Semana 6

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Era engraçado fazer relaxamento quando seu professor de boxe está ocasionalmente te comendo com os olhos. E Theo estava fazendo exatamente isso, era a segunda aula que tínhamos na semana e por isso a segunda vez que o vejo depois do ocorrido. Eu estava com os braços jogados para baixo, me levantando devagar enquanto uma música acústica tocava. Por último a cabeça, ele falou e eu sorri. Como se eu já não tivesse feito isso só umas 300 vezes.

E nisso de ficar com a bunda empinada eu não ligaria se ele me pegasse por trás, mas então lembrei que a porta da sala era de vidro e o Leo ainda estava por ali dando aula de zumba.

– Eu prefiro essa música original – me referi à música, que curiosamente tinha conhecido através do Guto. – Sempre me faz lembrar coisas, a acústica é mais relaxante e ainda assim...

Deus, eu ia mesmo falar que aquela greve de contato e o jogo de olhares estava me deixando louca? Theo podia fazer o favor de me beijar logo e acabar com aquilo, eu queria tanto que ele me comesse ali mesmo ao som daquela música que podia sentir a minha calcinha molhar só com o olhar dele em mim.

A verdade era que Theo desde então me olha de uma forma diferente, como se ele fosse um predador muito paciente e eu uma presa que valia muito a pena esperar. O olhar dele era faminto e eu não estava mais conseguindo me segurar, as mensagens que trocávamos durante a noite eram demais para a sanidade de qualquer um.

– Ainda assim? – Ele perguntou, a voz baixa e rouca.

– Eu tô morrendo de tesão, Theo –admiti, um sorriso que mostrava o quão cara de pau eu podia ser.

– Banheiro, agora. Mas o banheiro de trás, é mais privativo – ordenou.

– O que você já esteve fazendo por lá? – A curiosidade ainda ia matar a gata, eu.

– Mijo, Leo que faz coisas por lá – explicou e colocou a mão na minha cintura me guiando até a porta. – Me espera lá.

Deu uma mordida no lóbulo da minha orelha direita e eu me arrepiei inteira.

Finalmente, senhor!

👊👊👊  

Saímos da academia um pouco mais tarde que o habitual, a rapidinha não foi tão rápida assim e por algum tipo de milagre Leo não nos interrompeu como eu achei que iria. Naquela quarta a zumba estava mesmo rendendo.

Theo me chamou para irmos a pizzaria novamente e só ia passar em casa para tomar banho e trocar de roupa, já que estávamos os dois suados demais. Concordei e fui andando para casa, sentindo a brisa da noite refrescando a minha pele ainda quente, Theo acabava comigo de todas as maneiras.

A manhã seguinte a da boate lembro de acordar dolorida, ainda nua e sem coragem alguma de levantar da cama. Mas a minha barriga roncava e o estômago chegava a doer de fome, mesmo com o corpo dele quase grudado ao meu, consegui me levantar. Vesti uma calcinha e o primeiro vestido que achei, logo fui para cozinha fazer um café da manhã decente.

Passei o café no coador, fiz mistos quentes com queijo e presunto, arrumei bonitinho a mesinha que tinha na cozinha, isso tudo pro Theo chegar de cueca com a maior cara de sono que você respeita e o cabelo ainda bagunçado. Por que tão fodível?

– Eu não acredito que eu não dava uma foda pra você. – Coloquei o café na caneca e assoprei antes de tomar um gole, sentando-me na cadeira em seguida.

– Devo me sentir ofendido? – Ele coçou a cabeça e sentou na cadeira em frente a minha, espreguiçando-se e logo se servindo também.

– De forma alguma – respondi mordendo um pedaço do misto.

Cor de MarteWhere stories live. Discover now