R E L A C T S C L A R Y

10.6K 888 246
                                    

BEFORE...

CLARYCE HORNAN


Eu sempre desejei ter um. amor como o dos livros. Cheio de paixão em seu estado puro, mas bem, não foi exatamente isso que a vida planejou para mim. Conhecer Jace Coleman me trouxe problemas. Fala sério, o capitão do time e garoto mais bonito e disputado do time de basquete da escola... Claro que me traria problemas. Eu estava crente que não nos envolveríamos, nunca, mas isso aconteceu e caramba, ele era incrível. Era mais que um menino iludido por conta de garotas gostosas e o posto de capitão do time. Ele era humano, humilde, mas com o ego ligeiramente elevado. Sei que por trás de toda aquela marra, existia um Jace ferido, quando mencionava família seu olhar automaticamente murchava e o assunto morria ali mesmo. Como todo o relacionamento, brigávamos, ele tinha um temperamento forte e às vezes sua posição de status subia-lhe a cabeça, mas eu sempre entendia, sempre perdoava as coisas humilhantes e grosseiras que ele dizia.

Bom, até o dia em que descobri que, aos dezesseis anos, estava grávida de alguns meses, nossa, no mesmo dia fui para casa de Paige, minha melhor amiga. Chorei como nunca havia feito antes, expus minha bagunça para fora. Neste dia estávamos brigados há uma semana, sem se falar direito, sem interagir um com o outro, mas mesmo com tudo isso achei que ele tinha o direito de saber que teríamos um filho juntos, eu estava apavorada. Então Paige me encorajou a ir até a casa dele para contar, e eu fui, mas tudo despencou em cima de mim mais uma vez quando flagrei Jace, o cara que eu amava com outra.

Outra qualquer, uma droga de uma loira qualquer enrolada em seus braços. Ele me viu, tentou se explicar, mas eu estava tão atordoada que saí correndo, não acreditando que todas aquelas palavras de amor que ele me disse foram em vão. Peguei um táxi até minha casa e quando cheguei me joguei nos braços da minha mãe, contando tudo a ela, a traição, a gravidez, e ela? A única pessoa que estava lá para me socorrer. O choro era tão intenso que o ar foi indo embora dos meus pulmões ao poucos e quando vi já estava sem conseguir respirar, minha vista foi ficando embaçada e uma dor aguda se instalava no pé da minha barriga, uma dor dilacerante. Por um segundo, antes que tudo escurecesse, pedi a Deus que não estivesse tudo bem com o bebê.

Quando acordei no hospital, Paige estava lá com minha mãe a consolando. Seu rosto estava coberto de lágrimas, não parecia ser tristeza, mas não me recordo de ver algum tipo de felicidade naquilo. Elas me viram e eu disse que estava tudo bem e então em meio aos soluços elas me disseram que eu havia perdido o bebê, e eu assim como elas, chorei em causa dele. Aborto espontâneo, assim que o médico disse quando entrou na sala. Mas mal sabia eu que nem tudo estava perdido, descobri que por trás daquela notícia triste, havia outra noticia, talvez a mais linda de toda a minha vida.

Eu havia perdido um bebê de dois que havia em mim, eu iria ter gêmeos, mas com o aborto espontâneo um não resistiu. O menininho. Restando assim, a menina, me fazendo chorar e agradecer. Saber que Jace não iria estar comigo nisso me dava um desespero momentâneo, mas lembrar do que tinha acabado de ver em sua cama me dava a força que eu precisava naquele momento. Ao saber de tudo isso minha mãe mal podia acreditar, ela adorava Jace, talvez pelo fato de me vir tão feliz no amor, já que ela só foi até eu nascer que foi quando meu pai foi embora.

Quanto a gravidez, ela só disse que me amava e estaria do meu lado para sempre e sobre isso eu devo agradecer muito a ela. Por causa do aborto eu tive que ficar em repouso absoluto em casa por alguns meses, é claro que meu celular ficou cheio de chamadas perdidas e mensagens de Jace e ele foi à minha casa inúmeras vezes, mas minha mãe não o deixava subir. Então eu o ouvia chorar e se lamentar nos braços da minha mãe, enquanto ela o dizia que sentia muito por tudo ter chegado a esse ponto, mas dizia a ele que não tinha chegado ao fim ainda.

Eu sabia o que ela queria dizer com isso, ela se referia a nova vida que nascia dentro de mim e ah, como eu a amava. Minha garotinha. Depois de um tempo, Jace, como era mais velho que eu, fez dezoito e resolveu ir para uma universidade longe de Charleston, eu fiquei arrasada, mas sabia que era o melhor para ele. Já estava com cinco meses quando decidi o nome da minha filha, Roselie Coleman. Eu estava tendo aulas em casa já há algum tempo, não poderia correr o risco de alguém contar para Jace sobre a gravidez. Poderia ter colocado meu sobrenome, mas quis colocar o dele, para ter sempre parte dele perto de mim, na minha filhinha.

Quando Rose fez um ano, arrumei minhas malas para me mudar para Toronto, minha mãe ia comigo, pois eu precisava de alguém para me ajudar com Rose e não queria deixar minha mãe sozinha em Charleston. Eu me inscrevi para a UT às pressas, não tinha um motivo especial e para melhorar Paige também foi aceita, então iríamos morar juntas, todas nós. Uns meses depois fomos. Arrumamos tudo que estava dentro das malas na casa já mobilhada e no dia seguinte dei a mama de Rosie e fui com Paige para o primeiro dia na universidade.

Caramba, como eu estava nervosa. Entramos e reparei nas várias mesas cheias de pessoas diferentes em cada uma delas, Paige me avisou que ia ao banheiro e fiquei lá, parada, encostada na parede com meus livros e cadernos encostados ao peito, esperando que minha melhor amiga voltasse logo.

Meu olhar foi passando de mesa em mesa, quando vi uma mesa cheia de caras e garotas em seu colo. Tudo estava bem. Bom, bem até meu olhar pairar sobre os olhos azuis tão conhecidos pelos meus. Sim, ele estava lá, Jace, Jace Coleman. Ele me encarou e meu corpo enrijeceu me protegendo de qualquer reação impulsiva. Tinha uma garota em seu colo, ela era linda, parecia ter saído de uma capa de revista. Meu desespero crescia e enquanto ele me olhava me lembrei de minha filha, da nossa filha, na verdade. Paige voltou animada dizendo algo sobre ter secadores nos banheiros femininos, mas ela se calou ao ver minha expressão digamos que assustada. "Ele está aqui!" eu sussurrei e ela seguiu meu olhar, vendo o cara que partiu meu coração, o pai da minha filha, parado bem na nossa frente.

Eu sabia que Paige sentia uma certa raiva dele, então quando a força voltou a mim, puxei-a pelo braço, desviando o olhar de Jace e tirei-nos dali. Será que ter reencontrado ele seja um sinal? E se ele me vir com Rosie em algum lugar? Vai querer saber dela? Não, ele nunca vai saber dela, ele não merece. Ah meu Deus, tinha como piorar? Mas eu sempre soube que depois de Jace Coleman minha vida não seria a mesma.

•••

Pessoal, eu estava muito ansiosa para esse relato da Clary! Espero que gostem e votem para ajudar na divulgação. Beijinhos❤❤

P.s: O relato não foi revisado devido ao tempo pequeno que tive ❤

LET ME FIX US Onde as histórias ganham vida. Descobre agora