O15. matemática do sono

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    Como resultado da longa noite anterior, quando meu sono foi substituído pela insônia, eu relutava contra minhas pálpebras que pareciam pesadas demais e insistiam em se fechar, meus pensamentos estavam embaralhados, e o zumbido das conversas dos outros alunos parecia distante e confuso.

Olhei ao meu redor, observando os rostos sonolentos de alguns de meus colegas de classe, todos eles bocejando e esfregando os olhos, compartilhando meu estado de exaustão. Era evidente que todos compartilhávamos o mesmo sentimento de que as aulas de matemática no início da manhã eram um verdadeiro teste para nossa resistência.

O professor ainda não tinha chegado, e o relógio na parede parecia se mover mais devagar do que o normal. Era como se o tempo estivesse zombando da minha necessidade desesperada de descanso. Uma parte de mim desejava estar em qualquer lugar, menos naquela sala de aula.

Então, com um suspiro resignado, me recostei na cadeira, esperando que o professor chegasse e tentando afastar a sonolência que parecia pesar sobre meus ombros como um cobertor.

Minha mente estava tão desatenta que nem notei quando Joseph entrou na sala, mas não estou tão dispersa ao ponto de não notar sua presença ao meu lado, ocupando o lugar vazio que ali se encontrava.

O calor do corpo de Joseph ao meu lado trouxe um consolo momentâneo. Era como se um manto quente tivesse sido gentilmente lançado sobre meus ombros naquela sala gélida. Embora não fosse o momento mais apropriado para o ter como companhia, também me senti imensamente grata. Talvez sua presença pudesse distrair minha exaustão implacável.

Ter Joseph ao meu lado trouxe a lembrança do café da manhã constrangedor com minha família hoje. Meu pai resolveu fazer um verdadeiro interrogatório sobre por que Joseph me procurou tão cedo em nossa casa. Foi complicado explicar que o garoto não me procurou, apenas estava seguindo sua rotina de exercícios quando eu o vi pela janela do quarto. Tive que convencê-lo de que desci para falar com Joseph porque acordei muito cedo ─ sim, menti, mas apenas para evitar preocupações desnecessárias ─ e precisava tomar um ar, apenas por isso e nada mais.

Antes que meu pai pudesse fazer mais perguntas, comentei sobre Joseph ter preparado o jantar do evento na casa dos Conway. Foi uma estratégia para desviar o interrogatório indesejado, e funcionou. Eles começaram a falar sobre isso, e não mais sobre a minha manhã com Joseph.

Saindo de meus devaneios, olhei para Joseph ao meu lado, e seu rosto imediatamente torceu em uma careta de preocupação.

─ Você parece péssima. ─ ele observou, com uma franqueza reconfortante.

─ É tão óbvio assim?

─ Totalmente.

Esbocei um sorriso fatigado, e minhas pálpebras pesaram como chumbo.

─ Se eu tivesse que calcular o tamanho e a intensidade do meu sono agora, seria impossível, já que estou no meio de um sono imensurável. ─ brinquei, coçando meus olhos ardentes.

Joseph soltou uma risada anasalada.

─ Parece que você realmente não dormiu nada, hein?

─ Nada mesmo. ─ suspirei, sentindo o peso da exaustão. ─ Mas será que podemos não focar no meu sono colossal? Por favor, me distraia, ou vou adormecer a qualquer momento.

Ele concordou com um aceno de cabeça.

─ Claro. Há algo que eu deveria ter te perguntado mais cedo hoje.

─ Por favor, pergunte. ─ disse, apoiando o cotovelo direito na mesa e descansando o rosto na mão, observando Joseph.

─ Qual é o seu jogo de videogame favorito?

Algumas infinidadesWhere stories live. Discover now