GOALS (l.s.)

P- I

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(LOUIS)

Depois daqueles momentos turbulentos, Harry e eu estávamos bem, como um navio em alto mar que sobrevive uma noite de tormenta. Estávamos inteiros, de pé e o mais importante, juntos. Por um breve momento eu pensei que fosse perde-lo, mas, como sempre, ele me mostrou estar disposto a lutar do meu lado contra todos os meus demônios, mesmo que eles insistam em aparecer.

Felizmente, Dan e o agente de Harry conseguiram impedir que as fotografias vazassem e a situação foi momentaneamente controlada. Um dinheiro alto perdido, mas as coisas precisam ser planejadas no nosso mundo e por hora, é melhor assim.

Ainda assim, parecia que rumores circulavam ou talvez nós fossemos muito óbvios quando próximos um do outro, porque os olhos dos paparazzi estavam por toda parte. As coisas continuavam muito longe de ficarem tranquilas, mas todas as vezes que eu olho para Harry, eu sei, agora tenho certeza, que cada flash vale a pena.

Era como viver um reality show.

Havia fotógrafos em cada canto que olhássemos, especulações em redes sociais, alguns caras do time que nos observavam de forma diferente por conta disso, porque provavelmente eles acreditavam na mídia ou tentavam decidir se o que os tabloides diziam era verdade e o pior é que aparentemente isso não acabaria tão cedo. Era como ficar no meio de um palco com todos os holofotes sobre você no exato momento em que esqueceu a sua fala.

Precisávamos mais do que nunca tomar cuidado e algumas vezes, essa pressão, essa falta de liberdade, era demais para lidar, como se ela levasse pedaços de quem gostaríamos de ser e como gostaríamos de agir. Muitas vezes eu precisava respirar fundo. Fechar meus olhos e imaginar os momentos que Harry e eu estávamos deitados na nossa cama, juntos, trocando o calor de nossos corpos e só assim eu conseguia me acalmar.

Por outro lado, Harry lutava para me mostrar que estava ali ao meu lado para que juntássemos as partes perdidas e começássemos tudo de novo caso precisasse.

Ele sempre aparecia com seu pensamento irritantemente positivo, um sorriso bobo nos lábios, uma frase clichê que diz que o amor tudo espera e tudo suporta, repetindo que passaríamos por isso juntos e tudo ficaria bem no fim. Nesses momentos eu me sentia como em 'Um Amor pra Recordar' só que sem a parte da doença e o fim triste, assim espero.

E eu lutava para acreditar que daríamos um jeito. Porque era o que estávamos fazendo dia após dia, encontrando uma maneira de continuar juntos mesmo quando o universo insistia em conspirar contra. Isso não quer dizer que eu não tinha medo. Pelo contrário. Mesmo que sentisse que Harry estava cem por cento comigo, ainda havia esses momentos em que eu me questionava até quando iria durar e se seríamos fortes o suficiente para suportar até lá. Não por que eu não o amo, mas por que eu ainda acho que não sou totalmente merecedor do que ele sente por mim.

Minha confiança ainda estava um pouco abalada depois de tudo e na maior parte do tempo eu lutava contra esses sentimentos e me esforçava para ser otimista. Lutava contra mim mesmo, para não ser consumido pela angústia e os milhares de pensamentos que me sufocavam, rondando minha mente e insistindo que tudo o que eu fazia era me tornar mais e mais dependente de Harry. O mesmo Harry que um dia podia decidir que não me queria.

Então, ele aparecia furtivamente na minha casa, no meio da madrugada, como na noite anterior e me fazia pensar que por algum motivo, pensar essas coisas era bobo, porque no fundo, elas realmente eram.

Agora, quando a luz fraca dos primeiros raios solares começava a atravessar a janela e eu despertei do meu sono, ainda sem abrir os olhos, apenas aproveitando o toque dos indicadores de Harry percorrendo os traços do meu rosto fazendo cócegas de leve.