2>Querido diário<

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   Música: Austin Mahone - Shadow

        Na escola, parece ser tudo tão assustador

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        Na escola, parece ser tudo tão assustador. Além de adorar estar lá, com meus amigos, ainda me sentia mal. Todas aquelas pessoas gritando do meu lado.  Fazendo zoações, curtindo da cara dos outros, tentando se sentir melhores. E ainda minha cabeça girava pelo sonho da noite anterior, sobre meu anjo. Nada daquilo fazia sentindo.

        As vezes quando tudo fica difícil, levanto-me da cadeira e saio correndo para fora da sala de aula, deixando todos aqueles olhares diretamente para mim. Já até me acostumei com o fato de ser a garota mais estranha da escola, a "estranha" e outros apelidos que não são nem um pouco adoráveis aos meus ouvidos.

        Dentro do banheiro eu me sento no chão e começo a chorar, e sempre chega a coordenadora.

— Tá tudo bem?

— Si...sim! — Respondo soluçando.

       Não era bem isso que queria responder. Não sei porque nunca digo oque realmente penso, queria falar a verdade alguma vez sobre meus sentimentos, tipo: "Até parece que estou bem Sra Marieny, todos sorrindo de mim. Todos tendo mais uma vez uma má impressão. Não aguento mais aquilo, queria poder sumir, queria poder morrer, não quero mais estudar aqui, me leva embora por favor". Minha garganta tranca e não passa nada disso, apenas um "estou bem não se preocupe" seco e sem significância.

         A senhora Marieny é gente boa, sempre fala comigo. Apesar de eu nunca ouvir ela, sinto que é falsa as vezes, mas sei também que ela tenta realmente me ajudar.

— Tem certeza querida? Porque está chorando?

— Não sei Sra Marieny... posso ir pra casa?

— Vou ligar pra sua tia. Venha comigo.

         E tudo mais uma vez, quase todos os dias assim, "Dor de cabeça". O ruim disso tudo é ter que tomar remédios sem estar sentindo nada. Tinha que fazer isso, não queria contar oque estava acontecendo comigo. Além do mais, minha tia é muito frágio, não sei oque ela faria comigo, odeio causar problemas.

        Tia Joana cuidou de mim desde que nasci. É tipo minha mãe, até hoje não sei porquê nunca a chamei como deveria. Mas, pelo menos ela entende.

       Meus pais não conheci. Minha mãe morreu no parto e meu pai a abandonou grávida, foi isso que soube quando completei nove anos de idade.

 
— Tenho que levar você no hospital e ver se essa sua dor de cabeça não seja algo mais perigoso. — Tia Joana me diz tentando mostrar preocupação e respondo sem deixar ela terminar.

— Sem hospital tia. Lembre-se que foi dentro de um que a vovó Anna morreu. Tudo isso que tá acontecendo é culpa da morte dela.

— Não fala assim filha. — Seus olhos me encaram confusos com minhas palavras.

       Entro no quarto onde eu sei que ninguem iria me ver chorar.

       O meu Diário é o único refúgio do que aconteceu, ele sempre me ouve. Seria mais legal se ele me repondesse e falasse tudo o que eu queria ouvir.

       Das pessoas ouço tudo, odeio ouvir isso e permanecer calada. Dói ouvir isso das pessoas que estão do meu lado, enquanto os de fora tentam ajudar. A opção é chorar.

"Querido Diário, acho que ele está aqui, o que eu faço? Fugir não é uma opção. Ir para o quarto da tia vai causar desconfiança de que eu não estou melhorando. Não tem como ir ligar a luz, não pode dar tempo. Tenho medo de sair de baixo do lençol, pode ser perigoso.
Os passos estão se afastando. Está com um péssimo cheiro aqui. Parece que alguém morreu há três dias, credo. O mal cheiro está cada vez mais horrível e mais forte. Tem algo acontecendo fora desse lençol. Algo se move. Está vindo em minha direção. Espera...o mal cheiro desapareceu. Está calmo. A luz ligou."

— O que ta fazendo menina? Vai dormir.

— A senhora quer me matar é tia? Da proxima vez avisa.

Ela riu.

— Posso dormir no quarto da senhora hoje? — Pergunto. — Não quero ficar sozinha.

— Vem, teve pesadelos outra vez? — Assenti negativamente.

       Ela concorda para minha sorte. E para o azar de Tuyanac. Ele deve ter ficado furioso. Caso fosse ele mesmo, estava estranho.

        Joguei meu diário debaixo da cama, peguei o meu lençol e fui dormir com a tia. Foi por pouco. Mas ainda não entendi o mal cheiro ter desaparecido assim do nada. Nem quero saber.. chega de tentar entender o que não tem explicação.

       A noite foi lenta. Acordei umas três vezes. E nenhuma das vezes o ví de novo. Exceto...algo estranho no sofá, parecia ter alguém sentado nele, alguém me esperando ir para meu quarto. Talvez fosse ele. Ou talvez fosse um monte de roupas. Ou não. Mas parecia um homem, então aquilo não saiu da minha cabeça. "Vou é dormir que tô precisando, não quero dormir na escola de novo", pensei.

       Não adiantou nada. O alarme tocou bem na hora que fechei meus olhos para dormir, ou foi o que pensei. Levantei, olhei para o sofá, e lá estava minha prima, uniformizada e pronta para a escola. "Sentou nas pernas de Tuyanac ", pensei rindo ironicamente.

— Porque está rindo? — Ela pergunta brava.

— Eu não sei! — Minto pegando a mochila e indo em direção a porta.

       Luana é sempre assim, mal humorada. Deve ter puxado o meu tio que não sai da fazenda onde vive.

       Sai pela porta e olhei para o céu, onde o mesmo pássaro que estava em meu quarto dias atrás.

— Oque é você? — Pergunto o olhando sumir entre as nuvens claras de New York.

— Oque é você? — Pergunto o olhando sumir entre as nuvens claras de New York

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Paaah..
Olá docinhos? ☆
Críticas é bem vinda.. haha
chato a história? Calma aaae kkk

Até o próximo capítulo..

A ÂncoraOnde histórias criam vida. Descubra agora