Quarenta e cinco

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×Samyra×

Depois de um tempo é chegada a hora do almoço. Os doadores já estavam prontos e saíram organizados em filas. Claire estava dando em cima depois da entrega desses aparelhos. Provavelmente deve ser ordens dos Mansonni. Yanka foi almoçar e Vera aproxima-se de mim.

_Não vai comer?

_Não, estou sem fome.

Desço do beliche e inesperadamente eu abraço-a. Ela retribui da mesma forma me emocionando.

_Alguma coisa está acontecendo, não é?_Ela alisa meus cabelos._Não quer desabafar?

_Sei lá, estou com medo de falar demais e acabar te prejudicando._Saio do abraço._Eu amo muito você, Vera. No momento eu só tenho você e eu me preocupo com seu bem estar.

_Você está me assustando, Samy._Ela pisca os olhos algumas vezes._Abre o jogo. Não quero ser pega de surpresa se qualquer coisa acontecer.

_Prometo te contar quando eu me sentir mais segura pra falar sobre isso. Tudo ainda é muito novo pra mim e eu tenho poucas explicações sobre o assunto.

_Só espero que você não esteja grávida._Ela ironiza e cai na risada._Eu espero o seu tempo e eu te amo muito.

Nos abraçamos novamente e assim fui tomar um banho. Me vesti, ajeitei meus cabelos e terminei de me arrumar. Vera foi esperar o Felipe sair do Palácio para namorar um pouco. Fico temerosa com esse namoro pois sei que Alícia já deve estar apaixonada pela Vera. Vou até o jardim andar um pouco pra espairecer. Gostaria de ter como ligar para os meus pais mas acho que eles não tem um aparelho desse. Vejo uma flor totalmente fechada no jardim, não resisto e toco nela levemente. Logo ela abre-se revelando uma linda flor de cor azul.

_Nossa..._Sussurro impressionada.

_Também aprendi a fazer isso._A voz da Sabrinne ecoa atrás de mim._Tudo bem, Samyra?

_Tudo. A senhora quer alguma coisa?_Pergunto arrepiando-me.
Ultimamente tenho tido medo de tudo. Não é pra menos.

_Você não é uma bruxa, isso eu já sei. Seu sangue faria muito mal ao Albert._Ela se aproxima._O que de fato você é, garota? Qual a fonte do seu poder?

_Hãn? Desculpa, não entendi bem. A senhora acha que eu tenho poderes?_Tenho que ser bastante convincente.

_Não se finja de boba porque eu vi você desabrochando aquela flor._Ela aponta para a mesma._Não vai me dizer? Prefere que eu descubra sozinha?

_Eu não desabrochei aquela flor._Respondo firmemente._A essa hora ela está desabrochando pelo seu processo natural. A senhora está se confundido, perdão.

Ela me olha com os olhos semi cerrados. Sinto sua fúria ao me observar.

_Você chegou devagarinho, ganhou o Albert e agora está toda cheia de mistério._Ela aponta o dedo pra mim._Saiba que eu estou muito empenhada em descobrir seu segredo. Bom, só posso desejar sorte pra você. Até mais, florzinha.

Ela solta beijo para mim e some na sua velocidade vampírica.

Hoje definitivamente não é o meu dia...

Olho pro céu perguntando ao morador dele o por quê desse azar todo. Por que eu me meti nessa? Qual a necessidade disso tudo? Será que não já está bom?
Respiro fundo tentando não chorar mais. Meu rosto vai virar um tomate de tanto chorar. Vejo o Otávio vindo em minha direção sorrindo.

_Oi, Samy._Ele me abraça._Você está bem?

_É a última coisa que eu posso estar no momento._Respondo com um leve sorriso no rosto._Como foi lá?

_Ouvi que o Inácio vai marcar a data pra passar poderes aos transformados._Ele cruza os braços._Mas nada demais.

_Hm, okay._Coloco as mãos na cintura._Você acha que eu estou mudando?

_Hm..._Ele me analisa._Seus olhos parecem estar mudando de cor. Está fazendo alguma coisa pra isso acontecer?

_Não, acho que é genético. Enfim, obrigada por falar a verdade. Vamos comer?

Enlacei meu braço no dele e fomos em direção a cozinha. Se for pra sumir que eu possa guardar na memória lembranças boas dos meus últimos dias. Os amigos que ganhei, os momentos das risadas e até o homem que ganhou meu coração. Não posso negar, eu sou apaixonada pelo Albert e irei levá-lo no meu coração pra sempre.
Sentamos na mesa juntamente com os outros e almoçamos sempre conversando coisas paralelas. Liv disse estar sendo tratada de uma forma melhor pelo Bryan. Mas temos certeza que não foi pela bondade dele e sim pelo medo de perder a autorização de ter um doador. Senti a Fabricia me olhando de forma estranha, não sei bem explicar. Terminamos de comer e cada um foi fazer sua higiene bucal. Durante a escovação, me senti um pouco tonta e me apoiei na pia temendo cair de uma vez. Respirei fundo e senti uma forte pontada na cabeça. Dessa vez meu gemido de dor chamou a atenção de Gabriel.

_Você tá legal, Samy?_Ele segura meus ombros._Nossa, você está quente. Vem, vem deitar.

Consigo terminar de lavar a boca e o Gabriel me ajuda a sentar na cama da Yanka.

_Você está bem, tia Samy?_A voz de Yanka me faz olhá-la como se implorasse pra ela fazer parar.

_Ela está suando frio._Gabriel diz para Vera que se aproxima.

Começo a escutar tudo como um eco muito distante. Minha mente começa a não assimilar mais nada. Minha vista se torna turva e eu só consigo ouvir os batimentos do meu coração. Um tempo depois começo a ouvir a voz da Vera e da Yanka. Consigo enxergar tudo com mais exatidão e sinto a mão da Yanka no meu coração.

_O que aconteceu?_Digo sentindo meu corpo molhado._Isso é suor?

_Nossa, garota! Você quer me matar?_Vera suspira._Fiquei quase uma hora te chamando aqui. Você está bem?

_Quase uma hora?_Pergunto abismada._Nossa...

_Mandei o Felipe buscar alguma coisa forte pra você inalar e acordar. A Fabricia ficou nos observando de longe. Ela está estranha.

Felipe entra no quarto segurando um pote com álcool. Ele sorri aliviado ao me ver acordada.

_Ela já acordou._Vera fala assim que ele se aproxima._Vamos concordar que você anda estranha demais.

_Pois é, tenho que concordar... Eu estou estranha demais.

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Lembrem-se que essa narração é antes da Alícia morder a Vera. 👏
Quero ninguém perdido aqui hein?

Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Where stories live. Discover now