Revenge || L.P

Eu acho que gosto de você

Liam P.O.V

Caso eu não esteja enganado, estou preso em uma sala úmida e suja por mais ou menos dois dias, tempo o suficiente para eu ficar preocupado com Valerie. Fomos pegos numa enrascada, quer dizer, fomos flagrados e depois capturados, não me pergunte como, pensei que isso nunca aconteceria ela é boa demais para ser pega, talvez eu tenha parte de culpa nisso por ter levado um tiro na coxa e por não poder correr rápido o suficiente quando tivemos a chance. Horas depois eles removeram a bala e costuraram o meu ferimento, já estou quase novo em folha.

Depois de descobrimos que James colocou sua cabeça a prêmio, Valerie ficou irada e resolveu se vingar atrapalhando todas a suas mercadorias fazendo ele ter grandes prejuízos e levando-o a se revelar, o que claramente não aconteceu. Era para ser tudo muito fácil, era fácil, mas tudo ficou mais difícil com a divulgação do preço que colocaram por ela viva ou morta o que é uma ironia porque uma assassina de aluguel ser procurada para ser morta por outros assassinos de aluguel é totalmente contra as regras de sobrevivência, mas parece que as regras realmente não foram feitas para serem seguidas. Ter que lidar com destruição das cargas e com a situação de tentar não ser morta foi ruim para nós dois e agora estamos aqui.

Ouço passos vindo do corredor e a minha mente começa a trabalhar para pensar em algo, os dois dias em que estive aqui uma mulher de cabelos pretos e tatuada deixa uma garrafa d'água e um pão mofado aqui dentro da sala enquanto acha que durmo, mas desde que me enfiaram aqui eu não consigo dormir, não estando preocupado com ela, pensando em qual mal devem estar fazendo a ela. A mulher provavelmente deve ser boa com armas e em lutas, caso contrário não teriam colocado-a para ficar me monitorando, tenho que analisar meu oponente antes de agir, a cada três horas ela vem aqui mas não posso esperar por mais tempo, a cada minuto que se passa pode ser uma hora a mais de dor para Valerie.

O que ela faria?

Lembro de uma das aulas de tática que ela me deu uma vez e que é claro que eu não estava prestando atenção, pelo menos não até ela arremessar uma adaga ao lado da minha cabeça e me repreender, foi o dia da tática, assim que ela chamou.

- Se você for capturado por alguém vai ter que achar um modo de fugir caso eu também tenha sido capturada, você sabe coisas demais sobre mim e como não foi treinado pra resistir a tortura possivelmente você abrirá a boca cedo demais. - reviro os olhos e começo a imita-lá enquanto ela fala, porque ela tem ser tão fria? Custa um total de zero reais para expressar seus sentimentos.

Paro de mexer o rosto assim que sinto algo passando rápido ao lado do meu rosto e faz um estrondo assim que cai no chão, é uma adaga. Olho indignado para ela que sorri cínica e balança os ombros.

- Estou tentando te ensinar algo que talvez salve a sua vida algum dia, será que pode ao menos prestar atenção? - respiro fundo e concordo talvez ela tenha razão.

- Sou todo ouvidos. - ela respira fundo e olha para a lousa e roda o giz na mão enquanto se prepara para falar algo.

- Antes de agir contra seu oponente, seja homem ou mulher, você nunca pode subestimá-lo entendeu? - concordo com a cabeça e ela continua - Depois de você estar ciente de que seu oponente é capaz de tudo para acabar com você, a próxima coisa que você terá que fazer é analisá-lo. Se for um oponente grande, força não vai adiantar e se for um oponente pequeno, a força será seu maior aliado.

Ela desenhou um boneco de palito grande na lousa e outro pequeno ao lado e se virou para mim.

- Bom, caso seu oponente seja grande ele será propenso a ser mais lento e usar mais o corpo, a arma que pode ser usada contra ele é a velocidade, seja mais ágil do que ele, ok? Já o oponente pequeno é totalmente o oposto, ele será mais ágil, então você terá a força a seu favor. É tudo bem simples e prático, entendeu tudo? - concordei e analisei os desenhos feitos na lousa, talvez eu nem fosse precisar disso no futuro. - Agora vamos jantar, porque eu estou morta de fome.