Quarenta e oito horas

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Zayn P.O.V

Acordei cedo hoje, não consegui dormir pensando na minha irmã, pensando se ela acreditou na mensagem e o jeito que ela deve reagido a tudo isso Valerie sempre foi mais impulsiva do que eu, acho que isso não deve ter mudado muito. Tenho planos de deixar algumas falhas no leilão, para que algumas coisas darem errado e James precisar ficar sozinho, assim vai ser mais fácil dela conseguir matar ele.

Eu poderia fazer isso agora e matá-lo, mas provavelmente todos se virariam contra mim e o negócio de tráfico continuaria ativo o que não resultaria em nada. Creio que ela quer fazer não apenas por causa de uma vingança, mas também por causa de todo o mal que ele causou e por ser apenas uma pessoa horrível nesse história ela sofreu mais do que eu, posso ter certeza disso. A única pessoa que toparia fazer parte dessa missão suicida - ou não - é Isabel, e talvez no final de tudo isso, nós poderíamos quem sabe, ficar juntos finalmente. 

Olho para o envelope branco em minhas mãos, os teste de dna está dentro dele e a primeira coisa que eu fiz quando o vi foi abri-lo, está provado, somos irmãos. Espero que ela acredite em mim quando eu lhe mostrar o resultado, a única coisa que quero fazer é abraçá-la e recuperar o tempo perdido.

Escondo o envelope embaixo do travesseiro quando vejo Isa abrir a porta e eu respiro calmo, preciso tomar mais cuidado.

- Olha só, eu estava mesmo querendo falar com você. - sorrio quando ela termina de entrar no quarto fazendo uma cara confusa.

Liam P.OV

O relógio acaba de marcar dez horas. Arrumo minha posição na cadeira de madeira e dou mais um gole no meu café, acordei cedo procurando achar Valerie acordada para que nós pudéssemos conversar sobre ontem mas não foi o que aconteceu, ela ainda continua dormindo e eu estou aqui apenas observando o seu rosto sereno, enquanto ela não acorda e não lembra da realidade de merda que está acontecendo com ela.

Comprei café a meia hora atrás, e já deve estar frio mas eu não quero fazer nada só quero ficar observando-a e quero estar aqui quando ela acordar. Ouço uma batida na porta mas não levanto, apenas encaro a porta, ela abre e Aluísio enfia a cabeça pela pequena fresta que abriu e observa o quarto.

- Estou indo conhecer a cidade e também vou dar uma olhada na localização do id que eu rastreei. - ele olha para a cama e depois volta a me olhar. - Boa sorte. 

Ele bate a porta um pouco forte Valerie se mexe na cama fico ansioso quando ela se mexe mas não acorda, olho para o teto me perguntando quanto tempo mais vou ter que esperar.

- Essa cadeira vai acabar com a sua coluna. - sua voz sai sonolenta e baixa. Desço meu olhar do teto para ela devagar, o edredom a cobre até a cintura e ela abraça um travesseiro não sei se pensou em alguém quando o fez ou se foi instinto.

- Posso aguentar, - sorrio em resposta. - como você está? - ela se ajeita na cama e fica em silêncio.

- Fisicamente melhor do que você. - ela balança os ombros e se senta na cama levando uma das mãos até a cabeça e faz uma careta. - Uh, ressaca. Maravilha. - Levanto e pego o remédio que deixei em cima da mesa e entrego junto com o copo de café frio.

- Não vai ser um comprimido e um copo de café frio que vão te matar, sabemos disso. - ela revira os olhos e engole o comprimido e bebe o café. - Quer conversar sobre ontem? - é tudo o que eu digo. Ela me olha com atenção, deve estar tentando decifrar o meu olhar, saber se estou sendo sincero ou apenas fingindo que me importo.

- Não. - ela levanta da cama e se tranca no banheiro. 

Ela não quer falar sobre isso, certo.
Quer manter a cabeça ocupada pra não ter que falar sobre o que está sentindo, certo.
Não quer chorar mais na minha frente, certo também, mas não vou deixá-la sair daqui com a confusão que está a sua cabeça para fazer merda lá fora e correr perigo.

Me sento na cadeira que eu estava antes e espero ela sair do banheiro, quando ela sai está completamente vestida, agora tenho certeza que voltamos ao ponto zero.

- Temos quarenta e oito horas para bolarmos um plano bom o suficiente pra você conseguir matar o James. - ela me olha surpresa deve ter pensado que eu insistiria em uma conversa, e eu faria isso mesmo, mas aprendi que esse é o jeito de ela lidar com tudo, mantendo a cabeça ocupada. - Vamos analisar o mapa para fazermos uma boa entrada, Aluísio rastreou o endereço de id do aparelho usado para enviar o e-mail e foi até lá dar uma olhada. - fico sem reação quando ela se aproxima de mim e me abraça.

- Obrigada. - concordo com a cabeça.

Zayn P.O.V

- Tudo o que você acabou de me dizer é verdade? - Isabel faz a sua quinquagésima pergunta do dia.

Contei toda a história da minha vida, desde a morte da minha família até os acontecimentos de hoje, exatamente tudo o que James fez, incluindo o fato dele ter ameaçado a vida dela para que não ficássemos juntos e por aí vai. Ela me escutou atentamente me questionando sobre tudo, Isabel sabe o monstro que James é mas ele superou todos os limites que pensamos ser impossíveis.

- Sim. Escuta Isa, - pego em suas mãos e olho em seus olhos, percebo que ela acredita em mim mas ainda assim é algo muito absurdo para se ouvir assim, sem nenhum preparo. -  eu gosto pra cassete de você e jamais pediria para você se colocar em perigos por meras mentiras, quero que saiba disso. - me assustei quando ela me beijou e subiu em meu colo, abracei a sua cintura e retribui o beijo.

- Para de ser idiota, você sabe que eu faria qualquer coisa por você. - sou eu quem a beija agora, nos viro na cama e a deito ficando por cima.

- Mas temos que continuar igual a antes, para ninguém desconfiar. - ela ri e concorda.

Caralho, eu amo essa mulher.

Liam P.O.V

- É o seguinte, - diz Aluísio. - o local que ele estão, é meio que um acampamento e está cheio de pessoas e com isso eu quero dizer muitas pessoas mesmo. Tem gente saindo e entrando com caminhões, devem estar carregando para o leilão mas eu não consegui ver o que tem dentro então eu segui um dos caminhões e vi onde fica o galpão, tirei fotos e tudo mais. - ele coloca o celular em cima da mesa aberto na galeria, eu e Valerie nos inclinamos em direção ao celular e passamos as fotos  para o lado.

O galpão aparenta ser bem grande visto do lado de fora, a pintura aparenta estar bem gasta e o telhado precisa de uns ajuste a área de fora está limpa e as árvores mais próximas foram cortadas e a grama aparada. Tudo nos conformes.

- Se o leilão vai ser no subterrâneo, porque eles arrumaram o lado de fora? E o que vão fazer dentro do galpão? 

- Você está começando a levar jeito pra isso Liam, estou orgulhosa. - ela coloca uma mão no peito e ri fraco depois. - Ele está certo, tem alguma coisa que não estamos sabendo. Eles devem ter câmeras do lado de dentro, você sabe como hackear? - sinto vontade de rir quando Aluísio da uma volta e sorri confiante.

- Meu bem, eu consigo fazer o que você quiser, só preciso dos equipamentos certos. - ela concorda e se ajeita na cadeira.

- Você terá o dia inteiro amanhã para conseguir o equipamento, agora, precisamos de um plano.

Revenge || L.POnde as histórias ganham vida. Descobre agora