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S/n ~ apartamento
       ~ New York

A cafeteira tinha despejado suas últimas gotas de café na xícara. Observo pela janela e consigo notar a neblina do lado de fora que começava a se formar e por ela, o frio estava tomando conta das beiradas do vidro se fechando para dentro, o que deixaria impossível de se ver lá fora daqui a pouco.

Pego o café e dou um gole andando em direção a sala. Desligo a TV que estava ligada, passo pela estante e puxo algum livro pra ler e sigo para o meu quarto, desligando também todas as luzes.

Eu começava a ficar com sono. Era notório já que as linhas começavam a se entrelaçar umas nas outras nas páginas e meus olhos demoravam a se abrir quando eu os fechava. Quando eu vou pra cochilar de uma vez, ouço algo se quebrar na sala. Mas que merda é essa? Pego meu celular e visto um roupão, abro a porta sem fazer barulho algum e sigo o corredor, com cautela, até o final, onde eu teria uma visão ampla de tudo. Com o coração já acelerado eu ligo a luz.

Minhas pernas ficam trêmulas e fracas, quase caindo em estado de puro choque. A minha frente, cacos espalhados pelo chão de uma escultura de porcelana e acima, uma forma de um homem alto, com vestimentas desconhecidas e levemente queimadas, com tons de verde e preto e com detalhes dourados, seu cabelo longo era mais escuro que carvão sem brasa e estava escorado com o cotovelo na estante, com o uma das mãos pressionando a região da barriga. Ele se vira e consigo ver seus olhos azulados e sua pele pálida me encarar. Eu sabia quem era, Loki Laufeyson, o irmão de Thor. Mas, por quê? O que ele fazia aqui?
Em seguida ele tenta permanecer em pé mais uma vez antes de cair sentado no chão e solta um gemido baixo.

Vou até ele depois de recuperar forças para andar e deixo o celular na mesa. Ele estava... sangrando? Eu nem imaginava que isso seria possível.

— O que faz aqui? — ouso perguntar.

— Eu sou Loki, de Asgard. Belo aposento lady.

— Sei quem você é. Já vi você e seu fracassado exército destruir esse lugar uma vez. Mas essa não foi minha pergunta.

— Você é corajosa de me encarar assim... Ai. — dessa vez ele expressa sentir dor.

— Você precisa ir no hospital.

— Enlouqueceu? Se eu piso naquele lugar nojento eu vomito na entrada.

— E o que quer que eu faça? Tampe seus olhos pra você ir? Eu não posso fazer nada. Devia ter pedido ajuda no seu reino.

— Por mais que seus métodos terráqueos sejam primitivos, não posso voltar, não agora. E se eu fosse no seu hospital, eles se recusariam a me ajudar pelo o que eu fiz.

— E por que eu ajudaria?

— Eu não espero isso. Mas é uma tentativa.

Eu pude ver que ele estava sofrendo. Não acredito que estou prestes a ajudá-lo. Ele podia estar me enganando, mas eu não tenho ideia de suas intenções.

— Espera aqui.

Pego minha maleta de primeiros socorros no banheiro e começo me preparar. Como se ele já esperasse, se deita e rasga a parte da roupa onde estava a ferida. Tinha um pedaço de metal dourado, não muito grande, enfiado no seu corpo.

— Isso vai doer. — aviso.

— Eu sou um deus, tenho certeza que não va... AAAAH!

— Ainda quer terminar a frase?

Ele ri e esboça um sorriso com os olhos fechados.

Assim que termino os curativos necessários ele logo se levanta, e eu também. Pego o pedaço de material estranho que estava no chão e uso como arma, já que o que quer que aquilo seja, conseguiu feri-lo.

— Acho que já que não te matei até agora, não tem necessidade de se preocupar. Te poupei disso e já que não há mais perigos... — Ele olha para o metal e estende a mão. — ... pode me entregar?

Dou um passo para trás e escondo atrás de mim.

— Eu vou ficar com isso. Você pode ir, não quero problemas com você, com seu povo ou seus alienígenas esquisitos.

— Como desejar, lady... S/s.

— Como sabe o meu nome? — aponto o objeto para ele e o encaro furiosa.

— Ei ei. Vamos aos fatos, mortal. Está escrito na sua maleta aí no chão propriedade de S/n S/s. E a não ser que tenha a força de um deus, não vai conseguir me ferir com isso. — ele segura minha mão e abaixa, se aproximando.

— Só S/n.

— Você é bem bravinha. — ele inclina a cabeça, analisando meu rosto com seus olhos.

— É melhor você ir não acha?

— Tem razão. Podem me localizar já que recuperei o que precisava. — um cubo azul surge em seus dedos, o tesseract.

— Aqui, essa coisa. — estendo o objeto pra ele.

—Pode ficar com isso, como lembrança. — ele pisca pra mim. — E obrigado pela ajuda, S/n, vou me lembrar disso caso eu domine esse planeta repugnante.

— Se quer minha lealdade Loki, esqueça.

Ele apenas sorriu maléfico e em uma fumaça azul e preto, desapareceu.

Olhei as horas pelo celular e estava de madrugada, 4 horas e 28 minutos exatamente. Aproveitando que meu sono tinha desaparecido tão rapidamente como o deus com o tesserract nas mãos, pego a maleta de primeiros socorros e guardo. Limpo os cacos que estavam no chão e vou para o corredor, levando aquele metal que, provavelmente, era asgardiano. Eu guardei num cofre, atrás de um quadro do corredor. Vou para o quarto e me deito na cama, pensando no que acabara de acontecer. Depois de muito custo consigo pegar no sono e dormir.

Entre Reinos · Imagine Loki LaufeysonWhere stories live. Discover now