7| Oh, bebê

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CLARICE HORNAN

Não consigo pensar. Minha mãe e meu bebê estão num hospital, Jace acaba de desconfiar que é o pai de Rose e que ela é minha filha. Minha cabeça está quase explodindo, mas agora tudo o que eu preciso é vê-la.

"Roselie Coleman. Aguarde um pouco e a senhorita poderá ver sua filha, ela está passando por uns exames." Faço que sim e as lágrimas rolam por minhas bochechas quentes. Choro porque tenho medo de que Rose tenha alguma sequela, por mais minúscula que seja, ela é só um bebêzinho. Sei que minha mãe está bem porque ela me mandou uma mensagem quando estava no carro dizendo para eu me preocupar com Rose e que ela estava melhor. Jace tem uma expressão neutra no rosto, mas noto uma palidez nele. Ele segura minha mão e me puxa para sentar ao lado dele numa das cadeiras azuis no canto da parede.

Com sua outra mão ele encosta minha cabeça em seu ombro e eu deixo, não me resta mais nada a não ser esperar. Ficamos ali, por alguns minutos torturantes e me pergunto o que está pensando. Quando o olho de relance e vejo que franze as sobrancelhas. A enfermeira se aproxima e vejo que em seu bolso está o leãozinho de pelúcia de Rose. Me levanto e Jace faz o mesmo sem soltar minha mão, gesto que me enfraquece e ao mesmo tempo me dá a força necessária.

"Senhorita Hornan?"

"Sou eu!"

"Roselie já pode receber visitas. Você é o pai?" Ela aponta para Jace, que alinha os lábios. "Pode vir também." Ela sorri e ele retribui. O corredor claro parece enorme, minhas lágrimas cessam e ao ver a porta aberta vejo Rose sentada numa maca pequena sendo segurada por um enfermeiro. Corro á caminho dela e a pego, sentindo suas bochechas molhadas nas minhas e seu cheiro de baunilha fresca. Dou-lhe um beijo estalado e ela sorri fraco pela primeira vez na vida.

"Meu amor, que bom que você está bem, que bom, que bom." A ponho na maca de novo. "Pode me dar a pelúcia?" Me viro para a enfermeira e ela sorri fazendo que sim com a cabeça. Quando Rose o vê, fica animada.

"Lilo, mamãe!" Ela sorri quando entrego seu melhor amigo a ela.

Um peso forte do meu coração é tirado, mas lembro que ainda existe outro. Olho para Jace emocionada por ela estar bem. Ele está com os olhos marejados e os braços estendidos ao lado do corpo. Suas mãos tremem de leve e eu tento sorrir. Me aproximo e estendo minha mão com medo de que ele não a pegue e esteja chateado.

Mas ele firma sua mão na minha e meu sorriso se alarga. O aproximo, deixando-o na frente de Rose. Solto meu dedo presa à mãozinha dela e ponho o dele, que deixa uma lágrima escapar pelo canto do olho.

Ele a olha fundo, seus olhos brilham com o contato e com os outros dedos da mesma mão ele alisa o peito da mão de Rose. Eu esperei tanto por isso, por esse contato, por essa prova de que o amor não tem padrões, distâncias e carências.

Rose sorri e vira sua cabeça de lado, fazendo Jace sorrir e me olhar com um leve traço de emoção. Ele a ama, posso sentir. Posso ver que está contente, ou até mesmo aliviado por ela estar bem. Mal notamos quando Alicia a enfermeira, como está em seu crachá, entra pela porta.

"Vejo que ela está mais do que bem. Preciso leva-la para fazer um último exame, já que estavam preparando a sala, logo ela estará de volta." Faço que sim e elas saem, Rose como é boazinha, vai, dando tchauzinho com as mãos. Eu e Jace nos olhamos e ele vem ao meu encontro com os braços abertos, me envolvendo em um caloroso e delicioso abraço.

"Ela está bem, que bom que ela está bem..." ele diz com a boca encostada contra meu cabelo.

"Sim, ela está, lindo. Ela está muito bem."

"Pensei que não iria conhecê-la quando estávamos sentados lá fora."

"Não, não. Ela está aqui, nós estamos aqui, Jace." Ele concorda com a cabeça e se afasta de mim, secando a água em seu rosto.

"Precisamos conversar depois, sabe disso, não é?"

"Sei, vamos conversar. Será que você pode ficar aqui para o caso de ela voltar? Preciso ver minha mãe." Ele sorri.

"C-claro, eu fico aqui sim." Dou-lhe um beijo na bochecha, mas ele vira meu rosto e me dá um selinho demorado. Sorrio com o gesto bonito e ele respira fundo.

Depois de falar com minha mãe ela recebe alta, logo em seguida Rose recebe também, mas nem preciso me locomover para busca-la, Jace vem caminhando com ela no colo. Ela brinca com uma mecha pequena de seu cabelo, minha mãe tem um riso orgulhoso no rosto e meu coração afrouxa de felicidade.

"Oi, mamãe." Ele diz e desabo em lágrimas, sonhei tanto com esse momento. Abraço os dois e ouço Rose soltar grunhido de reprovação e rimos juntos. O cheiro dele misturado com o dela me faz ir nas nuvens e voltar sã e salva para casa.

"Bom, meninos, acho melhor irmos para casa, está bem tarde e eu acho que a Rose precisa dormir." Minha mãe diz e Jace concorda com a cabeça.

"Onde está o carro de vocês?" Ele fala.

"Foi rebocado, mas amanhã nos preocupamos com isso." Mamãe sorri para ele.

"Clary, será que você pode dirigir? Ela está quase dormindo aqui e não acho que seria bom tira-la." Jace diz olhando para Rose, que está com os olhinhos quase fechados em seu colo. Concordo com a cabeça e seguimos para casa. Noto que minha mãe não para de sorrir, sei que ela sonhou com isso até mais que eu, e agora que está tudo esclarecido, bom, nem tudo, vamos todos para casa.

•••

Pequeno, mas suficiente para que vocês entendam.
(Não revisado)

C O N T A T O

t w i t t e r • EmillyCostabook

i n s t a g r a m • textosquesou

f a c e b o o k • Let Me Fix Us

UM CHEIRO E ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO!

Emilly Costa.

LET ME FIX US Onde as histórias ganham vida. Descobre agora