TLIAC (Fanfic)

Me Pegue Como Quiser

Me Pegue Como Quiser

"E o que todos desejam é que o amor seja o suficiente para ultrapassar qualquer coisa."

Sr. Jonas

O Motel Affection fica localizado na Gold 125, em Imperious, alguns quilômetros após o Clube Sarano. São cinco andares com decorações fantásticas. É um motel com diversos estilos a agradar.

Cada andar aborda um tema. O primeiro é o paraíso com um aspecto de mar, céu e uma harmonia de verão e entusiasmo. O segundo é o clássico com uma ornamentação antiga que lembra a realeza e tem um aroma amadeirado. O terceiro é o arco-íris apresentando toda a alegria das cores, equilibrando com adereços graciosos e diversos tipos de doces no cardápio. O quarto é o romântico com uma apresentação charmosa, iluminação amena e cores que lembram a paixão, um porte mais íntimo como bodas. E o quinto é o selvagem com um arranjo mais pesado em tons escuros e o abuso em estampas de onça, um cheiro forte de sedução e quartos para lá de promissores, rotulado pelos clientes como quartinho dos jogos é possível ver todo o universo cabuloso do que é censurado correndo solto por este andar.

Simon até optou pela selva só para espiar os quartos de swing enquanto esperava por Carlos. Sentiu-se aguçado por um dos quartos de sadomasoquismo na esperança de ser amarrado e talvez chicoteado, e só de pensar em Carlos o algemando uma onda de enlevo o percorreu por inteiro. Ninguém podia condená-lo por alguns desejos obscuros, afinal ele era um Iero e tabus definiam a sua linhagem. Todavia, mesmo Carlos tendo aquele perfil de sério e indiferente que faz Simon imaginá-lo agindo feito um sádico, ele tinha que ser realista. Carlos estava infinitamente distante de ser o homem daquele louco fetiche. E foi por seus dez por cento de sensatez que decidiu segurar sua imaginação fértil, de quem não transa desde que pôs os olhos em um homem proibido, e escolheu o andar romântico.

Era a decadência! Mas no fim não foi uma escolha tão ruim. A decoração do quarto andar era muito bela, e o aroma era doce, suave e trazia uma sensação de flerte. Muito gostoso e agradável. Tinha um vislumbre de noite de núpcias; formidável.

Havia ansiedade remexendo na barriga de Simon. O tempo parecia demorar a passar e cada vez que pensava que Carlos podia estar chegando uma adrenalina se espalhava em seu corpo. Se ajeitou frente ao grande espelho na parede do quarto por várias vezes. Havia tomado três taças de champanhe e a sua vontade era tomar a garrafa inteira; porém evitou. Em sua mente ainda havia a importuna pergunta se repetindo: O que estou fazendo? Entretanto ele não conseguia conter os impulsos de insanidade. Nunca quis tanto alguém assim. E... caramba! O que ele estava fazendo? Inconsequente!

— Me deixe ser — disse para o seu próprio reflexo — Me deixe ter. — Fechou os olhos respirando fundo. Seu coração batia tão forte, parecia que sabia que Carlos estava estacionando seu carro na garagem do motel.

Após trancar o veículo Carlos seguiu até o guichê e olhou para o atendente de modo sério.

— Onde está Simon Iero? — questionou sem ter a noção do quanto estava soando exigente.

— O senhor deve ser o Carlão, certo? — questionou o atendente.

— Carlos.

— Ah, desculpe. Ele o identificou como Carlão. É... o senhor Simon te aguarda no quarto andar, suíte quatrocentos e dois. Os elevadores... — O rapaz se interrompeu ao que Carlos o deu as costas e saiu andando sem deixá-lo terminar. Então pegou o telefone e discou para a suíte para informar ao Simon sobre a chegada de seu companheiro.

Carlos adentrou no elevador e pressionou o botão para o quarto andar. Quando as portas se fecharam ele reparou o espelho nas laterais e o fundo que apresentava uma tela em cor vinho onde pequenas estrelas douradas caiam lentamente. Ele ficou distraído com aquele efeito e fungou ao perceber que o cheiro doce era tão forte e incomodo que o fazia lembrar do perfume de algumas das garotas do Kitty Machine.