The Beginning

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Louis P.O.V


[Uma semana depois...]



O frio começava a chegar ao meio do vento forte que batia contra meu corpo conforme andava pela pequena ciclovia ao lado da pista, não muito longe do hospital e voltando para casa e rumo á estação do metrô, ainda longe da mesma. Meu cabelo voava descontrolado e eu, me exprimia em um casaco fino escuro.
Eu adorava os dias. Adorava ver os raios de sol entrando por uma brecha de vidro de uma janela ou por ela inteira, formando sombras por completas na parede logo próximo, onde dava para acompanhar o sol despedindo-se conforme as sombras tomavam conta do espaço. Porém, é extremamente difícil fazer tudo isso quando se está preso em um hospital e, na maioria das vezes, correndo de um lado ao outro, sabendo que tudo é questão de tempo e você é o maior responsável por suas consequências, sendo boas ou não.
Apesar de poder salvar ou ajudar forma, de alguma forma, o trabalho do qual inspirei-me e fui inspirado por toda minha vida e que hoje, depois de tudo, conseguia exercer, ainda me causava dúvidas sobre se isso seria realmente o que queria para toda minha vida, visto que não era extremamente comum eu vivê-la, não em prol de outras pessoas, mas sim para mim. Via-os viver, mas não me via fazer tanto o mesmo.
Penso, por outro lado, que a dúvida é uma das razões de ainda estarmos aqui, pois ela que nos mantêm vivos para querer buscar e descobrir novos mundos. Sem a duvida, não encontraríamos nossa certeza temporária, muito menos tentaríamos encontrar respostas que nos correspondem. Ainda haviam duvidas na maior parte da minha vida, de coisas pequenas e insignificantes do dia-a-dia até coisas que poderiam mudar o rumo da minha vida, mas lidar com elas era o que realmente faz a diferença.
Minha cabeça estava nas nuvens, mesmo que meus pés estivessem no chão, e pensar demais foi o que fez com que quase me atropelassem enquanto atravessava a rua e buzinas me trouxeram de volta.




-Acho que você não está acostumado com a cidade grande... -Ouvi de um carro que reduzia a velocidade drasticamente para se estabilizar ao meu lado, ao mesmo tempo em que recuperava-me do susto.






-Tenho certeza que sim! -Gritei pouco rude e direto, sem ao menos olhar para o lado, buscando apenas seguir rápido ao invés de prestar atenção em mais um impaciente no transito das ruas de Londres.






-Não me reconhece? -Disse novamente depois de alguns segundos, continuando a me acompanhar. -Ou você está só me ignorando? Eu nunca sei diferenciar os dois!




Olhei para o lado e a voz que começava a não me parecer estranha, em meio aos barulhos de motores e atrito das rodas dos carros com a superfície, começou a me parecer ainda mais reconhecível, mas preferiria que não.



-Isso é sério? -Perguntei retoricamente quando vi os escuros vidros se abaixarem. -O que eu fiz para você? Deve ter alguma explicação...




-Entra no carro! -Harry acelerou quando apressei minha passadas para sair dali e continuava a insistir por algo que tanto queria: Minha atenção. -Eu estou parando o transito... Por você!






-Problema seu! Eu não tenho nada a ver com isso!




-Eu sei que você está morrendo de frio, dr. Louis... -Ele parou o carro enquanto todos o ameaçava e xingavam-o de todos os nomes possíveis do lado de trás. Naquele momento, meu estômago parecia enrolar-se em meu pescoço e eu poderia ver alguém saindo do carro e vindo em direção a ambos de nós, caso ficássemos mais tempo ali. -É apenas uma carona de desculpas! Por favor...



-Não, obrigado! Eu sei como isso termina e você já pode voltar para casa. -Quanto mais insistia para que saísse daquela pista completamente movimentada e parasse de gritar por mim, mais ele insistia em sua ideia de "carona do perdão".




One More Night - [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora