra cá. Seria ótimo!

_É verdade..._Ando pelo sala._Ela é uma ótima estrategista.

Ficamos conversando um pouco e sem me dar conta, quase todos da casa estavam participando dessa conversa. Vi Sabrinne subindo a escada silenciosamente como se não pudéssemos ouvi-la. Inventei qualquer desculpa e subi também.
Vi ela entrando em seu quarto e antes que ela fechasse a porta, passo rapidamente para dentro. Ela arregalou os olhos e fechou a porta provavelmente com medo de que ouvissem nossa conversa.

_Fugindo?_Digo com um sorriso sarcástico no rosto.

_Na-Não._Ela gagueja e bufa depois._Tá bom, eu estava fugindo.

_Vim ouvir sua explicação sobre ter me beijado daquela forma._Sento-me numa poltrona rosa que estava um pouco perto da janela._Estou ouvindo. Pode começar.

Ela olha pro chão, mexe nos dedos e depois senta em sua cama.

_Eu amo você, Albert._Ela começa._Eu só queria que você pudesse sentir o meu amor por você através do meu beijo.

_Pode parar por aí._Seguro forte no "braço" da poltrona._Você ainda não entendeu que eu não sinto o mesmo por você e que isso nunca vai acontecer?

_Mas Albert...

_Não, Sabrinne!_Repreendo-a._Se você não parar de me perseguir, eu vou ser obrigado a comunicar ao tio Inácio sobre essas suas investidas sobre mim._Levanto-me caminhando em direção a porta._Espero que você realmente entenda e tenha um pouco de amor próprio.

Abro a porta e saio rapidamente do seu quarto. Escutei algo se estilhaçando, mas ignorei. O problema de Sabrinne é que ela foi extremamente mimada pelos pais. Principalmente por Soraya que sempre fez todos os gostos da filha. Ao decorrer dos anos, Sabrinne foi crescendo e se tornando cada vez mais insuportável de se dialogar. Só falava em casamento, roupas de grife, botas cor de rosa, esmaltes chamativos...
Nunca vi mais fútil!
Fiquei no quarto até por volta das 14hrs. Tomei um banho e resolvi descer pra ver como estavam lá em baixo. Desço a escada e escuto os gritinhos de Emilly pela sala.
Avistei ela brincando de correr com Alícia. Fiquei da escada vendo-a correr balançando seus cabelos ondulados, mas logo percebi a presença de mais alguém na sala.

_Que garotinha barulhenta!_Soraya quase grita fazendo Emilly parar._Faça essa menina calar a boca ou vou estourar os tímpanos dela com minha voz supersônica.

Se caso Soraya abrisse a boca e começasse a gritar, sua voz emitiria ondas que faria os ouvidos de um humano estourar. E se ela concentrasse mais poder, era capaz de espatifar o crânio.

_Você não vai fazer nada com a menina._Termino de descer a escada._Ela é uma criança e é normal ela brincar fazendo barulho. E se o tio Inácio autorizou que ela ficasse, ela fará tudo que tem direito.

Soraya me olhou com os olhos flamejantes de ódio e se retirou rapidamente.

_Engraçado né?_Alícia começa._A mulher que tem o poder de estourar os ouvidos de alguém pedir silêncio a uma criança. Só pode ser doida.

_Só pode ser doida né, tia Ali?_Emilly repete nos fazendo sorrir.

Fiquei observando Alícia se divertir com a menininha e me deixei ter boas recordações do nosso tempo de infância. Eu e Alícia sempre íamos a um riacho perto de Jump que tinha uma água límpida e bem gelada. Sempre que dava, corríamos pra lá afim de fugir do nosso pai. Ele não era um homem terrível, mas nos obrigava a estudar diversas coisas super chatas. Nossa mãe sempre sabia onde nos encontrar e quando ía nos buscar, sempre levava um lanche para nós. Que saudade da nossa mãe... Que saudade da nossa infância...

_Albert?_Alícia estalava os dedos na minha frente._Ô alien? Você está aí?

_Ei, alien é você._Digo voltando a prestar atenção no que estava acontecendo a minha volta._O que foi?

_Os doadores já chegaram._Ela pega Emilly que dormia no sofá._Vou levá-la pro seu quarto. Aí a Samyra vai buscá-la mais tarde.

Acompanhei minha irmã até meu quarto e ajudei a colocar a garotinha na cama. Ela foi pro quarto dela alegando precisar repôr as energias que havia gasto com a menina. Já eram quase 16hrs e eu fiquei no quarto esperando a Samyra vir buscar ela.
Depois de uns 30 minutos, alguém bate na porta. Ajeito meu cabelo no espelho e abro a porta.

_Oi._Samyra me cumprimenta._Vim buscar a Emi.

_Entre._Abro passagem pra ela._A garotinha dormiu.

Ela se aproxima da cama e alisa a testa da menininha.

_Já arrumou as coisas dela?_Samyra pergunta me olhando.

_Hm... Acho que tudo dela está com Alícia._Abro a porta novamente._Espera aqui que eu vou buscar.

Ela assentiu e assim saio do quarto em direção ao de Alícia.

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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora