CATORZE ::: CATIVEIROS - Carol, Lacey e Jackie (I de III)

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17 de Setembro de 2001 - Caroline

Caroline piscou os olhos para os abrir. Ainda se sentiu um pouco sonolenta, mas estava cansada de dormir. Quando, por fim, abriu os olhos ela se deparou com o seu raptor a poucos centímetros de si, sentando em uma pequena caixa de madeira a fitando atentamente.

A loira se colocou sentada num átimo, encarando com medo aquele homem. Se encolheu de encontro à parede se refugiando de qualquer ataque por parte dele.

Ela o olhou pelo canto dos olhos, abraçando as pernas e escondendo o rosto atrás dos joelhos, mas quando olhou a sua expressão percebeu que era completamente diferente do semblante de raiva dele, no dia anterior. Desta vez ele exibia um ar extremamente carregado, cansado. Olheiras profundas, olhos raiados, um ar totalmente abatido e culpado.

— Que bom que você acordou, estava ficando preocupado. — O homem murmurou aliviado. Preocupado? Como assim preocupado? Carol se perguntava mentalmente, adotando uma ruga confusa entre os sobrolhos. — Toma, trouxe algo para você comer. Já está fria, mas ainda está comestível. — Ele indicou e estendeu um prato com um belo e suculento peixe.

Bloom hesitou, analisando o peixe e em seguida erguendo o olhar desconfiada até o seu sequestrador. Ele suspirou pesadamente pousando o prato em frente a ela e, em seguida, caminhou até a saída. Carol relaxou um pouco o corpo, mas tremeu de frio, o tempo havia arrefecido.

Ao contrário do que ela esperava, o homem não saiu da arrecadação, ao invés disso ele pegou em um cobertor, que estava pousado em cima de um amontoado de caixas, e tornou a sentar na cadeira estendendo o cobertor pra a adolescente.

Ela o pegou ainda desconfiada e confusa e se envolvendo nele a fim de se aquecer.

— Pode comer, tenho certeza que está cheia de fome. — E para confirmar sua afirmação, o estômago dela roncou alto, a ruborizando.

Caroline acabou por ceder à fome e pegou o prato de comida, o devorando apressadamente. Nem se queixou pela comida estar gelada, apesar de que se estivesse quente lhe saberia bem melhor. Estava com muita fome e logo o prato ficou vazio, apenas com a espinha do peixe a um canto.

No final pousou o prato no chão e limpou a boca na manga da sua blusa. Foi aí que se lembrou da sua ferida, quando a sentiu arder depois de ter sido esfregada inconscientemente. Por essa dor, Carol soltou um silvo, enrugando os lábios e tocando a ferida.

— Me desculpe por isso. — O homem mulato se lamentou e mais uma vez Carol se questionou a razão de tanto arrependimento quando no dia anterior ele se mostrara totalmente rude. — Eu não devia ter bebido ontem. Fico descontrolado e violento quando bebo, mas eu não costumo beber, só quando estou muito nervoso. — Se explicava detalhadamente, para completo espanto de Carol que não entendia porque ele estava se abrindo com ela.

— O que você quer de mim? — Carol finalmente se fez ouvir, mesmo que sua voz saísse falha e fraca. O homem bufou nervosamente, passando as mãos pelo rosto e se ergueu da caixa, caminhando pelo depósito.

— Você tem que entender que a culpa não é sua, mas ele tem de pagar pelo que fez. — Barafustava inquieto.

— O que o Kennan fez? — Inquiriu curiosa e ao mesmo tempo temerosa da resposta.

— Ele matou a minha irmã. — Revelou após para de andar e virar o rosto para trás, olhando intensamente os olhos castanhos da garota. — Ele tem de perceber o que é perder alguém que ama e você é a pessoa que ele mais ama agora. — Completou com um timbre mais assombroso, o que fez um arrepio nada auspicioso percorrer a espinha da garota.

04 de Julho de 2003 - Lacey

Depois de uma madrugada conturbada e de um dia inquietante, Lacey mal conseguiu pregar olho desde que fora mantida em cativeiro dentro da casa do próprio cunhado.

Stockholm [PT/BR]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum