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And in the night... The stormy night... away he flies and dream of paradise...

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(LOUIS)

Holofotes.

Câmeras posicionadas.

Era a bola e eu.

Eu podia sentir os meus quatro companheiros de equipe, com os braços dados. Focados. Mandado seus pensamentos e energias.

E eu podia sentir os jogadores do Atletico de Madrid de braços dados, concentrados em torcer pelo meu fracasso.

A minha visão era de um gol vazio. O estádio estava em silêncio. Era o tipo de pressão que eu já estava acostumado a viver mas que mesmo assim arrepiava os meus pêlos.

Pelos segundos que eu estive lá, esperando o apito, eu visualizava cada chute que eu dei nos treinos, cada momento que já errei, e principalmente os que acertei.

O apito do juiz ecoou pelo estádio. A taça vai ser nossa.

É agora.

Assim que chutei, a sensação foi de viver em câmera lenta. A torcida foi se levantando com calma, todos com os olhos exatamente no mesmo lugar.

O coração acelerado, o cansaço das minhas pernas marcando presença. A respiração presa e o goleiro saltando para o lado certo.

Ele esticou os braços o máximo que podia, sua expressão de esforço, e a bola passando a milímetros dos seus dedos

Gol.

O grito do estádio foi tão grande e eu tirei forças do fundo de mim e corri, gritando com todos, procurando a minha família. Eu sabia onde eles estavam. Sabia que minha mãe, minhas irmãs, meu padrasto e Hanna estavam lá.

Eles sempre acreditaram em mim. No meu sonho. Assim que os vi, apontei pra eles e meus companheiros de time me alcançaram: Essa é a nossa hora.

O hino da Champions League ecoou pelo estádio, e era em momentos como esse que eu amava o que eu fazia. Ver filhos e pais abraçados, amigos comemorando juntos.

Nossa bandeira foi jogada para mim e eu a segurei forte. E a levantei, correndo com ela envolta do campo, gritando a plenos pulmões

- Halla Madrid!

Meu último jogo, depois de cinco temporadas de clube, encerrado com muito, mas muito sucesso.

Cheguei perto do resto do time, meu técnico me cumprimentando, meus amigos de time me levantaram e me jogaram para o alto. A torcida os acompanhando no grito

- Louis! Louis! Louis!

Esse era o meu momento.

Jogo futebol há quase 15 anos. Desde pequeno eu corria por Doncaster, sempre com uma bola e um sonho. Enquanto meu pai Mark era vivo, ele me acompanhava para cima e para baixo, com meus amigos da escola, nos campinhos perto de casa, para praticar.

Ele me levou na minha primeira peneira, aos 12 anos. Depois de novo aos 15. E foi quando eu fui selecionado, jogando pelo Doncaster Rovers. Aos 18 eu entrei no time profissional e foi ai que a minha vida mudou e eu conheci meu melhor amigo Zayn. Meu futebol foi alcançando novos passos até que aos 22 eu fui comprado por uma transição milionária pelo Milan. Ganhei lá, a minha primeira bola de Ouro. E joguei pela primeira vez na Seleção. Aos 24, o Real Madrid, meu time atual, pagou uma multa astronômica e um dinheiro muito maior do que eu penso merecer por mim.

Eu fui capa de revistas, meu nome explodiu ainda mais. Campanhas publicitárias imploravam pelo meu rosto, e eu achava que isso fosse acabar, mas não. Cinco anos depois e a situação ainda é a mesma, só que hoje com mais duas Bolas de Ouro ganhas.

GOALS (l.s.)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora