Capítulo 18: Não sou

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~ Sam On~

~Para o próximo caps ser lançado ainda nesse fim de semana, deixe sua estrelinha nesse e em todos os outros capítulos para ajudar~

Depois do impactante feriado que passei na casa dos avós de Leah, voltar à escola, é quase como estar tendo meu primeiro dia de aula de novo. Nem me lembrava mais que o colégio existia, ou aquelas pessoas, professores, corredores. Paro no meu armário para organizar um pouco minhas atividades semanais. Eu estou uma bagunça.

Nos últimos tempos, o time de futebol americano sugou toda a minha energia. Só que cada fucking aluno do Holmes Chapel High precisa estar em duas atividades extracurriculares e ir bem nas duas. Meu clube de astronomia ficou para escanteio, mesmo que eu goste muito mais de astronomia que de esporte.

Precisava recuperar o tempo perdido, por isso falei com o técnico do time e ele me liberou. Eu treinava como todos os membros do time, mas eu sabia que nos jogos que estavam por vir, eu não seria nada mais que o garoto da água ou da toalha. Eles não vão ser loucos de me colocar para perder.

Depois das aulas, fui para a biblioteca, eu tinha tanta coisa para fazer, desde o primeiro dia do clube, o professor passou um livro para que todos lessem, eu fui adiando, adiando e daqui a dois dias preciso entregar um relatório do livro e não li nem meia página.

Li uma, duas, três páginas, até que meu celular vibrou. Fechei os olhos. Respirei. Eu podia ficar sem saber o que estava acontecendo, li mais dois parágrafos e não aguentei. Olhei o celular. Três mensagens... O nome que mandou-as me fez sorrir.

Peter.

Ele queria me ver, estava em sua última passagem em Holmes, antes de voltar para a Irlanda ou algum outro país que fosse viajar. Respondi. Sim, eu gostaria mesmo de vê-lo. Então ele me chamou para sair á noite, ele e mais alguns amigos. Seria sua despedida.

Por mais que eu o conhecesse a pouco tempo, me apeguei muito rápido porque Peter era alguém que me inspirava. Ele era tão ele mesmo, sem medo, sem qualquer tipo de tabu ou preconceito, livre, pleno.

Mais uma vez me perco em meus devaneios e esqueço por completo do livro. Volto imediatamente. Preciso adiantar bastante coisa se eu quiser entregar o relatório.

Concentro-me de forma que leio trinta páginas sem parar, até que era bem legal, falava sobre o cosmos, sobre a formação de meteóros e muito mais sobre o universo em si. Mas como meu foco não dura para sempre. Vejo uma líder de torcida passando pela biblioteca e logo Charlie me vem a cabeça. Ele já ficou com aquela, na verdade, ele deve ter ficado com a liga inteira.

O que elas viam nele? O que eu via nele? Por que fiquei com ele? Por que até quis? Me sinto um estúpido, fico bravo comigo mesmo por conta disso. Estou tentando chegar ao ponto inicial disso tudo, no átomo dessa história. Quando, em que momento, circunstância, eu achei que podia simplesmente ficar, beijar ou tocar Charlie?

Tento voltar ao livro. Não podia me prejudicar por conta daquela história. Consigo adiantar bastanta coisa, faltam apenas umas 50 páginas, posso até terminar em casa. Já são quase seis horas quando saio da biblioteca.

Vou para minha casa, marquei de me encontrar com Peter no centro da cidade às oito. Apresso-me em tomar banho e me arrumar. Coloco uma camisa minha do The Flash e uma jaqueta jeans. Passo perfume.

Desci as escadas de casa e minha avó estava assistindo novela, disse para onde iria, peguei minha chave e saí de casa. Fui para o ponto de ônibus. Meu celular vibra e vejo a mensagem de Peter, ele já está me esperando na frente da lanchonete onde vamos. Olho para a rua e sorrio quando vejo o ônibus que vai para o centro.

Entre VírgulasOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz