O beijo

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Dez meses depois...

Quanto tempo você acha que o amor leva para acontecer?

O amor pode estar nas pequenas coisas, ser tão minúsculo e ser identificado.

No entanto o amor pode estar em imensidões, uma bola tão gingante onde os obstáculos fazem com que ele não seja visto. Mas, o amor é forte e sempre continuará lá no meio de toda a bagunça. Isso porque até mesmo ele sabe que mais cedo ou mais tarde, em uma brecha, será apresentado.

Deixe o amor voltar para Crosfilt!

Sr. ª Chermont

Havia duzentos mil acessos no blog da popular pensadora Crosfiltiniana naquela manhã.

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Acomodado na poltrona confortável do ônibus, Frank admirava através da janela a maravilhosa paisagem da estrada em uma deliciosa época de outono onde as folhas das árvores tomavam um tom alaranjado, e as flores se tornavam parte das gramas. Ele havia passando trezentos e quatro dias se recuperando fora do estado de Crosfilt, na casa de um amigo de infância chamado Bob Bryar, o qual não via há muito tempo.

Iero lembrava-se do dia em que chegou a casa do amigo, ainda estava muito abalado com tudo que tinha acontecido, além disso, estava ferido e parte de seu corpo encontrava-se enfaixado. A mente dele permanecia em uma bagunça, e o sentimento magoado. Ele rememorava sobre ter lutado tanto naquela noite do acidente para ter o cordão de seu irmão de volta. Desta vez não fazia ideia de onde o objeto teria ido parar ao meio daquela catástrofe. Tudo naquela noite havia sido em vão, no entanto, o amor de Bob e sua família o ajudou muito na recuperação, uma vez que foi rodeado de mimos e bons conselhos. Frank pôde se sentir confortado e tudo começava a ser enterrado, ele estava conseguindo seguir em frente e sentia-se forte outra vez.

As faixas do corpo foram removidas, e os ferimentos foram cicatrizando com o tempo. Frank já não precisava mais das muletas para caminhar e o ar puro da fazenda de seu amigo – localizada no interior de Hilst –, o ajudou a encontrar a paz. Com o passar dos dias, Iero ia se sentindo regenerado; aceitando e digerindo todos os traumas. Via-se totalmente grato ao Bob por isso, afinal se não fosse pelo amigo não estaria bem novamente. Bryar chegou até a insistir para que ele ficasse por mais tempo, porém Frank não quis. Acreditava que estava dando muita despesa a família e isso de certa forma o incomodava. Também já havia sido o suficiente, ele estava curado. Sem falar que as obrigações largadas em Crosfilt o chamavam, tinha pendências de rotina que ficaram paradas durante todos aqueles meses que se passaram. E este era o motivo para ele estar naquele ônibus.

Frank jamais esqueceria do leve abraço carinhoso da bela esposa de Bob, e nem da pequena filha dele que saltou em seu colo no meio da rodoviária envolvendo os bracinhos fortemente em seu pescoço o chamando de tio. Ele tinha brincado muito com a pequena durante todo aquele tempo em que ficou na fazenda. Nunca havia jogado tanto dama em sua vida, realmente tinha se apegado a esperta garotinha. Mas, o que não deixaria de recordar mesmo era do abraço apertado de Bob. Era triste se despedir e ele se segurava para não chorar. Frank nunca havia se sentido tão amado e tudo que ali viveu não sairia de sua cabeça.

Então foi assim que Iero deixou sua mão balançar em um último tchau pela janela, esta que agora começava a mostrar as recentes paisagens do amado estado de Crosfilt. Logo ele sabia que estava mais próximo de casa e de toda a sua rotina sem graça. A nostalgia mostrou-se presente uma vez que o movimento da cidade grande começava a dar o ar da graça, o fazendo desejar por um momento retornar para o pacífico lugar que deixara. Entretanto, Frank entendia que está bagunça ambulante de Crosfilt era o seu lar, sendo assim, se viu em casa quando as imagens obscuras de Parkson começaram a passar por sua visão.

TLIAC (Fanfic)Where stories live. Discover now