GOALS (l.s.)

V

(LOUIS)

- Sabe, eu não aguento mais essas pessoas usando o nome de vocês em letras garrafais como se vocês tivessem cometido um crime. Desde quando sexo é crime? Pessoal desocupado!

- Niall, cala a boca pelo amor de Deus, não piora as coisas. Já não basta aquele cara escroto da ESPN falar que o Louis não estava em bom condicionamento físico no último jogo e que agora todo mundo sabe que é por que ele estava pulando pro quarto do Harry para trepar

- Ele não disse isso exatamente, dessa forma assim, certeira Zayn

- Ah não? Mas aquela levantada de sobran---

- Chega Zayn! Chega também Niall...gente...eu preciso...respirar...pelo amor de Deus saiam daqui. Vão fazer algo de útil além de ficar me contando todas as notícias que eu já ouvi Dan me contar pela décima vez. Eu não quero saber. Eu não quero mais saber. Vão dormir, anda. Saiam daqui.

Eu entrei no banheiro enquanto via Niall e Zayn saírem do meu quarto, mas não ouvi a porta bater. Ótimo, mais alguém vai entrar aqui e começar a falar que eu preciso de alguma forma falar mais alguma coisa para alguém mesmo depois da coletiva de imprensa que demos.

Foi caótico.

Por um breve momento eu pensei que os jornalistas perguntariam qual o preservativo que nós usávamos e eu não aguentava mais qual a reação que eu esperada que os torcedores tivessem agora. O que me deixou mais puto foi a forma como isso foi parar nos jornais e revistas. Algumas pessoas nos chamaram de mentirosos, que nós estávamos guardando um segredo que influenciava na vida do público.

Influencia em quê? No preconceito que nós claramente sofremos quando um dos jornalistas perguntou se eu não achava que os outros jogadores se sentiam intimidados com a minha presença no mesmo vestiário que eles? Nessa hora eu lembro de ter segurado forte a mão de Harry embaixo da mesa, por que ele claramente ia falar alguma coisa muito rude e já não bastava tudo o que estávamos passando, ainda teríamos que responder por agressão.

E muito provavelmente esse cara idiota falaria alguma coisa ainda mais preconceituosa nas mídias sociais, o que deixaria tudo ainda pior. Dan estava preparando uma declaração para eu e Harry adicionarmos ao nosso site oficial ele disse que mesmo que as coisas estavam caóticas agora, provavelmente amanhã toda a polêmica já teria diminuído pelo menos um pouco.

Eu encostei na porta do banheiro e deslizei meu corpo até o chão.

O que me mata é a hipocrisia das pessoas. É eu ter visto o rosto de todos aqueles fotógrafos e jornalistas cheios de nojo de nós por isso pouco ter acontecido no nosso mundo do futebol, e falarem conosco nos parabenizando.

Isso me derruba.

Eu lembro de como Harry tremia depois da coletiva. Lembro de ele caindo nos meus braços ainda quando os fotógrafos resolveram escalar o balcão e de como eu queria encontrar os olhos dele para não me perder. Para que ele me encontrasse e pudéssemos nos segurar.

Mas não estava sendo fácil. Nem um pouco.

Quando os fotógrafos escalaram o balcão eu senti todo aquele nó que tinha sumido da minha vida há tanto tempo voltar. Eu senti a minha garganta fechar. Me senti sufocado.

Eu me vi afundando.

E todos os minutos eu dizia para Harry que estávamos juntos que estava tudo bem, que passaríamos por aquilo, mas a dor que eu sentia consumia cada pequena parte de mim, e eu sei que só consegui falar tudo o que falei, por ver que Harry também estava se sentindo assim, e eu precisava ser mais forte que ele, pelo menos uma única vez, e mostrar que eu estava ali, ao lado dele, independente do que acontecesse.