Entre Reinos · Imagine Loki Laufeyson

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Minutos antes de chegarmos no supermercado, eu tinha mandado uma mensagem pra Liz pra nos encontrarmos um pouco antes do combinado, pois na noite anterior eu teria dito em ligação, antes de dormir, que eu tinha uma visita um tanto que incomum e perigosa. Ela na hora não entendeu nada e pra evitar riscos eu disse que seria apenas pessoalmente. Obviamente ela se preocupou, e pra eu deixar ela um pouco mais tranquila, pedi pra que ela ficasse grudada no celular. Qualquer ligação era pra ela chamar a polícia. Eu sei, eu sei, parece idiotice uma pessoa chamar a polícia em situações com visitantes do espaço. Na hora achei que faria sentido, porém estava tudo sob controle.

Assim que chegamos, Loki esboça uma reação de desgosto, que naquela altura eu estava até me acostumando.

— Vocês guardam comida em um lugar só? Que ridículo.

— Não guardamos, compramos. Isso aqui não é nosso. — sigo para o corredor de massas, afim de comprar um pacote de macarrão.

— Estou pensando em reconsiderar passar um tempo nesse planeta.

— Deixa de ser frouxo.

Ele me olha com ira e se aproxima de mim.

— Eu já te disse S/n. Nada de insultos.

— Em alguns momentos é difícil me acostumar a te tratar bem, deus da MENTIRA.

— Estou sendo até verdadeiro de mais com você. Não me faça ser o insuportável trapaceiro que sou acostumado a ser. E falando em verdade... — ele retorna a sua aparência. — Aquilo estava esquisito.

— Ok. Me desculpe.

— Assim é melhor.

Ele volta a ler e tocar nas embalagens e latas de comida, analisando.
Quando me aproximo do final do corredor, ouço um som.

— Psiu. Hey, S/n.

Procuro o chamado e vejo Liz aparecer apenas com os olhos no corredor da frente. Encaro Loki e o vejo ainda concentrado em uma das latas e vou onde ela está.

— Liz, oi. — sussurramos.

— O que tá acontecendo? O que houve? Eu to morrendo de preocupação e curiosidade.

— A notícia boa é que está tudo bem comigo e tudo no meu controle.

— Certo, então temos uma ruim. Devo chamar a polícia já?

— Não! Não faça isso. A ruim é que eu to meio que cuidando de um... deus.

— Tá de zoação com a minha cara. S/n você tá drogada? Te drogaram né? Eu sabia, não devia ter te deixado voltar sozinha ontem a noite.

— Liz, para. Eu não to drogada, não to bêbada e nem louca. Você conhece os Vingadores, os heróis, não é?

— Você tá cuidando do Thor?

— O irmão.

— O irmão? — ela solta uma risada. — Se isso for mesmo verdade você ta muito ferrada.

— Eu sei disso. Liz você não pode contar pra ninguém.

Liz não conhecia o rosto do Loki, que me deixaria mais tranquila se ela não soubesse que ele destruiu Nova York inteira. Na época ela não estava na cidade, ela morava no interior do país, com os pais adotivos. Tempo depois ela conheceu um rapaz que deu a oportunidade dela se mudar. Claro que depois eles não se deram muito bem e terminaram, mas ele fez parte da vida dela e eles são amigos ainda, ela mesma fez questão de permanecer com aquilo, já que o término foi só por falta de tempo. Ela estava estabilizada e tinha conseguido um emprego, então resolveu ficar. Chamou os pais mas eles se recusaram a vir.
Nos conhecemos no próprio local de trabalho, numa cafeteria da cidade que ela trabalha até hoje como garçonete.

Nesse momento Loki surge atrás de mim, me fazendo virar rapidamente para trás.

— Com licença, estou interrompendo alguma coisa? — ele olha fixamente para Liz.

— Loki, essa é Elize. Elize, Loki. — me afastei, mostrando frustração. Obviamente eu não queria que ela se envolvesse nisso.

— Loki... Eu sinto que esse nome me é familiar. — ela estende a mão.

Ele olha para a mão dela e volta a encara-lá meio raivoso.

— Dispenso esse tipo de cumprimento.

— Ow. — ela recolhe a mão e me olha, esperando algo encobrir o momento tenso e constrangedor que estava.

Eu respiro fundo antes de me virar e ir a procura de outros ingredientes e coisas que estavam faltando em casa. Loki e Elize me seguiam, afastados, até que Loki bufa.

— Vamos ter que carregar essa... Elize, conosco?

— Não estamos carregando ela. Se acostume com a companhia dela, é uma amiga. — nem perco tempo me virando.

Liz se aproxima de mim.

— Duvido que o Thor seja que nem esse irmão chato dele. Ele só fica com a cara fechada, como se tivesse enjoado e enojado. — ela diz alto, na intenção de Loki ouvir.

— Se me permite dizer, Thor tem hábitos que você mesmo diria irritantes. E se eu vou ter que aturar sua indesejável companhia, que ature a minha ou você não passará de mais um corpo boiando no lago.

— Loki. — aviso como sinal de pare.

— Agora eu entendi o perigoso que você quis dizer S/n. — Liz diz assustada enquanto engolia seco.

Ela se aproxima mais perto e cochicha em meu ouvido.

— Por que concordou com isso tudo? Não me diga que tá afim desse ignorante.

— O quê? Não. Ele não é desse jeito o tempo todo.

— Tá e você só respondeu meu comentário, isso claramente é amor pra mim. Tá apaixonada, vejo corações saindo da sua cabeça.

— Não teria o porquê, por mais que ele seja até atraente, eu não quero nada com ele e fim de papo.

— Certo, certo.

— Só tenta não irritar ele. Ele não vai ficar por muito tempo.

— Como assim?

— Assim que ele resolver os problemas, em menos de 2 dias, eu espero, ele volta pra Asgard. — olho para trás e ele estava mais afastado, sorrindo, sem mostrar os dentes, olhando para o alto teto do local. Suspeito, mas se ele não seguir nosso acordo, eu o entrego a Thor ou até mesmo a S.H.I.E.L.D., quem me atender com mais rapidez.

Caminhamos para o caixa e paguei tudo o que tinha pego. Liz nos acompanhou até certo ponto, e só perguntou se iríamos caminhar hoje a tarde. Não desmarquei meu compromisso que tinha feito pra ser babá de um cara com mais de mais de mil anos.

Uma casa antes de chegar ao meu apartamento Loki da uma pausa pra se transformar em Logan. Entramos e Stuart começou com o mesmo papo chato com ele. Loki sabia manipular bem, já que eu não teria paciência de ficar ouvindo aquelas coisas esquisitas, mas era o plano dele e ele estava sendo capaz de aturar aquilo pra conseguir o que queria sem estragar o disfarce e conseguir a confiança e amizade do porteiro.

Subimos para cima, ele voltou a sua forma e eu preparei um prato de macarrão com queijo. Aparentemente deste ele gostou.

Sentei perto dele, que estava brincando com uma borracha que eu tinha deixado um tempo em cima da mesa de centro.

— Por que eu penso que você não está nem se esforçando pra tentar resolver seus problemas?

Ele não quis responder. Parecia concentrado na atividade de jogar a borracha pra cima.

— O que aconteceu 3 anos atrás, quando surgiu aqui?

— Agora sim fez uma pergunta decente. Eu estava recuperando o que era meu, o tesseract, já deve ter ouvido falar sobre. Pra minha infelicidade Thor me achou e eu tive que dar o meu jeito. Me feriu e eu precisava de ajuda.

Eu não quis responder e pensando melhor, quanto menos eu souber sobre essas coisas e Asgard, melhor.