Her Death

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Eu nunca imaginaria que Harry Styles dormiria em meu sofá por livre e espontânea vontade, um sofá que não chegava aos pés da maciez de uma de suas almofadas e podendo pagar qualquer hotel da cidade, mas fui ao quarto e tirei um cobertor e um travesseiro do armário, entregando-o em seguida e checando pela última vez se ele ficaria bem.

Eu estava louco para dormir, acordar renovado depois de um longo, longo dia e acabar entrando novamente na rotina não-monótona que sempre me cercava de surpresas. Escovei os dentes o mais rápido que pude, apenas para acabar logo com aquilo, bebi o último copo de água e avisei para meu novo inquilino que eu estaria logo ali, caso algo acontecesse. Quando cai na cama, me sentir desmontar de cansaço, meus pés se encolheram de frio e eu me aconcheguei nas cobertas.

O tempo começou a passar e meu otimismo também. Meu corpo rolava para todos os lado, ficando em todas as posições possíveis, sempre voltando para as mais confortáveis, como se fosse um ciclo, e aquela mesma coberta e travesseiros frios, estavam já aquecidos.

Meus olhos se focavam no escuro, foi tudo o que restou, e meus pensamentos gritavam no silêncio, o que não me deixava dormir, por mais exausto que estivesse, parecia que isso não era o suficiente. Não sabia ao certo se tinham passado-se, 30 minutos ou 30 anos, porém, eu já começava a pensar sobre o tempo de sono que eu estava perdendo e que iria me prejudicar amanhã, até que comecei a ouvir alguns soluços de longe.

É claro que ele estava mal e era óbvio que o fato dele ter perdido alguém não faria com que esse sentimento passasse de um dia para o outro. Os soluços vinham pausadamente de início, no entanto, aquele som ficava cada vez mais nítido.

Ainda lutando contra mim mesmo na batalha do sono perdido, qualquer mísero barulho, seja de um vento do lado de fora da janela ou Harry na sala, se tornava algo enorme e parecia tirar-me a pouca concentração que ainda restava. Rolando mais uma vez para o outro lado da cama, coloquei meu travesseiro sobre minha cabeça com o objetivo de tapar meus ouvidos, mas não adiantou. Ao retirá-lo dali, segundos depois, meu coração parou por um segundo e eu quase cai da cama ao ver uma silhueta parada e completa na porta do meu quarto, do qual a cama é virada completamente para sua frente.

-MEU DEUS, HARRY! -Gritei tentando retomar a consciência de que tinha deixado a porta aberta, para caso ele precisasse de algo, e que eu não estava sozinho em casa. -Você quase me ma...

-Eu fiz isso... -Sussurrou o suficientemente alto pra que eu conseguisse ouvir e o questionar sobre o que ele estava falando. -Eu matei ela.

-Harry, do que você está falando? -Sabia que Harry não tinha muita aproximação com sua família, mas achava que o Harry que eu conheci hoje não seria capaz de fazer nada assim. Tentei não demonstrar o quanto o choque inicial de ouvir aquelas palavras juntas em uma frase só mesmo que o escuro estivesse ali. -Como assim você matou ela?

-Me desculpa por ter te acordado. -Disse em prantos, o que me assustou novamente por ter começado a chorar repentinamente como se não houvesse amanhã, como um bebê. Harry repetia várias e várias vezes suas desculpas de modo em que parecesse o maior pecado do mundo.

-Está tudo bem! Eu nem estava dormindo mesmo... -Murmurei ainda rancoroso por não estar como eu queria estar, sonhando em uma realidade bem distante, e bufei comigo mesmo. -Você quer conversar sobre o que aconteceu agora?

-Ele estava certo. A culpa foi toda minha. Eu não consegui impedir que nada disso acontecesse. -Mal conseguia ouvir sua voz com clareza, embora Harry repetisse que Des, supus que fosse seu pai ou algo do tipo, estava certo o tempo todo. Pedi para que ele se aproximasse e ele acabou dando alguns passos à frente e desabando ainda mais quando sentou-se na beira da cama. Tentei disfarçar, mas ainda estava chocado com tudo aquilo.

One More Night - [L.S]Where stories live. Discover now