Assim que acordo, com custo consigo ver as horas pelo celular. Andar pelo parque, encontrar a Liz pra tomar café e ler, esses são meus planos pro dia de hoje.
Vou para o banheiro e faço aquela higiene matinal. Assim que saio vou para a cozinha.
— Pijaminha bonitinho. — Loki estava sentado, com um livro em uma perna me encarando sorridente.
Olhei pra baixo e tinha me esquecido de colocar o roupão.
— Não estou acostumada a ter visitas dormindo na minha sala. — giro e volto para o quarto. Que vergonha.
— Se quiser ficar com ele, não me incomoda. Está belíssima.
Esse elogio me fez arrepiar por uns instante, e que me deixou feliz.
Assim que retorno, já de roupão, vou pra cozinha preparar algo. Não tinha muito na geladeira, o suficiente pra dois. Eu tinha que ir fazer compras, mais um item pro afazeres de hoje. Peguei um pão, coloquei queijo e presunto e deixei esquentando enquanto fritava dois ovos na frigideira. Coloquei tudo em um prato e peguei um suco que estava pela metade e despejei em dois copos. Enquanto eu acabava de preparar tudo, imagino se ele comeria aquilo ou não. Pego os pratos e os copos, me sento ao lado dele e entrego. Ele fez uma cara estranha de começo e depois de cheirar um pouco comeu.
Eu o observava, pensativa, até que percebo que algo ainda não estava claro pra mim.
— Loki.
— Sim?
— Como conseguiu entrar, digo, subir no elevador e chegar até aqui?
Ele deixa o prato de lado, se vira totalmente em minha direção enquanto termina de mastigar e em um show de luzes verdes, surge uma cabeleira de fios brancos, roupas velhas e por fim um chinelo bem grosso com uma tira de pano.
— Isso responde você, mocinha? — a voz de Loki tinha desaparecido assim como sua aparência e surgiu um clone exato da Sra. Raven.
— Isso é incrível. Errado, mas legal.
— Obrigado, obrigado. — ele diz voltando a sua forma, se exibindo.
Assim que terminamos eu recolho tudo e vou a cozinha, lavar as louças que tínhamos acabado de sujar.
Enquanto lavo, sinto a presença de Loki se aproximar, curioso. Viro meu olhar até ele que expressava confusão como se não entendesse algo.
— Que foi? — pergunto.
Ele olha para todos os cantos, coloca as mãos para trás e pergunta.
— Onde está seu servo?
Começo a rir.
— Do que está rindo?
— De você. — recupero o fôlego. — Aqui é cada um por si.
— Cada dia que passa começo a odiar mais esse lugar.
Fico pensativa. Ele não sobreviveria sozinho sem antes saber de algumas coisas. Mesmo com uma inteligência que jamais percebi em nenhum outro ser, sei que ele precisaria de ajuda. O que me corrói por dentro é que ele é Laufeyson, príncipe de Asgard, um deus e considerado o mais esperto de todos. Está completamente estranho se render aos costumes humanos e querer viver assim. Eu não posso confiar nele.
— Olhe. Dessa forma você coloca sabão nessa esponja e esfrega até sair toda a sujeira desse prato. Lava, seca com esse pano e é só guardar pra usar outra vez.
— Muito cansativo. — ele olha com desdém, se vira e senta no sofá outra vez.
Minha vontade era de pegar o mesmo prato e tacar na direção dele, de preferência, que o acertasse de raiva e ódio por ter gastado minha explicação.
Depois de um tempo, já terminado de me trocar, pego meu sobretudo e visto.
— Onde quer que tenha que ir, eu vou com você. — Loki se levanta e segue até mim.
— E deixar que todos te vejam? Pode tirar essa ideia da cabeça.
— Não vão me ver. Qual o melhor?
Ele rapidamente faz três trocas rápidas de sua aparência. De um senhor de idade com um boné, suéter e calças xadrez, para uma mulher com um vestido curto e decotado na frente e vermelho, até um homem de bigode, alto, forte, usando suspensórios e uma gravata listrada azul. Faltava até um óculos para se parecer com Clark Kent.
— Essa mesmo, está mais sexy. — provoquei.
— Sim, se eu usasse a forma da mulher te deixaria transbordando de inveja, tanta que os olhos dos homens seriam virados a mim, e não pra você.
Aquilo foi maldoso, já que eu não me arrumava tanto quando gostaria nos últimos dias por conta da correria do trabalho, dessa forma os pretendentes eram raros. Eu já estava fervendo de raiva e ele parecia ter percebido isso. Entramos no elevador e descemos, até a porta se abrir e nos depararmos com o porteiro. Eu esqueci desse detalhe. Eu fui a primeira a sair e Loki veio logo atrás. Stuart notou minha aproximação e olhou para mim sorrindo, mas quando viu que eu estava acompanhada, sua face mudou na hora.
— Bom dia senhorita S/s. Conhece esse rapaz? — ele apontou a caneta que estava nas mãos até o musculoso homem, que se posicionada ao meu lado.
— Sim. Ele está comigo.
— Não tem nenhum registro de autorização aqui. Conhece as regras.
— Sim, eu sei. Olha, eu sinto muito, isso não vai se repetir.
— Assim espero.
Stuart era um porteiro muito bondoso, mas quando se fazia algo errado ele mudava seu jeito meigo na hora.
— Nome e sobrenome, por favor.
— Lo... Logan. Logan Laufeyson. — respondo por ele.
Loki me olhou instantaneamente. Acho que não gostou do novo nome, mas no momento tínhamos que improvisar.
— E o que ele é seu?
Sem dar tempo de eu pegar um ar pra responder, Loki responde rapidamente.
— Namorado.
— O QUÊ? Não não. Somos amigos.
— Não, não somos não. — Loki se debruça no balcão e cochicha pra ele. — Ela não gosta de me assumir publicamente.
Eu apenas reviro os olhos, cruzando os braços.
— Eu entendo, a maioria das mulheres com quem eu saía no colégio não gostavam de sair comigo em público por causa do meu suor em excesso. Mas você é, com todo respeito, bem bonito. Espere, tem o mesmo problema?
— E como, você não faz ideia. Quando fico nervoso é aí que a coisa piora.
— Caramba. Eu achava que era o único.
— Desculpe interromper a conversa de vocês mas precisamos ir. — puxo o braço de Loki o arrastando para fora. — Até mais tarde.
— Até mais tarde. E Logan, eu tenho um creme ótimo que diminui isso. Depois eu passo pra você.
— Valeu amigo. — ele faz sinal de "ok" para o porteiro enquanto eu o arrasto para fora.
Depois de passarmos por três casas eu consigo deixar os nervos de lado pra questionar as atitudes que Loki tinha tomado para responder aquelas perguntas daquela maneira.
— Mas o que foi aquilo?
— Era a única forma dele não desconfiar. Vínculos afetivos como namoro traz confiança ao casal que, segundo ele, você poderia ter confiança total em mim. A conversinha esquisita foi pra conquistar ele como amigo. Automaticamente agora tenho acesso pra entrar e sair. A bondade dele é a fraqueza.
Balanço a cabeça, não em negação, mas incrédula de como ele tenha pensado nisso tão rapidamente. Assim como eu dizia, ele era muito inteligente.
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Entre Reinos · Imagine Loki Laufeyson
FanfictionSe imagine entre mundos, reinos como Midgard, Asgard e até Svartalfheim... Entre trovões, magias e trapaças. Nesse livro-imagine você será levada de seu planeta até Asgard, com uma proposta absurda de unir Asgard e Midgard. Mas nem tudo ocorre conf...
