Por um triz

84 4 0
                                    

P.O.V LIAM

Conheci Ana, a filhinha de Aluísio ela é realmente uma graça e Valerie faz de tudo pra não se aproximar da criança, diz que não gosta de contato pessoal, mais especificamente de crianças.

A essas horas James já estava por aí fazendo seus trabalhos sujos sem dar nenhuma pista, sem deixar rastro.

Valerie tem passado o dia no computador e no telefone tentando descobrir algo, mas a cada minuto que passa ela só fica mais frustada. Já pensei em ir lá, mas Aluísio disse não ser uma boa ideia, desde quando eu escuto desconhecidos mesmo?

Você está morando na casa de uma, se não percebeu.

Ataca meu subconsciente.

Valerie desce as escadas apressada, ela veste uma calca com estampa da farda do exército, uma camisa preta e uma jaqueta preta por cima e suas habituais botas marrons.

- Vou sair. - avisa e vai em direção a porta.

Aluísio que estava no meio da sala com Ana sentando no tapete enquanto brincavam troca olhares comigo.

- Aonde você vai? - pergunto e ela se vira para mim ainda com a mão na maçaneta.

- Resolver umas coisas. - diz arqueando as sombrancelhas.

- Vou junto.

- Não.

- Vou sim. Além do mais, preciso ligar para os meus pais e aqui nesse fim de mundo que você mora não tem sinal. - ela revira os olhos e olha para Aluísio sentado no chão com sua filha.

- Se quiser sair comigo tem que estar disposto a usar a sua arma. - suspiro e concordo indo até o meu quarto pegando o BlackBerry e a arma que Valerie me deu.

Quando desço escuto ela conversando com Aluísio e quando chego ao final da escada eles param de conversar imediatamente.

- Não quebre nada e não coloque fogo na casa enquanto estou fora.

Saímos da casa e vamos em direção ao seu carro. Ela não diz nada, não tenta me provocar e nem ao menos me xinga me fazendo perceber que ela não está muito bem psicológicamente.

- Então, aonde vamos? - digo assim que Valerie coloca o carro na estrada e acelera.

- Como eu disse, eu vou resolver uns problemas e você vai ligar para os seus pais.

- Mas eu quero ir, isso é uma decisão minha.

Ela suspirou e acelerou mais o carro passando dos oitenta quilômetros.

- Se você quer morrer, por que não me pede para te matar? - ela vira o rosto pra mim e volta a olhar a estrada.

Às vezes eu juro que realmente não consigo entender Valerie.

Ela me treina pra poder conseguir me defender e não morrer, mas quando algo coloca a minha vida em risco ela não me deixa o fazer, posso mostrar a ela que sou bom, que posso ser útil e que podemos ser uma dupla e tanto.

Quando que ela vai me dar um voto de confiança e vai me deixar ajudar, e parar de me tratar como criança?

Reviro os olhos e resolvo tentar convencê-la.

- Eu trouxe uma arma comigo e quero usá-la.

Chegamos na cidade e eu olho o fluxo de pessoas andando para lá e para cá, alguns adultos indo trabalhar e algumas crianças indo para a escola.

De repente me pego pensando no escritório de advocacia em que trabalho e imagino o que todos estão pensando sobre mim, que fugi das minhas responsabilidades ou que só quero um tempo de tudo, difícil dizer.

Revenge || L.PWhere stories live. Discover now