A Lição Do Caos

169 9 220
                                    

A Lição Do Caos

Em um edifício, a duas ruas da casa de Gerard em Interprise, no apartamento 303, Simon se remexeu no sofá. O som do atrito de seu corpo com o couro macio chamou a atenção de George ao que adentrava na sala segurando uma caneca de café, um prato com torradas e morangos. Ele colocou a refeição sobre a mesinha de centro. O cheiro do café tomava conta de todo o espaço.

Simon esfregou a face se recusando a abrir os olhos. Sentia a cabeça latejar terrivelmente, seu corpo inteiro protestava e o estômago estava embrulhando com o aroma no ar.

— Ai! Por que este quarto está tão claro? Não me deixe ver a luz, Robb — murmurou bagunçando as madeixas deixando os fios armados.

— Tome o café. Está amargo, e vai te fazer bem — orientou George.

— Tio? — Simon entreabriu os olhos o vendo parado a sua frente. — Onde estou? — Observou o cômodo preguiçosamente, ainda estava letárgico.

— Eu te vi no Carbana bar. Estava completamente embriagado. Era muito tarde. Então te trouxe para cá.

— Cá? Onde? — Simon se sentou analisando o simples cômodo com mais atenção. Era um ambiente confortável e claro, com uma decoração mais atual e moderna. Bem diferente do estilo clássico e pesado da família.

— Meu apartamento. Eu não podia te levar até a mansão. Você sabe que não posso ir lá.

Simon se destampou e no mesmo segundo que reparou que não estava apresentável se cobriu novamente.

— Tio, por que eu estou nu?

— Você chegou se despindo.

— Nossa! Que constrangedor. Que falta de respeito. Desculpe — pediu observando o chão de modo a encontrar suas roupas.

— Elas estão aqui. — George apontou para as peças dobradas sobre a mesinha. Seguidamente pegou a caneca de café e o entregou.

— Obrigado — disse Simon.

— Você está mais calmo para conversar agora? — questionou o tio se sentando na beira do sofá ao lado dele.

Simon bebericou o café.

— Nossa! — Prostrou uma careta. — Está amargo mesmo.

— Você ficará melhor. Beba tudo.

Simon suspirou. A fim de esquentar as palmas, segurou a caneca com as duas mãos contemplando o calor através da porcelana.

— Conversar sobre o quê? Sobre como você e todos me esconderam a maior desgraça do século? Eu devia saber sobre isso. Eu estou à frente da família nesta cidade. Eu tinha que saber que os filhos daquele homem eram meus primos — referiu-se ao Trajano.

— Foi um acordo. A Rachel deixou a família, trocou de nome, virou outra pessoa. Ela fez de tudo para ficar com ele.

— Por que essa louca fez isso? — questionou Simon, indignado.

— Você sabe que a relação entre um Iero e um Way é extremamente proibida. Na época ela tinha se envolvido com o Trajano as escondidas. Ela havia engravidado dele. A punição estipulada foi a morte. Trajano enfrentou a nossa família. Ele lutou com unhas e dentes. Travou uma guerra. Esse acordo foi o tratado de paz. Rachel estava morta para os Ieros. Ela se tornou Norah Iscovish.

— Ainda assim, eu devia saber — insistiu o sobrinho.

— Não. Você não podia. A ordem era que vocês não soubessem de nada, para evitar ter laços com eles. Rachel não era mais da família, então, Ways é tudo o que eles eram, e são.

TLIAC (Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora