A Âncora

45_É O QUE?

Música: Avril Lavigne - Complicated

— Ele está morto amor! — Quase grito abafando as lágrimas dentro do abraço de Renato.

— Sshhhh tá tudo bem! — Ele diz passando as mãos nos meus cabelos.

— Como isso foi acontecer? — Pergunto limpando minhas lágrimas. Me viro e o encaro.

— Eu não sei! — Ele diz sério.

        Me viro e olho o corpo de Brian jogado no chão, havia um buraco enorme em seu peito, e faltava dele algo precioso que o mantia vivo, o coração.

— Brian.. — Me abaixei e coloquei minha mão sobre a dele. Estava ainda quente. O sangue ainda escorria a procura de sua fonte. — O assassino ou assassina ainda deve estar por perto! — Digo encarando os olhos mortos de Brian. — Eu sinto muito por isso! — Digo deixando uma lágrima descer dos meus olhos. As limpei e o fitei novamente. — Porque? — Digo alto.

— Porque o que amor? — Renato pergunta confuso.

— Porque todos morrem? Porque? Quero apenas uma explicação! — Me desespero em lágrimas segurando a mão de Brian.

— Eu.. eu sinto muito! — Ele diz pondo a mão no meu ombro.

          Apenas baixei minha cabeça para pensar sobre tudo o que havera acontecido desde o começo. E me arrependi de tentar esquecer, isso não vai parar.

         Não vi mais Alicia e nem Karl. Os ví na mansão, devem ter saído de lá. Não sei onde estão. O que eu faço?

        Alguns segundos depois o fitando, olho para os lados, para as árvores extremamente enormes tampando a luz do sol da tarde, deixando apenas aquele ar frio e escuro.

       Olhei para cima e um pouco para frente atrás de Brian. Ví de longe dois olhos amarelos, em cima de uma árvore.

       Franzi minha testa e apertei os olhos para tentar observar e ver se aquilo não era minha imaginação. Mas não era.

— Renato?  — Sussurro. — Tem alguém alí! — Digo levando meus olhos até os amarelos assustadores.

         Quando já estava observando aquilo há alguns segundos, a criatura pula de uma árvore a outra mais próxima.

         Com o susto das árvores barulhentas me levanto rápido e seguro no braço firme de Renato.

— O que é isso? — Ele sussurra perto de mim. Apenas assenti negando.

       Pulou mais uma árvore próximo e minhas pernas paralisam com o susto.

      Aqueles olhos amarelos estavam mais próximos de mim. Alguns metros apenas.

— O QUE QUER? — Pergunto gritando e apertando a mão de Renato.

— Cura.. — Sussurra a voz abrupta.

— Quem é você? — Renato pergunta segurando firme minha mão e dando um passo a frente na tentativa de me proteger daquilo.

— Cura.. — Sussurra outra vez, agora mais calma.

— Tem algo errado, conheço essa voz! — Digo franzindo a testa.

Onde?

— Já sei... — Ando para a frente de Renato e observo os olhos amarelos que não paravam de me encarar.

— Rachel? Cuidado! — Renato sussurra.

— Lourenny? É você? — Pergunto alto.

         Assim que disse o nome os olhos amarelos se afastaram alguns centímetros para longe.