72_Meelim é sua

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Música: The Chainsmokers - Closer

Rachel On~


           Sei que sou um monstro. Sei que matei dezenas de pessoas. Sei muito bem disso. Sei o que fiz e me arrependo por isso.

            Rosie me tirou tudo, me tirou a única coisa que me deixava viva: a humanidade.

            Aquilo me consumiu de uma forma que não pude me dá por vencida. Eu fiquei imóvel, presa dentro do meu próprio corpo. Era como assistir um filme de terror no cinema.

          Matei inocentes, torturei, suguei a vida de tantas pessoas que se eu voltar com a humanidade, nunca me perdoaria.

E esse dia chegou.

        Quando o maldito Lúcifer apareceu, fingindo me amar, me obrigando a chamá-lo de pai e ter me feito matar uma pessoa tão amiga e querida, pensei em morrer, Leandro.

          Até agora me pergunto como tive a audácia de matar meu melhor amigo. Como?

         Não sei como ele estava vivo, mas o matei, o ví morrer pela segunda vez. E aquilo doeu tanto que não desisti e comecei a dominar meu corpo.

         Voltei a sentir amor, odio, angustia, dor, saudade, e principalmente, arrependimento.

          Leandro se foi outra vez e isso me fez voltar a ser humana. Me fez relembrar tudo de ruim que fiz. Sobre tudo.

          Sobre Ária, sobre eu ter trazido as Âncoras de volta. E sobre Renato. Meu Deus, Renato.!

          Ele está aqui do lado escuro de Aulkaman, o ví com seu irmão e mais um menino que não conheço. Lúcifer me encarou, mas eu não pude evitar minhas lágrimas descerem e queimarem meu rosto.

           Ele estava tão fraco, tão humano. Me doía vê-lo sem as asas maravilhosas dele. Pena que não sabe o que o espera por aqui.

          Acho que ele viu o meu olhar ao dele e viu também que eu tinha voltado a humanidade no exato momento em que o salvei de Lúcifer da árvore.

         Tive uma vontade tão grande de abraça-lo e dizer que sinto muito por tudo, mas tive que me controlar.

           Lúcifer ainda não percebeu que voltei com minha humanidade, pelo menos isso.

— Onde está a espada, filha? — Lúcifer pergunta colocando uma taça de sangue na minha frente.

          Eu odiava quando ele me chamava assim. E odeio também quando bebo essas taças de sangue humano, meus filhos estão crescendo cada vez mais, já estão de seis meses aparentemente.

Barriga de dois meses, com aparência de seis.

— Dentro do vidro, como você pediu.. — Pego a taça e bebo rápido. Estava quente, então eu sabia que mais uma pessoa havia morrido. Ele me encara e fica alí, imóvel, foi aí que esqueci a fala final. — Pai! — Digo após terminar de beber.

— Você estava estranha hoje mais cedo, o que houve?

— Tive contrações! — Minto.

— Está mentindo! — Ele grita batendo as mãos da mesa.

            Apenas o encaro com sarcasmos. Rachel sem a humanidade era assim, até Lúcifer temia-a.

— O que tá acontecendo aqui? — Max diz entrando no cômodo.

A ÂncoraWhere stories live. Discover now